segunda-feira, 9 de junho de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 10:7-13 - 11.06.2025

Liturgia Diária


11 – QUARTA-FEIRA 

SÃO BARNABÉ, APÓSTOLO


(vermelho, pref. dos apóstolos – ofício da memória)


Barnabé, homem pleno do Espírito e da fé, entregou-se à missão com despojamento sereno. Reconheceu em Paulo o potencial da liberdade transformada pelo amor e, sem temor, abriu-lhe portas. Sua vida é testemunho da confiança no outro, da generosidade sem cálculo, da coragem de iniciar o novo. Ao desapegar-se dos bens, revelou que o verdadeiro valor reside na dignidade do agir e na comunhão dos ideais. Que seu exemplo inspire a ação consciente, onde o Espírito move cada um a escolher com responsabilidade, sem coerção, buscando o bem comum.

“Era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11,24).



Evangelium secundum Matthaeum 10,7-13

In Missa “Pro Missionibus”

7 Et euntes, praedicate dicentes: “Appropinquavit regnum caelorum”.
E, indo, pregai, dizendo: “O Reino dos Céus está próximo”.

8 Infirmos curate, mortuos suscitate, leprosos mundate, daemones eicite; gratis accepistis, gratis date.
Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.

9 Nolite possidere aurum neque argentum neque pecuniam in zonis vestris,
Não leveis ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos,

10 neque peram in via neque duas tunicas neque calceamenta neque virgam: dignus enim est operarius cibo suo.
nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão; pois o trabalhador é digno de seu sustento.

11 In quamcumque civitatem aut castellum intraveritis, interrogate quis in ea dignus sit; et ibi manete donec exeatis.
Em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, procurai saber quem ali seja digno; e hospedai-vos com ele até que partais.

12 Intrantes autem in domum, salutate eam.
Ao entrares na casa, saudai-a.

13 Et si quidem fuerit domus digna, veniat pax vestra super eam; si autem non fuerit digna, pax vestra ad vos revertatur.
Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se não for digna, volte para vós a vossa paz.

Reflexão:

A vida, em sua marcha ascendente, clama por atos livres e conscientes que revelem a unidade em movimento. O envio do Cristo é apelo a uma cooperação ativa com a realidade, não pela força, mas pelo amor ofertado em liberdade. Ao doar sem exigir, o espírito se expande; ao confiar no outro, cresce a dignidade do viver. Cada escolha feita sem apego transforma o mundo, pois o Reino se constrói onde o dom se faz caminho, e a paz repousa onde há acolhimento. A missão, então, é impulso interior que reconhece no servir a manifestação mais alta da liberdade criadora.


Versículo mais importante: 

Infirmos curate, mortuos suscitate, leprosos mundate, daemones eicite; gratis accepistis, gratis date.
Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. (Mt 10:8)

Este versículo expressa a essência da ação livre e generosa. Ele ensina que a verdadeira transformação do mundo começa por atos de cura e libertação que nascem da gratuidade interior — um chamado à responsabilidade pessoal e ao serviço sem barganha, fundamento da dignidade humana e do agir consciente.


HOMILIA

O Dom que Gera o Mundo

Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8). Eis a convocação que transcende o tempo, um chamado não a um lugar ou ofício específico, mas a uma maneira de ser. Cada ser humano é um portador de forças interiores que, quando ofertadas livremente, não apenas transformam o outro, mas regeneram a própria realidade.

Este Evangelho nos conduz à compreensão de que o dom gratuito é o verdadeiro motor da evolução do espírito. Quando o ser escolhe, livremente, curar em vez de ferir, dar em vez de acumular, acolher em vez de julgar, ele se inscreve em um processo dinâmico de convergência. Não de massa, mas de interioridade. A missão aqui não é imposta, mas aceita. Não se fundamenta no medo, mas na liberdade que reconhece sua origem no Bem.

A ordem “nada leveis” revela que o mais valioso não se possui — manifesta-se. O caminhar despojado não é um empobrecimento, mas uma confiança ativa no valor da presença, na potência do encontro. Onde há confiança mútua, há fecundidade. Onde a paz é oferecida sem exigência, ali se abre espaço para uma nova forma de comunhão: aquela que respeita a dignidade do outro como centro inviolável.

A paz que se oferece e retorna, caso não acolhida, é uma imagem da liberdade inviolável: nada se força, tudo se propõe. Esta lógica é contrária à dominação e próxima da gênese do verdadeiro progresso — aquele que nasce da união voluntária, do serviço consciente, da responsabilidade pessoal pelo todo.

Assim, o Reino anunciado não desce do alto como imposição, mas emerge de dentro, como fruto de cada ato de amor livre. O mundo novo não virá por força, mas por convergência. E toda vez que alguém escolhe dar gratuitamente o que gratuitamente recebeu, o mundo avança, silenciosa e irreversivelmente, em direção ao seu fulgor final.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

Explicação Teológica Profunda – Mateus 10,8
“Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.”

Este versículo é um núcleo de síntese da missão apostólica e, ao mesmo tempo, uma expressão condensada do dinamismo salvífico do Reino de Deus. Trata-se de um mandato que une ação concreta, poder espiritual e despojamento interior, oferecendo-nos uma teologia encarnada da graça, da liberdade e da comunhão.

1. “Curai os enfermos”

A cura não é apenas física, mas também espiritual, emocional e social. A enfermidade, no contexto bíblico, muitas vezes representa o desequilíbrio da criação e a fratura do homem em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo. Curar é participar da obra redentora de Cristo, restaurando a integridade da pessoa e reconstituindo a imagem ferida do ser humano à sua dignidade originária.

2. “Ressuscitai os mortos”

Mais do que um milagre de ordem biológica, ressuscitar é símbolo da vocação cristã de despertar o que jaz inerte: consciências adormecidas, esperanças mortas, almas paralisadas pela culpa ou pelo medo. Este poder é sinal da vitória do Amor sobre toda forma de negação da vida. A ressurreição é a proclamação de que nada está definitivamente perdido quando Deus age através do ser humano disposto.

3. “Purificai os leprosos”

Na cultura judaica, o leproso era excluído da convivência e do culto. Purificá-lo é, portanto, restituir-lhe não apenas a saúde, mas a pertença, a comunhão, a dignidade. Jesus inverte a lógica da exclusão: o impuro não contamina o puro — o amor puro é que purifica o impuro. Este gesto é sinal da justiça divina que reintegra e do amor que não conhece fronteiras.

4. “Expulsai os demônios”

O exorcismo é mais do que um ato extraordinário: representa o confronto com tudo aquilo que oprime, aliena e desumaniza. Expulsar demônios é desinstalar estruturas invisíveis de poder, medo e escravidão. É tornar o espaço humano novamente habitável por Deus. A missão cristã, assim, não é neutra: ela é libertadora.

5. “De graça recebestes, de graça dai”

Aqui se revela o fundamento teológico de toda ação anterior: a graça. Tudo é dom. A autoridade para curar, ressuscitar, purificar e libertar não brota do mérito, mas da união com Cristo. E porque foi recebida gratuitamente, não pode ser apropriada nem comercializada. A gratuidade é o selo da autenticidade do Reino. Ela preserva a liberdade do dom, impedindo que a missão se transforme em manipulação ou poder.

Conclusão Teológica:
Este versículo revela uma espiritualidade profundamente cristocêntrica e relacional: o apóstolo é um canal, não um dono; um servidor da vida, não um operador do sagrado. Sua força está em reconhecer-se como vaso de barro que porta o tesouro da vida divina. Ao agir em nome de Cristo e pela força do Espírito, ele torna visível a presença do Reino — que é, essencialmente, um Reino de liberdade, reconciliação e dom. Cada gesto apostólico é, por isso, uma epifania da Graça operando no mundo para restaurar todas as coisas em Cristo.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

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Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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