Liturgia Diária
22 – QUARTA-FEIRA
SANTA CECÍLIA
VIRGEM E MÁRTIR
(vermelho, pref. comum, ou dos santos – ofício da memória)
Evangelho: Lucas 19,11-28
Neste trecho, Jesus compartilha a parábola dos talentos, ilustrando a responsabilidade de administrar sabiamente os dons divinos e a importância de reconhecer Sua soberania em nossas vidas.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 11 Enquanto ouviam estas coisas, ajuntando Jesus que a multidão se apertava em volta dele, começou a dizer:
12 "Um homem nobre partiu para uma terra distante, a fim de tomar posse de um reino e voltar depois.
13 Chamou dez servos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: 'Negociai até que eu volte.'
14 Mas os seus concidadãos o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: 'Não queremos que reine sobre nós.'
15 Aconteceu que, depois de voltar, tendo recebido o reino, mandou chamar aqueles servos a quem dera o dinheiro, para saber o que cada um havia negociado.
16 Veio o primeiro, e disse: 'Senhor, a tua mina rendeu outras dez.'
17 Disse-lhe o senhor: 'Muito bem, servo bom! Como foste fiel em coisinha de muito, recebe o governo de dez cidades.'
18 Veio o segundo, e disse: 'Senhor, a tua mina rendeu cinco.'
19 Disse-lhe o senhor: 'Também tu, sê governador de cinco cidades.'
20 Veio outro, e disse: 'Senhor, aqui tens a tua mina, que eu tinha guardado numa bolsa,
21 porque tive medo de ti, que és homem severo; tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste.'
22 Disse-lhe o senhor: 'Pela tua boca te julgo, servo mau. Sabias que eu sou homem severo, que tiro o que não pus e ceifo o que não semeei;
23 por que não puseste, então, o meu dinheiro no banco, para que, vindo eu, o recebesse com os juros?'
24 E disse aos que estavam presentes: 'Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez.'
25 Disseram-lhe: 'Senhor, ele já tem dez minas!'
26 Eu vos digo: A todo o que tem, dar-se-lhe-á, mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
27 Quanto a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os diante de mim.'"
28 Ditas estas coisas, ia à frente, subindo para Jerusalém. - Palavra da Salvação.
Reflexão:
"Eu vos digo: A todo o que tem, dar-se-lhe-á, mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado" (Lucas 19,26)
Este trecho do Evangelho segundo Lucas nos apresenta a parábola dos talentos ou das minas, onde um homem nobre parte para uma terra distante e confia a seus servos uma quantia de dinheiro, esperando que a multipliquem enquanto ele está ausente.
A parábola destaca a responsabilidade e fidelidade dos servos na administração dos recursos que lhes foram confiados. Os dois primeiros servos investiram sabiamente e foram recompensados com responsabilidades maiores. No entanto, o terceiro servo, motivado pelo medo, escondeu o dinheiro e não o multiplicou.
Essa parábola nos chama à reflexão sobre como usamos os dons e recursos que Deus nos confiou. Somos chamados a ser bons administradores, a usar nossos talentos para o bem comum e para a glória de Deus. A recompensa não está apenas na quantidade, mas na fidelidade e no comprometimento com aquilo que nos foi confiado.
Além disso, a parábola nos alerta sobre as consequências da negligência e da recusa em reconhecer a autoridade divina. A atitude daqueles que rejeitaram o senhor na parábola tem implicações sérias.
Em última análise, esta passagem nos encoraja a sermos diligentes na utilização dos dons que Deus nos deu, a sermos fiéis em nossa jornada espiritual e a reconhecermos a soberania de Deus sobre nossas vidas.
HOMILIA
"Multiplicando os Talentos: Compromisso e Responsabilidade"
Queridos irmãos em Cristo,
Hoje, a Palavra de Deus nos presenteia com a parábola dos talentos, uma narrativa rica em ensinamentos que permanecem atemporais e profundamente relevantes para nossas vidas. Ao explorarmos Lucas 19,11-28, somos chamados a refletir sobre o uso sábio e comprometido dos dons que Deus nos confiou.
Na história do senhor que entrega suas minas aos servos antes de partir, encontramos uma representação de Deus confiando-nos talentos, habilidades e recursos enquanto prosseguimos em nossa jornada terrena. Cada um de nós é investido com uma porção única dessas dádivas divinas.
A parábola destaca dois tipos de atitudes: a diligência e a coragem de multiplicar o que foi dado, representadas pelos primeiros servos, e o medo paralisante que levou o terceiro servo a enterrar seu talento.
Refletindo sobre nossas vidas, somos desafiados a perguntar: Como temos gerido os talentos que Deus nos concedeu? Estamos usando-os para o crescimento do Reino de Deus e o bem comum, ou estamos paralisados pelo medo, enterrando nossos dons por receio do fracasso?
O Senhor não nos chama à perfeição, mas à fidelidade e ao compromisso. Ele não nos avalia pela quantidade de talentos, mas pela dedicação em fazê-los frutificar. É mais sobre o que fazemos com o que temos do que sobre a quantidade que possuímos.
A mensagem central desta parábola não é apenas sobre multiplicação financeira, mas sobre o investimento no Reino de Deus. Cada dom, habilidade ou recurso que temos pode ser um instrumento para difundir amor, justiça e compaixão. Somos chamados a ser administradores fiéis desses recursos, buscando o bem de todos.
Além disso, a parábola nos alerta sobre as consequências de negligenciar nossas responsabilidades espirituais. O servo que enterra o talento é repreendido, não por falta de sucesso, mas por falta de tentativa. Deus nos chama a sermos ativos na construção do Seu Reino, independentemente do resultado visível.
Portanto, hoje, diante desta Palavra, somos desafiados a sair da nossa zona de conforto, a superar o medo paralisante e a investir corajosamente na missão que Deus nos confiou. Cada um de nós tem um papel único no grande plano divino, e a nossa fidelidade determina o alcance desse propósito.
Que possamos, como comunidade de fé, encorajar uns aos outros a multiplicar os talentos que recebemos, reconhecendo que, através de nossos esforços coletivos, o Reino de Deus se torna visível e transformador em nosso meio.
Que a graça de Deus nos fortaleça para sermos administradores sábios e corajosos dos dons que Ele nos confiou, para Sua glória e o bem de todos. Amém.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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