quarta-feira, 4 de julho de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 6,1-6 - 08.07.2018

Liturgia Diária

DIA 8 – DOMINGO   
14º DO TEMPO COMUM

(verde – 2ª semana do saltério)

Somos convidados a ter nossos olhos e nosso coração fixos em Jesus, que nos acolhe e nos alimenta com sua Palavra e com a Eucaristia. Rejeitado em sua própria terra pelos seus, o Senhor sabe se compadecer de nossas necessidades, fraquezas e angústias e nos fortalece com sua graça. Celebrando a Páscoa semanal, reconheçamos que Deus nos fala também por meio dos simples e pobres.

Evangelho: Marcos 6,1-6

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

– Naquele tempo, 1Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isso? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? 3Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele. 4Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. 5E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. 6E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando.

– Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 6,1-6
«Ele se admirava da incredulidade deles»

P. Joaquim PETIT Llimona, L.C.
(Barcelona, Espanha)

Hoje a Liturgia nos ajuda a descobrir os sentimentos do coração de Jesus: «Ele se admirava da incredulidade deles» (Mc 6,6). Sem dúvida, aos discípulos devia impressionar a incredulidade dos concidadãos do Mestre e a reação de Jesus. Teria parecido mais natural que as coisas tivessem se sucedido de outra maneira: ao chegar à terra em que havia vivido tantos anos, e tendo eles ouvido contar as obras que realizava, a conseqüência lógica seria que O acolhessem com carinho e confiança, que tivessem mais disposição que os demais para escutar seus ensinamentos. Entretanto, não foi assim, pelo contrário: «E Ele se tornou para eles uma pedra de tropeço» (Mc 6,3).

O estranhamento de Jesus com a atitude das pessoas de sua terra mostra um coração que confia nos homens, que espera uma resposta e não fica indiferente perante a falta dela, porque é um coração que se doa em vista do nosso bem. Já o expressou bem São Bernardo, quando escreveu: «O Filho de Deus veio ao mundo e fez tais maravilhas, que tirou nossa compreensão do mundano, para que meditássemos e nunca deixássemos de ponderar suas maravilhas. Deixou-nos horizontes infinitos para entretenimento de nossa inteligência, e um rio caudaloso de idéias que é impossível percorrê-lo todo. Há alguém capaz de compreender por que razão a Suprema Majestade quis morrer para nos dar a vida, quis servir para que nós reinássemos, quis viver desterrado para levar-nos à pátria, e quis rebaixar-se ao mais desprezível e ordinário para nos exaltar acima de tudo?».

Poderíamos pensar como poderia ter mudado a vida dos habitantes de Nazaré se tivessem se aproximado de Jesus com fé. Por isso todos os dias temos que pedir como seus discípulos: «Aumenta a nossa fé!»” (Lc 17,5), para que nos abramos mais e mais à Sua ação amorosa em nós.

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors |


JESUS EM NAZARÉ Mc 6,1-6
HOMILIA

O evangelista Marcos narra que Jesus foi para “sua própria terra”, isto é, para sua cidade de origem, a cidade de sua família, Nazaré. Para Marcos, esta é a última vez que Jesus vai a Nazaré. É também a última vez que entra numa sinagoga, lugar onde os judeus se reuniam aos sábados para ouvir a Palavra de Deus e rezar. No início, quem se admira são os ouvintes. Porém a admiração não os leva à fé em Jesus, e sim a rejeitá-lo. No final desse Evangelho é Jesus quem se admira com a falta de fé do povo daquele lugar. Essa falta de fé no homem-Jesus impede a realização de milagres, isto é, o Reino acaba não acontecendo em Nazaré.

Marcos dá a entender que o povo estava cansado com esse costume. De fato, quando Jesus entra pela primeira vez numa sinagoga e começa a ensinar libertando (cf. 1,21-28), o povo gosta desse novo ensinamento dado com autoridade (cf. 1,27).

Em Nazaré, terra de Jesus, as coisas tomaram rumo diferente. É que Jesus não havia frequentado nenhuma escola de ensino das Escrituras, não fizera nenhuma especialização. Além disso, seu ensinamento é acompanhado de uma prática que liberta as pessoas de qualquer tipo de opressão ou marginalização. Marcos não consegue mostrar Jesus ensinando sem libertar. Mais ainda: seu ensinamento é uma prática que liberta.

Em Nazaré, num dia de sábado, Jesus está ensinando na sinagoga. Mais uma vez o evangelista não diz o que Jesus ensina. Nós não precisamos de explicações, pois conhecemos que tipo de ensinamento é o de Jesus.

O povo que está na sinagoga manifesta sua perplexidade e descrédito em relação a Jesus. A primeira e a segunda levantam suspeita e ceticismo: “De onde ele recebeu tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria?” Por trás dessas objeções está o início da rejeição de Jesus enquanto o Messias. Naquele tempo especulavam muito sobre a origem do Messias. E a conclusão a que chegaram era esta: “Nós sabemos de onde vem esse Jesus, mas, quando chegar o Messias, ninguém saberá de onde ele vem” (Jo 7,27). Jesus, portanto, não poderia ser o Messias, pois sua origem era conhecida por todos. Além disso, para os conterrâneos de Jesus é impossível “fazer teologia” sem passar pela escola dos doutores da Lei e fariseus.

A terceira pergunta levanta suspeitas sobre quem age por meio de Jesus: “E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos?” Um pouco antes, alguns doutores da Lei afirmavam que o chefe dos demônios agia em Jesus, levando-o a expulsar demônios. O povo de Nazaré deixa transparecer essa mentalidade.

A última pergunta sintetiza todas as anteriores: “Esse homem não é o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” É uma pergunta desmoralizante e debochada. Quando se queria desprezar alguém, bastava substituir o nome do pai pelo da mãe. Por isso, a expressão “filho de Maria” (a não ser que José já tivesse morrido), é altamente depreciativa. E a conclusão é muito simples: “Ficaram escandalizados por causa dele”, isto é, seus conterrâneos o rejeitaram.

Jesus, portanto, foi rejeitado porque se apresentou como um trabalhador que cresceu em Nazaré ao lado de parentes, amigos e conhecidos. Seus conterrâneos não descobriram nele nada de extraordinário que pudesse indicá-lo como o Messias de Deus. Mas a extraordinariedade de Jesus-Messias está justamente aí, na encarnação, no fato de não ter nada que possa diferir da condição humana comum. O Filho de Deus se fez como qualquer um de nós, e aqui está o nó da questão. Muitos afirmam que não crêem porque não vêem. Os conterrâneos de Jesus não crêem justamente porque vêem Jesus trabalhador, o filho de Maria, um homem do povo, que não freqüentou nenhuma escola superior, um homem que vem de Nazaré, lugarejo insignificante.

O escândalo da encarnação continua sendo um espinho atravessado na garganta de muito cristão de boa vontade. Por se encarnar nas realidades humanas, Jesus-Messias foi rejeitado. Isso faz pensar no desafio que é a encarnação do evangelho na realidade do povo. Ficaremos paralisados como os conterrâneos de Jesus?

Pai abre minha mente e meu coração, para que eu possa compreender que tu te serves de meios humanamente modestos para realizar as tuas maravilhas.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:


Nenhum comentário:

Postar um comentário