sexta-feira, 12 de julho de 2024

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 10:34-11:1 - 15.07.2024

 Liturgia Diária


15 – SEGUNDA-FEIRA 

SÃO BOAVENTURA


BISPO E DOUTOR DA IGREJA


(branco, pref. comum ou dos doutores – ofício da memória)



Evangelho: Mateus 10:34-11:1

Senhor, que vieste não para trazer paz, mas a espada, ensina-nos a carregar nossa cruz com coragem. Que possamos amar-Te acima de tudo e encontrar a vida verdadeira em Ti, acolhendo e servindo a todos em Teu nome.


Mateus 10:34-11:1 (Bíblia de Jerusalém)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

34. Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.

35. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai, entre a filha e sua mãe, entre a nora e sua sogra;

36. e os inimigos do homem serão os seus próprios familiares.

37. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;

38. e quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.

39. Quem encontrar a sua vida, a perderá; e quem perder a sua vida por causa de mim, a encontrará.

40. Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.

41. Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta; quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo.

42. E quem der de beber, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um destes pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.

11,1. Quando Jesus acabou de dar estas instruções aos seus doze discípulos, partiu dali para ensinar e pregar nas cidades deles. - Palavra da |Salvação.


Reflexão:

"Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim." (Mateus 10:38)


Neste trecho do Evangelho, somos confrontados com as exigências radicais do seguimento de Jesus. Ele declara que sua vinda não traz uma paz superficial, mas uma espada que causa divisões até mesmo entre os familiares mais próximos. Este chamado é uma profunda convicção que a lealdade a Cristo deve estar acima de todas as outras relações e interesses. Tomar a própria cruz e seguir Jesus significa abraçar o sacrifício e a renúncia pessoal por amor a Ele. A verdadeira vida é encontrada quando se perde a vida por Cristo, revelando a essência do discipulado autêntico. Jesus nos ensina que acolher seus enviados é acolher a Ele próprio e, por consequência, receber o Pai. Até o menor ato de bondade, como oferecer um copo de água, tem um valor eterno. Que possamos, com coragem e determinação, colocar Cristo no centro de nossas vidas, seguindo-o fielmente, independente das dificuldades e divisões que possam surgir.


HOMILIA

A Cruz do Discipulado


Caros irmãos e irmãs,


Hoje somos confrontados com uma mensagem poderosa e desafiadora no Evangelho de Mateus 10:34-11:1. Jesus nos diz: "Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada." Esta declaração parece desconcertante à primeira vista, mas revela a profundidade e a seriedade do chamado de Jesus ao discipulado.

Jesus deixa claro que segui-lo implica uma ruptura com a velha ordem das coisas. Ele veio transformar radicalmente nossas vidas, e essa transformação frequentemente causa divisões e conflitos, até mesmo entre familiares e amigos próximos. Seguir Jesus exige que coloquemos nosso amor e lealdade a Ele acima de todas as outras relações.

Ele continua dizendo: "Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim." Estas palavras nos chamam a refletir sobre nossas prioridades. Tomar a cruz significa aceitar sacrifícios, desafios e até sofrimentos por causa de nossa fé em Cristo.

O chamado de Jesus não é para uma vida de comodidade, mas para uma vida de entrega total. Ele nos desafia a perder nossa vida por causa d'Ele, prometendo que, ao fazê-lo, encontraremos a verdadeira vida. Esta é a essência do paradoxo cristão: ao renunciar a nós mesmos e nossas vontades, encontramos a plenitude da vida em Cristo.

"Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou." Aqui, Jesus nos lembra que nossas ações de acolhimento e serviço aos outros são, na verdade, ações de acolhimento e serviço a Ele. Cada gesto de amor e hospitalidade, por menor que seja, é significativo e será recompensado. Até mesmo um simples copo de água dado a um dos pequenos em Seu nome não passará despercebido aos olhos de Deus.

Ao final do capítulo, vemos que Jesus não apenas instruiu Seus discípulos, mas também saiu para ensinar e pregar nas cidades deles. Ele lidera pelo exemplo, mostrando que a missão de Deus é contínua e ativa.

Queridos irmãos e irmãs, que possamos abraçar este chamado radical de Jesus. Que sejamos corajosos em colocar Cristo no centro de nossas vidas, aceitando a cruz do discipulado com fé e perseverança. E que nossas ações reflitam a presença amorosa de Deus, acolhendo e servindo uns aos outros com generosidade e compaixão.


Amém.


EXPLICAÇÃO


A passagem "Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim." (Mateus 10:38) é uma das mais desafiadoras e profundas dos Evangelhos. Para compreendê-la plenamente, é necessário contextualizá-la no âmbito histórico, teológico e espiritual.


Contexto Histórico


No tempo de Jesus, a cruz era um instrumento de tortura e execução reservado para os piores criminosos. A crucificação era uma forma de punição humilhante e excruciante usada pelos romanos para aterrorizar e controlar a população. Portanto, quando Jesus fala sobre tomar a cruz, Ele não está usando uma metáfora leve ou poética. Ele está referindo-se a algo que seus ouvintes entendiam como um símbolo de sofrimento extremo, vergonha pública e morte.


Significado Teológico


Teologicamente, tomar a cruz implica uma identificação profunda com a missão e o destino de Jesus. Jesus tomou sua própria cruz, literalmente, como o culminar de sua missão de redenção. Sua crucificação não foi apenas um evento histórico, mas um ato de amor sacrificial que trouxe salvação à humanidade. Quando Jesus nos chama a tomar nossa cruz, Ele está nos convidando a participar deste mistério de amor e redenção.


Chamado ao Discipulado


Seguir Jesus envolve um compromisso radical. Tomar a cruz significa aceitar voluntariamente os sofrimentos, as renúncias e os desafios que vêm ao seguir a Cristo. Não se trata apenas de suportar dificuldades de forma passiva, mas de uma disposição ativa de viver segundo os ensinamentos de Jesus, mesmo quando isso exige sacrifícios pessoais.


1. Renúncia ao Ego: Tomar a cruz significa morrer para si mesmo. É renunciar ao egoísmo, aos desejos pessoais e às ambições que estão em conflito com a vontade de Deus. Este processo de autonegação é central para o crescimento espiritual.


2. Aceitação do Sofrimento: Na vida cristã, o sofrimento não é visto como algo a ser evitado a todo custo, mas como uma oportunidade para crescer em santidade e em união com Cristo. A cruz que cada um deve tomar pode ser diferentes: dificuldades pessoais, perseguições por causa da fé, ou outros desafios que nos testam e fortalecem nossa fé.


3. Seguir a Cristo: Não basta apenas tomar a cruz; é necessário seguir Jesus. Isto significa caminhar nos seus passos, imitar seu exemplo de amor, misericórdia, compaixão e justiça. Seguir Jesus é viver uma vida orientada pelo Evangelho, mesmo que isso nos leve a situações de conflito ou rejeição.


Dignidade em Cristo


A frase "não é digno de mim" sublinha a seriedade do chamado ao discipulado. Jesus não está interessado em seguidores casuais ou superficiais. Ele busca aqueles que estão dispostos a entregar tudo por amor a Ele. Ser digno de Jesus é estar preparado para viver de acordo com os valores do Reino de Deus, que muitas vezes são contrários aos valores do mundo.


Reflexão Espiritual


Para o cristão, esta passagem é um convite à introspecção e à renovação do compromisso com Cristo. Perguntas como "Estou realmente disposto a tomar minha cruz?" e "O que preciso renunciar para seguir Jesus mais plenamente?" são fundamentais. A cruz não é apenas um símbolo de sofrimento, mas de amor sacrificial e redentor. Tomá-la é um ato de fé e confiança no plano divino, acreditando que, ao perder nossa vida por Cristo, encontraremos a verdadeira vida.


Conclusão


"Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim" é um chamado profundo e exigente. Jesus nos convida a um discipulado que vai além do superficial, que abraça a cruz como um caminho de amor, redenção e transformação. É uma chamada à autenticidade na fé, ao compromisso inabalável e à disposição de viver e morrer por Cristo, sabendo que em sua cruz encontramos a verdadeira vida e dignidade.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

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