Liturgia Diária
DIA 5 – DOMINGO
18º DO TEMPO COMUM
(verde – 2ª semana do saltério)
Pão da vida descido do céu, Jesus sacia a fome da comunidade reunida, transformando-nos em mulheres e homens novos e apontando-nos o caminho da santidade. Ele nos convida a buscar sempre esse alimento, que nos sustenta na caminhada pelos desertos da existência. Neste primeiro domingo do mês vocacional, celebremos em comunhão com os diáconos, padres e bispos do mundo inteiro.
Evangelho: João 6,24-35
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João
– Naquele tempo, 24quando a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. 30Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: “Pão do céu deu-lhes a comer”. 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
– Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 6,24-35
«Senhor, dá-nos sempre desse pão (...) Eu sou o pão da vida»
+ Rev. D. Joaquim FONT i Gassol
(Igualada, Barcelona, Espanha)
Hoje vemos diferentes atitudes nas pessoas que buscam a Jesus: uns comeram o pão material, outros pedem um sinal mesmo quando o Senhor acaba de fazer um prodígio, outros se apressam para encontrá-lo e fazem de boa fé —poderíamos dizer— uma comunhão espiritual: «Senhor, dá-nos sempre desse pão» (Jo 6,34).
Jesus deveria estar muito contente com o esforço por buscá-Lo e segui-Lo. Ensinava a todos e os interpelava de vários modos. A uns dizia: «Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna» (Jo 6,27). Aqueles que perguntaram: «Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?» (Jo 6,28), receberão um conselho prático, naquela sinagoga de Cafarnaum, onde o Senhor promete a Sagrada Comunhão: «Crede».
Você e eu, que tentamos nos meter nas páginas deste Evangelho, vemos refletida nossa atitude? A nós que queremos reviver esta cena, que expressões nos tocam mais? Estamos prontos para o esforço de buscar a Jesus depois de tantas graças, doutrina, exemplos e lições que temos recebido? Sabemos fazer uma boa comunhão espiritual: ‘Senhor dá-nos sempre deste pão que acalma toda a nossa fome’?
O melhor atalho para encontrar a Jesus é Maria. Ela é a Mãe de Família que reparte o pão para os filhos no calor do lar paterno. É a Mãe da Igreja que quer alimentar os seus filhos para que cresçam, tenham forças, sejam felizes, levem a cabo o seu trabalho santamente e sejam comunicativos. Santo Ambrósio, em seu tratado sobre os mistérios, escreve: «E o sacramento que realizamos é o corpo nascido da Virgem Maria. Acaso aqui, a nível da natureza, podemos pedir o corpo de Cristo, se o mesmo Jesus nasceu de Maria por cima das leis naturais?».
A Igreja, mãe e mestra, nos ensina que a Sagrada Eucaristia é «o sacramento da piedade, sinal da unidade, vínculo da caridade, convite Pascal, no qual se recebe a Cristo, e a alma se enche de graça e nos é dada a prenda da glória futura» (Concílio Vaticano II).
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors |
JESUS, O PÃO DA VIDA Jo 6,24-35
HOMILIA
O texto de hoje inicia-se com a observação de Jesus de que muitos o procuravam, não para assumir o seu projeto de vida, nem para segui-lo na doação até a morte, mas simplesmente por causa dos seus milagres, ou sinais, como são chamados no Quarto Evangelho. Uma observação que pode valer para muitas expressões religiosas hoje, em todas as Igrejas cristãs, onde a busca do milagroso e da prosperidade individual tomam o lugar do seguimento diário de Jesus na construção de um mundo onde todos “têm a vida e a vida plenamente” (Jo 11,10), conforme a vontade do próprio Jesus.
Diante desse deslocamento de interesse das multidões, Jesus as adverte que devem trabalhar pelo alimento que não se estraga (v.27). À primeira vista, pode parecer que esse versículo dê corda para uma leitura alienante, espiritualizante, que apresente o seguimento de Jesus como algo somente no nível dito espiritual, sem conseqüências maiores para a sociedade e o mundo atual. Ledo engano! Longe de Jesus pregar uma mensagem que tivesse como resultado o abandono dos pobres e marginalizados, em um mundo cada vez mais desumano e excludente. O que Ele contesta é uma vida que põe a acumulação de bens como sua meta. De novo, uma advertência mais do que atual para os nossos dias, onde a pós-modernidade apresenta o consumismo de bens, e a acumulação deles como garantia de felicidade, e onde se cria uma sociedade excludente, onde não há lugar para quem não pode produzir nem consumir. Jesus quer que haja equilíbrio nas nossas vidas – que os meios materiais sejam usados para que haja uma sociedade de vida digna para todos e não para a acumulação de poucos. Assim contestaria tantas igrejas hoje que pregam a “teologia de retribuição e prosperidade individual”, traços da qual não faltam em alguns grupos dentro da Igreja Católica. Fato é que a busca desenfreada de bens coloca o bem-estar material como centro e finalidade de vida – uma verdadeira idolatria. Isso já foi compreendido mais de duzentos anos antes de Jesus pelo sábio autor de Eclesiastes que escreveu: “Quem gosta de dinheiro nunca se sacia de dinheiro. Quem é apegado às riquezas, nunca se farta com a renda. Isso também é fugaz!” (Ecl 5,9).
É preciso buscar em primeiro lugar o Pão descido do Céu, ou seja, o próprio Jesus. Procurar Jesus implica uma opção pela sua pessoa, mensagem e prática. Não é possível ter uma relação verdadeira com Jesus como pessoa, sem assumir a sua prática, atualizada para as condições de hoje. Num âmbito religioso onde muitas vezes se prega um Jesus que deixa passar tudo, leve, alienado e alienante, que não incomoda, este texto nos leva de volta ao Jesus real, que incomodava tanto que no fim desse capítulo é abandonado pelas multidões e finalmente liquidado por um conluio dos poderes políticos, religiosos, econômicos e judiciais. Longe do Jesus “analgésico” tão em voga hoje.
João nos assegura que quem vai a Jesus como discípulo “nunca mais terá fome, nunca mais terá sede”. Pois o seguimento de Jesus, apesar de não ser fácil, é capaz de saciar os desejos mais íntimos da pessoa humana, o que a simples posse de bens materiais não é capaz.
Nós vivemos num mundo onde nunca houve tanta riqueza, nem tanta pobreza; tanta acumulação e tanta exclusão. Com honestidade, podemos dizer que este modelo globalizado, neoliberal e pós-moderno têm melhorado a qualidade de vida da maioria? Com certeza não. O texto de hoje nos desafia para que re-examinemos a fé que nós temos, a realidade do nosso seguimento de Jesus, as nossas motivações, metas e objetivos de vida. Convida-nos para que coloquemos no centro de nossa existência o projeto de Deus, encarnado em Jesus e continuado nos seus seguidores, de nos alimentarmos com o Pão da Palavra e da Eucaristia, para que tenhamos vontade e força para criarmos o mundo de vida, onde “todos têm a vida e a vida plenamente”!
Pai, dá-me sensibilidade para perceber que a presença de Jesus, na nossa história, é a grande obra que realizaste: dar-nos a vida eterna.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
DIA 5 – DOMINGO
18º DO TEMPO COMUM
(verde – 2ª semana do saltério)
Pão da vida descido do céu, Jesus sacia a fome da comunidade reunida, transformando-nos em mulheres e homens novos e apontando-nos o caminho da santidade. Ele nos convida a buscar sempre esse alimento, que nos sustenta na caminhada pelos desertos da existência. Neste primeiro domingo do mês vocacional, celebremos em comunhão com os diáconos, padres e bispos do mundo inteiro.
Evangelho: João 6,24-35
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João
– Naquele tempo, 24quando a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. 30Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: “Pão do céu deu-lhes a comer”. 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
– Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 6,24-35
«Senhor, dá-nos sempre desse pão (...) Eu sou o pão da vida»
+ Rev. D. Joaquim FONT i Gassol
(Igualada, Barcelona, Espanha)
Hoje vemos diferentes atitudes nas pessoas que buscam a Jesus: uns comeram o pão material, outros pedem um sinal mesmo quando o Senhor acaba de fazer um prodígio, outros se apressam para encontrá-lo e fazem de boa fé —poderíamos dizer— uma comunhão espiritual: «Senhor, dá-nos sempre desse pão» (Jo 6,34).
Jesus deveria estar muito contente com o esforço por buscá-Lo e segui-Lo. Ensinava a todos e os interpelava de vários modos. A uns dizia: «Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna» (Jo 6,27). Aqueles que perguntaram: «Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?» (Jo 6,28), receberão um conselho prático, naquela sinagoga de Cafarnaum, onde o Senhor promete a Sagrada Comunhão: «Crede».
Você e eu, que tentamos nos meter nas páginas deste Evangelho, vemos refletida nossa atitude? A nós que queremos reviver esta cena, que expressões nos tocam mais? Estamos prontos para o esforço de buscar a Jesus depois de tantas graças, doutrina, exemplos e lições que temos recebido? Sabemos fazer uma boa comunhão espiritual: ‘Senhor dá-nos sempre deste pão que acalma toda a nossa fome’?
O melhor atalho para encontrar a Jesus é Maria. Ela é a Mãe de Família que reparte o pão para os filhos no calor do lar paterno. É a Mãe da Igreja que quer alimentar os seus filhos para que cresçam, tenham forças, sejam felizes, levem a cabo o seu trabalho santamente e sejam comunicativos. Santo Ambrósio, em seu tratado sobre os mistérios, escreve: «E o sacramento que realizamos é o corpo nascido da Virgem Maria. Acaso aqui, a nível da natureza, podemos pedir o corpo de Cristo, se o mesmo Jesus nasceu de Maria por cima das leis naturais?».
A Igreja, mãe e mestra, nos ensina que a Sagrada Eucaristia é «o sacramento da piedade, sinal da unidade, vínculo da caridade, convite Pascal, no qual se recebe a Cristo, e a alma se enche de graça e nos é dada a prenda da glória futura» (Concílio Vaticano II).
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors |
JESUS, O PÃO DA VIDA Jo 6,24-35
HOMILIA
O texto de hoje inicia-se com a observação de Jesus de que muitos o procuravam, não para assumir o seu projeto de vida, nem para segui-lo na doação até a morte, mas simplesmente por causa dos seus milagres, ou sinais, como são chamados no Quarto Evangelho. Uma observação que pode valer para muitas expressões religiosas hoje, em todas as Igrejas cristãs, onde a busca do milagroso e da prosperidade individual tomam o lugar do seguimento diário de Jesus na construção de um mundo onde todos “têm a vida e a vida plenamente” (Jo 11,10), conforme a vontade do próprio Jesus.
Diante desse deslocamento de interesse das multidões, Jesus as adverte que devem trabalhar pelo alimento que não se estraga (v.27). À primeira vista, pode parecer que esse versículo dê corda para uma leitura alienante, espiritualizante, que apresente o seguimento de Jesus como algo somente no nível dito espiritual, sem conseqüências maiores para a sociedade e o mundo atual. Ledo engano! Longe de Jesus pregar uma mensagem que tivesse como resultado o abandono dos pobres e marginalizados, em um mundo cada vez mais desumano e excludente. O que Ele contesta é uma vida que põe a acumulação de bens como sua meta. De novo, uma advertência mais do que atual para os nossos dias, onde a pós-modernidade apresenta o consumismo de bens, e a acumulação deles como garantia de felicidade, e onde se cria uma sociedade excludente, onde não há lugar para quem não pode produzir nem consumir. Jesus quer que haja equilíbrio nas nossas vidas – que os meios materiais sejam usados para que haja uma sociedade de vida digna para todos e não para a acumulação de poucos. Assim contestaria tantas igrejas hoje que pregam a “teologia de retribuição e prosperidade individual”, traços da qual não faltam em alguns grupos dentro da Igreja Católica. Fato é que a busca desenfreada de bens coloca o bem-estar material como centro e finalidade de vida – uma verdadeira idolatria. Isso já foi compreendido mais de duzentos anos antes de Jesus pelo sábio autor de Eclesiastes que escreveu: “Quem gosta de dinheiro nunca se sacia de dinheiro. Quem é apegado às riquezas, nunca se farta com a renda. Isso também é fugaz!” (Ecl 5,9).
É preciso buscar em primeiro lugar o Pão descido do Céu, ou seja, o próprio Jesus. Procurar Jesus implica uma opção pela sua pessoa, mensagem e prática. Não é possível ter uma relação verdadeira com Jesus como pessoa, sem assumir a sua prática, atualizada para as condições de hoje. Num âmbito religioso onde muitas vezes se prega um Jesus que deixa passar tudo, leve, alienado e alienante, que não incomoda, este texto nos leva de volta ao Jesus real, que incomodava tanto que no fim desse capítulo é abandonado pelas multidões e finalmente liquidado por um conluio dos poderes políticos, religiosos, econômicos e judiciais. Longe do Jesus “analgésico” tão em voga hoje.
João nos assegura que quem vai a Jesus como discípulo “nunca mais terá fome, nunca mais terá sede”. Pois o seguimento de Jesus, apesar de não ser fácil, é capaz de saciar os desejos mais íntimos da pessoa humana, o que a simples posse de bens materiais não é capaz.
Nós vivemos num mundo onde nunca houve tanta riqueza, nem tanta pobreza; tanta acumulação e tanta exclusão. Com honestidade, podemos dizer que este modelo globalizado, neoliberal e pós-moderno têm melhorado a qualidade de vida da maioria? Com certeza não. O texto de hoje nos desafia para que re-examinemos a fé que nós temos, a realidade do nosso seguimento de Jesus, as nossas motivações, metas e objetivos de vida. Convida-nos para que coloquemos no centro de nossa existência o projeto de Deus, encarnado em Jesus e continuado nos seus seguidores, de nos alimentarmos com o Pão da Palavra e da Eucaristia, para que tenhamos vontade e força para criarmos o mundo de vida, onde “todos têm a vida e a vida plenamente”!
Pai, dá-me sensibilidade para perceber que a presença de Jesus, na nossa história, é a grande obra que realizaste: dar-nos a vida eterna.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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