Liturgia Diária
23 – QUINTA-FEIRA
33ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Evangelho: Lucas 19,41-44
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 41 Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela, dizendo:
42 "Se ao menos compreendesses, neste dia, o que te pode trazer a paz! Mas isso está escondido aos teus olhos.
43 Pois virão dias em que os inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão, apertarão o cerco,
44 te arrasarão com os filhos e não deixarão pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada." - Palavra da Salvação.
Reflexão:
"Se ao menos compreendesses, neste dia, o que te pode trazer a paz! Mas isso está escondido aos teus olhos." (Lucas 19,42)
Neste trecho, Jesus expressa tristeza pela cidade de Jerusalém. Ele chora porque reconhece a rejeição e a falta de compreensão do povo em relação à sua mensagem de paz e salvação. Jesus fala sobre a oportunidade perdida de reconhecer o tempo em que foram visitados por Deus, referindo-se à sua própria presença e mensagem.
A ênfase na frase "Se ao menos compreendesses, neste dia, o que te pode trazer a paz!" destaca a importância do entendimento espiritual. Jesus lamenta que a cidade não tenha percebido a verdadeira fonte de paz que ele oferecia.
As palavras seguintes indicam as consequências da rejeição: a cidade será cercada por inimigos, enfrentará situações difíceis e será destruída. Essas palavras têm uma dimensão profética, apontando para eventos futuros, como a destruição de Jerusalém pelos romanos no ano 70 d.C.
A reflexão sobre esse texto nos convida a considerar a importância de reconhecer a presença de Deus em nossas vidas e responder à sua mensagem de amor e salvação. Destaca a necessidade de buscar a paz que vem por meio do entendimento espiritual e da aceitação da mensagem de Cristo.
HOMILIA
"A Tristeza de Deus: Reconhecendo o Chamado à Paz"
Queridos irmãos em Cristo,
Hoje, meditamos sobre as palavras de Jesus registradas no Evangelho segundo Lucas (19,41-44), onde vemos o Senhor expressando profunda tristeza sobre a cidade de Jerusalém. Essa tristeza não é apenas um lamento por um momento específico, mas é um eco que ressoa através dos séculos, tocando os corações de todos nós que buscam compreender a vontade de Deus.
Jesus, ao se aproximar de Jerusalém, chorou sobre ela. Não eram lágrimas de autopiedade, mas uma expressão de dor profunda pela falta de compreensão espiritual da cidade. Ele lamentou que não reconhecessem "o que te pode trazer a paz". Essa paz não é apenas a ausência de conflitos externos, mas a reconciliação com Deus, a harmonia interior que só pode ser encontrada no acolhimento da mensagem de amor e graça de Cristo.
A tristeza de Jesus revela a angústia divina diante da rejeição e da indiferença do povo. Ele anseia que todos compreendam o momento da visitação divina. Em nossas vidas, também somos visitados por Deus de várias maneiras: através da Palavra, dos sacramentos, da comunidade e das experiências cotidianas. A tristeza de Deus persiste quando não reconhecemos esses momentos como oportunidades divinas.
Jesus alerta para as consequências da falta de discernimento espiritual. Ele profetiza sobre a destruição iminente de Jerusalém, uma cidade que não reconheceu o tempo da graça. Isso nos lembra que, se não abraçarmos a mensagem de Cristo, podemos enfrentar as consequências espirituais em nossas vidas.
Hoje, somos desafiados a refletir sobre como temos respondido à visita de Deus em nossas vidas. Será que compreendemos o que nos pode trazer a paz, ou nossos olhos estão obscurecidos pela distração do mundo? O Senhor nos chama a um discernimento mais profundo, a abrirmos os olhos do coração para reconhecermos os sinais da Sua presença e da Sua paz.
Que possamos, como comunidade de fé, responder ao chamado de Deus com corações abertos, buscando a paz que só Ele pode oferecer. Que as lágrimas de Jesus sobre Jerusalém nos movam a uma profunda reflexão sobre a nossa própria resposta ao amor divino. Que, ao compreendermos o que nos pode trazer a verdadeira paz, possamos viver de maneira a honrar a visita de Deus em nossas vidas. Amém.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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