domingo, 12 de agosto de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 18,15-20 - 15.08.2018

Liturgia Diária

DIA 15 – QUARTA-FEIRA   
19ª SEMANA COMUM

(verde – ofício do dia)

A liturgia nos convida a lutar contra a maldade e a exercer a caridade para com os irmãos e irmãs que atentam contra a harmonia comunitária. O Senhor nos conceda a graça de contemplar a sua glória.

Evangelho: Mateus 18,15-20

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo eu vos digo, se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles”.

– Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: Mateus 18,15-20
«A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador»

Dom Josep ALEGRE Abade de Santa Mª Poblet
(Tarragona, Espanha)

Hoje celebramos a solenidade da Assunção de Santa Maria em corpo e alma aos Céus. «Hoje diz São Bernardo sobe ao Céu a Virgem cheia de glória e enche de gozo os cidadãos celestes». E acrescentará essas preciosas palavras: «Que presente mais maravilhoso nossa terra envia hoje ao Céu! Com esse gesto sublime de amizade que é dar e receber se fundem o humano e o divino, o terreno e o celeste, o humilde e o nobre. O fruto mais escolhido da terra está aí, de onde procedem as melhores dádivas, e as oferendas, de maior valor. Elevadas às alturas, a Virgem Santa esbanjará suas graças aos homens».

A primeira graça é a Palavra, que Ela soube guardar com tanta fidelidade no coração e fazê-la frutificar desde seu profundo silêncio acolhedor. Com esta Palavra em seu espaço interior, gerando a Vida em seu ventre para os homens, «Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel» (Lc 1,39-40). A presença de Maria fez a alegria transbordar: «Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre» (Lc 1,44), exclama Isabel.

Principalmente, nos faz o dom de seu louvor, sua mesma alegria feita canto, seu Magníficat: «A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador...» (Lc 1,46-47). Que presente mais formoso nos devolve hoje o céu com o canto de Maria, feito Palavra de Deus! Neste canto achamos os indícios para aprender como se fundem o humano e o divino, o terreno e o celeste, e chegar a responder como Ela ao presente que nos faz Deus em seu Filho, através de sua Santa Mãe: para ser um presente de Deus para o mundo e, amanhã, um presente de nossa humanidade a Deus, seguindo o exemplo de Maria, que nos precede nesta glorificação à qual estamos destinados.

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors


A JUSTIÇA DE DEUS NÃO SE CANSA DE NÓS Mt 18,15-20
HOMILIA

Quero lembrar-te que o fato de sermos “irmãos”, não nos isenta da possibilidade de enfrentarmos divergências nos relacionamentos da família da fé, pois a irmandade não elimina a nossa individualidade: temos diferenças de criação, formação, visão, doutrina, teologia, liturgia, estratégia e outras que, sem desejarmos, colocam-nos na situação de ofendidos por algum de nossos irmãos. Por isso, como o pastor que procura a ovelha perdida, a justiça do Reino não se cansa e tenta outra forma de aproximar quem errou: se ele não lhe der ouvidos, tome consigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. À primeira vista, tem-se a impressão de que estaríamos fazendo um cerco em torno de quem errou. Mas essa atitude pode ser vista sob a ótica da justiça do Reino, que tem como princípio fazer de tudo para que o irmão não se perca. E se isso não der certo, toda a comunidade é chamada a se pronunciar: caso não dê ouvidos, comunique à Igreja. E se, depois de esgotados todos os recursos, depois de ter dado a quem errou a oportunidade de ouvir o parecer de toda a comunidade é que a pessoa, por decisão de todos, é excluída: se nem mesmo à Igreja ele der ouvidos, seja tratado como se fosse um pagão ou um cobrador de impostos. Mesmo nesse caso a comunidade deve manter-se em atitude prudente, dando uma chance em longo prazo a fim de que a pessoa se arrependa e volte a ela. Antes de condenar ou excluir alguém, é preciso aprender a justiça do Reino. E ter consciência de que os passos aconselhados por Jesus não são normas rígidas, e sim um modo de agir que tempera com justiça as relações entre pessoas. Em outras palavras, é preciso ser criativo no esforço de recuperar quem erra e se afasta da comunidade. E o espírito que anima essa tarefa não é o da exclusão, mas o da busca para reintegrar.

Tomar decisão de incluir ou excluir pessoas da comunidade não é tarefa fácil, como pretendiam e faziam os chefes de sinagoga daquele tempo. É necessário que tenhamos sempre em conta a advertência de Jesus: se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e a dos fariseus, vocês não entrarão no Reino do Céu. Para tanto, Ele dá algumas indicações, que passam pela necessidade das pessoas se reunirem em nome dele, a fim de, mediante a oração, chegarem a um consenso: se dois de vocês estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir, isto lhes será concedido por meu Pai que está no céu. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.

É urgente que a comunidade esteja sempre ligada à Cristo pelo fato de na comunidade existirem tensões entre os diversos grupos e problemas de convivência: há irmãos que se julgam superiores aos outros e que querem ocupar os primeiros lugares; há irmãos que tomam atitudes prepotentes e que escandalizam os pobres e os débeis; há irmãos que magoam e ofendem outros membros da comunidade; há irmãos que têm dificuldade em perdoar as falhas e os erros dos outros. Somente estando em permanente sintonia com Jesus que nos convida à simplicidade e humildade, ao acolhimento dos pequenos, dos pobres e dos excluídos, ao perdão e ao amor que conseguiremos vencer. Aliás, com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado. Só assim seremos uma comunidade verdadeiramente família de irmãos, que vive em harmonia, que dá atenção aos pequenos e aos débeis, que escuta os apelos e os conselhos do Pai e que vive no amor do Filho, animada pelo Espírito Santo.

Ninguém pode viver a fé de qualquer modo ou abandoná-la quando passar por aflições. As primeiras comunidades cristãs enfrentavam algumas dificuldades de correção fraterna, onde os mais humildes eram vítimas da falta de tolerância. E Jesus vem ensinar o jeito de nos reconciliar com os outros e ajudá-los a se reconciliar. Esse é o caminho que todos nós e nossa comunidade devemos percorrer. Não existe comunidade sem diversidade, nem diversidade sem divergência. Quando esta for detectada, os passos pessoais e comunitários precisam ser responsavelmente tomados na certeza de que é possível construir uma convergência em Deus que proporciona: unidade para ligar como discípulos da comunidade de Jesus somos autorizados a ligar a “terra ao céu”, tudo fazendo para que a vontade de Deus prevaleça sobre a vontade do homem; unidade para acordar a autoridade que deve estar associada a uma espiritualidade que nos impulsiona a estabelecer parcerias de oração e acordos sobre dificuldades no relacionamento para as quais creremos sinceramente que o Pai seja capaz de sanar. Isto exige de nós a unidade para experimentar a presença de Jesus. Construído e vivenciado o acordo terapêutico pela oração, Jesus assegura a Sua presença em nosso meio.

A experiência cristã evidencia que, muitas vezes, não temos nenhum controle sobre o que fazem conosco, mas temos o controle sobre como reagiremos ao que nos foi feito. Percorrer o caminho que vai da tristeza da ofensa para a experiência da plenitude da presença restauradora de Jesus, este é o grande desafio da comunhão da Igreja que precisamos buscar diligentemente! Assim haverá harmonia e paz, concórdia e vida abundante entre nós.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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