segunda-feira, 20 de agosto de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 23,13-22 - 27.08.2018

Liturgia Diária

DIA 27 – SEGUNDA-FEIRA   
SANTA MÔNICA – ESPOSA, MÃE E VIÚVA

(branco – ofício da memória)

Mônica (Argélia, 331 – Roma, 387), mãe de santo Agostinho, pela oração assídua e confiante e por suas lágrimas, alcançou a transformação espiritual do filho. Este, em suas Confissões, descreveu-a como mãe cristã contemplativa e atenta às necessidades dos pobres. Sua perseverança na oração nos ajude em nossa caminhada cristã.

Evangelho: Mateus 23,13-22

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus

– Naquele tempo, disse Jesus: 13“Ai de vós, mestres da lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o reino dos céus aos homens. Vós, porém, não entrais nem deixais entrar aqueles que o desejam.[14] 15Ai de vós, mestres da lei e fariseus hipócritas! Vós percorreis o mar e a terra para converter alguém e, quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno duas vezes pior do que vós. 16Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: ‘Se alguém jura pelo templo, não vale; mas, se alguém jura pelo ouro do templo, então vale!’ 17Insensatos e cegos! O que vale mais, o ouro ou o templo, que santifica o ouro? 18Vós dizeis também: ‘Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela oferta que está sobre o altar, então vale!’ 19Cegos! O que vale mais, a oferta ou o altar, que santifica a oferta? 20Com efeito, quem jura pelo altar jura por ele e por tudo o que está sobre ele. 21E quem jura pelo templo jura por ele e por Deus que habita no templo. 22E quem jura pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado”.

– Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Mateus 23,13-22
«Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Fechais aos outros o Reino dos Céus»

P. Raimondo M. SORGIA Mannai OP
(San Domenico di Fiesole, Florencia, Italia)

Hoje, o Senhor nos quer iluminar sobre um conceito que em si mesmo é elementar, mas que poucos chegam aprofundar: guiar para o desastre não é guiar à vida, senão à morte. Quem ensina morrer ou matar aos demais não é um mestre da vida, senão um “assassino”.

O Senhor hoje está —diríamos— de mau-humor, está justamente enfadado com os guias que extraviam ao próximo e lhe tiram o gosto de viver e, finalmente, a vida: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes mais do que vós» (Mt 23,15).

Há gente que tenta de verdade entrar no Reino dos Céus, e tirar esta ilusão é uma culpa verdadeiramente grave. Têm se apoderado das chaves da entrada, mas para eles representam um “brinquedo”, algo chamativo para ter pendurado no cinturão e nada mais. Os fariseus perseguem os indivíduos, e “andam a caça” para levá-los a sua própria convicção religiosa; não à de Deus, senão à própria; com o fim convertê-los não em filhos de Deus, senão do inferno. O seu orgulho não eleva ao céu, não conduz à vida, senão à perdição. Que erro tão grave!

«Guias —diz-lhes Jesus— cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo» (Mt 23,24). Todo está trocado, revolvido; o Senhor repetidamente há tentado destampar as orelhas e desvendar os olhos dos fariseus, mas diz o profeta Zacarias: «Eles, porém, não quiseram escutar: voltaram-me as costas, revoltados, e taparam os ouvidos para nada ouvir» (Za 7,11). Então, no momento do juízo, o juiz emitirá uma sentença severa: «Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!» (Mt 7,23). Não é suficiente saber mais: faz falta saber a verdade e ensiná-la com humilde fidelidade. Lembremo-nos do que disse um autêntico mestre da sabedoria, Santo Tomás de Aquino: «Enquanto louvam a sua própria bravura, os soberbos envilecem a excelência da verdade!».

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Que a misericórdia de Jesus nos cure da cegueira espiritual
HOMILIA

Que a misericórdia de Jesus nos cure da cegueira espiritual, a qual nos mantém alheios às verdades profundas e verdadeiras e só nos permite enxergar o que queremos.

“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o Reino dos Céus aos homens. Vós porém não entrais, nem deixais entrar aqueles que o desejam” (Mateus 23, 13-14).

Jesus, Mestre e Senhor da bondade e da misericórdia, tratou de modo tão afável e tão terno os doentes, os pecadores e o pior dos pecadores. Todos foram acolhidos com muito amor e com muita ternura pelo coração do Mestre Jesus.

E quando Jesus diz: “ai” quer dizer que dói ou há de doer muito, então a interjeição de Jesus se volta com muita firmeza e dureza contra os fariseus e os doutores da Lei. Muitas vezes, estes se comportam como os grandes conhecedores da Lei Divina, da Palavra de Deus, julgam, condenam os outros e colocam muitas dificuldades para que as pessoas possam viver a Lei de Deus. Estão mais voltados e preocupados com a letra e com a lei do que com o espírito da lei e o espírito da letra. Estão mais preocupados com os preceitos humanos do que com a santificação divina; sobretudo porque, muitas vezes, o comportamento deles não corresponde ao que pregam, ao que ensinam e, principalmente, ao que exigem dos outros. Jesus os repreende, dizendo-lhes: “guias cegos!” (cf. Mt 23, 16)

Deixe-me dizer a você: não existe coisa pior para quem é um guia, para quem é o mestre, para quem é um pai, para quem é uma mãe, para quem é chefe e para quem é um líder do que ser cego. Porque a primeira coisa que a cegueira faz é não nos permitir nos ver a nós mesmos e as realidades como elas realmente o são. Não me refiro à cegueira física, mas sim à terrível cegueira espiritual, à cegueira psicológica, à cegueira que nos mantém alheios às verdades profundas e verdadeiras e só permite que enxerguemos aquilo que queremos enxergar. Como é duro ser cego! O cego conduz os outros e, muitas vezes, os conduz para o erro, ensinando-os a errar e da mesma forma conduzindo a sua vida pelos caminhos errados.

Nós hoje queremos clamar pela misericórdia do coração de Jesus; primeiro, pedindo-Lhe que nos livre do espírito do farisaísmo e da hipocrisia de muitas vezes sermos duros e exigentes demais com os outros; repararmos, olharmos a vida dos outros e não sermos capazes de reparar em nossa própria vida, de revermos nossos próprios erros, nossos próprios limites. E acima de tudo, não sabermos ter um olhar de misericórdia para com os outros, sermos demasiadamente severos na cobrança e na exigência com eles.

Quem é muito duro com os outros não consegue ser, na verdade, autêntico consigo mesmo. Ao passo que quem vive uma autenticidade de vida conhece suas misérias, não é que seja complacente e conivente com o erro dos outros, mas, assim como conhece a misericórdia de Deus conduzindo suas misérias, sabe também ter misericórdia com os limites do outro.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Fonte http://homilia.cancaonova.com


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