sábado, 7 de setembro de 2024

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 6:12-19 - 10.09.2024

 Liturgia Diária


10 – TERÇA-FEIRA 

23ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)



Evangelho: Lucas 6:12-19


Lucas 6:12-19


12 Naqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite toda em oração a Deus.

13 Quando amanheceu, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais também deu o nome de apóstolos:

14 Simão, a quem deu o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;

15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote;

16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor.

17 Desceu com eles e parou num lugar plano. Estava ali uma grande multidão de seus discípulos e uma grande multidão de gente de toda a Judeia, de Jerusalém e da região costeira de Tiro e Sidônia,

18 que tinham vindo para ouvi-lo e ser curados de suas doenças. E também os que estavam atormentados por espíritos impuros eram curados.

19 E todos da multidão procuravam tocá-lo, porque dele saía uma força que curava a todos.


Reflexão:

"Todos da multidão procuravam tocá-lo, porque dele saía uma força que curava a todos." (Lucas 6,19)

Essa frase destaca o poder transformador de Jesus e sua capacidade de curar e restaurar, refletindo sua profunda conexão divina e o impacto espiritual sobre aqueles que o cercavam.


Neste relato, somos convidados a perceber a profundidade do mistério da presença de Cristo no mundo. Ele passa a noite em oração, elevando-se ao divino para descer e tocar a realidade humana com o poder que emana de sua comunhão com o Pai. A escolha dos apóstolos e a cura dos enfermos revelam uma força que transforma não apenas o corpo, mas o cosmos. Cristo é a fonte de energia espiritual que permeia tudo, transfigurando o caos em ordem e a dor em esperança. Sua missão continua a nos desafiar a ser canais dessa força divina no mundo.


HOMILIA

"Chamados a Ser Co-Criadores da Nova Humanidade"


O Evangelho de Lucas 6,12-19 nos apresenta Jesus em oração profunda, escolhendo seus doze apóstolos e curando as multidões que o cercavam. Ao refletirmos sobre esta passagem, somos convidados a perceber como este evento se conecta diretamente com nossas vidas hoje, em meio aos desafios do mundo moderno. Este texto nos oferece uma chave para entender a dimensão espiritual de nossa existência e o papel que desempenhamos na evolução espiritual da humanidade.

Jesus, ao subir ao monte para orar, revela a necessidade de nos conectarmos com o transcendente antes de tomarmos grandes decisões. Esta subida é um símbolo da nossa busca espiritual, uma ascensão para além das preocupações cotidianas, para um encontro íntimo com o divino. Em tempos de tanta agitação, ruídos tecnológicos e distrações constantes, somos chamados a subir ao "monte interior", a buscar um espaço de silêncio onde possamos discernir o nosso verdadeiro propósito.

A escolha dos doze apóstolos após este momento de oração nos ensina sobre a importância da vocação e da missão na vida de cada um. Eles não foram escolhidos por seus talentos ou status, mas por sua disponibilidade em seguir a Cristo e participar de sua obra. Da mesma forma, somos chamados hoje a participar na construção de uma nova humanidade, onde a justiça, a paz e a dignidade humana sejam realidades vividas. Este chamado é pessoal, mas também coletivo — somos uma comunidade chamada a ser luz no mundo.

Jesus desce do monte e encontra as multidões, curando suas enfermidades e expulsando os espíritos impuros. Esta descida é simbólica da encarnação divina em nossa realidade concreta. Ele não permanece isolado na contemplação, mas traz a força da oração para curar e restaurar o que estava quebrado. Nós, também, somos chamados a descer ao encontro das necessidades do mundo, a sermos portadores de cura e reconciliação onde quer que estejamos.

Hoje, em um mundo ferido por divisões, desigualdades e crises ambientais, a figura de Jesus que cura nos desafia a sermos agentes de transformação. A energia que irradia de Cristo para as multidões é a mesma que devemos canalizar em nossas ações diárias, para curar as feridas da sociedade e colaborar com a criação de um novo futuro, onde o amor, a compaixão e a unidade prevaleçam.

Portanto, à luz desta passagem, somos chamados a ser mais do que simples espectadores da história. Somos chamados a ser co-criadores, agentes ativos de uma nova era espiritual, permitindo que a energia do amor de Deus flua através de nós para transformar o mundo ao nosso redor. Através da oração, da ação e da abertura ao divino, nos tornamos parceiros de Cristo na renovação da humanidade e na construção de uma nova criação.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

A Dinâmica Teológica do Toque Divino

Lucas 6,19 - “Todos da multidão procuravam tocá-lo, porque dele saía uma força que curava a todos.”


1. O Toque como Ato de Fé

A multidão que se reúne em torno de Jesus está em busca de algo mais profundo do que a simples proximidade física; eles procuram tocá-lo como uma expressão de sua fé. O ato de tocar Jesus, no contexto bíblico, transcende o gesto físico e se torna um símbolo de uma profunda conexão espiritual. O toque aqui é uma metáfora da necessidade humana de se unir ao divino para alcançar plenitude e cura. É uma ponte entre a limitação humana e a infinidade do poder divino, revelando que a fé é o canal através do qual essa força de cura se manifesta.


2. A Força Curadora como Poder Divino

A "força que curava" é mais do que um simples poder físico; é uma energia espiritual emanada da própria essência de Jesus, que encarna o poder vivificante de Deus. Este poder é a expressão da graça divina, que opera independentemente da condição humana, mas que é acolhida com abertura por aqueles que tocam Jesus com fé. Essa força curativa é uma extensão do amor divino, que restaura, renova e transforma. Assim, a cura aqui não é apenas física, mas também espiritual, representando uma renovação integral do ser.


3. Cristo como Fonte de Vida

O poder que flui de Jesus é uma manifestação de sua identidade divina como a Fonte da Vida. Em João 10,10, Ele afirma: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância." Em Lucas 6,19, essa vida abundante se concretiza no ato de cura, simbolizando que Jesus é o verdadeiro "doador de vida". Tocá-lo é tocar a própria Vida, o Verbo encarnado, que comunica a todos que se aproximam a sua energia vital e transformadora. Cristo não apenas oferece curas temporárias, mas a plenitude da vida em Deus.


4. A Comunhão que Transforma

A cura não se dá apenas no corpo, mas na alma, porque a força que sai de Jesus não é uma simples energia impessoal, mas uma expressão de comunhão. O toque que cura também é uma imagem da reconciliação e da restauração da relação entre o ser humano e Deus. Jesus, como o mediador desta comunhão, nos ensina que a cura mais profunda é o retorno à intimidade com o Criador, de onde emana todo o bem. Portanto, a multidão que se aglomera em torno de Cristo nos recorda da humanidade em busca de sentido, cura e união com o divino.


5. O Mistério da Encarnação

O mistério da força que emana de Cristo nos remete ao mistério da encarnação: Deus se fez carne para habitar entre nós e nos curar por meio de sua presença. A força que cura é um reflexo do amor encarnado, que entra em nossa realidade para nos transformar de dentro para fora. A encarnação não é apenas a presença de Deus no mundo, mas a atuação de seu poder restaurador na história. Em Jesus, o toque de Deus se torna tangível, e sua força curadora se manifesta no corpo humano.


6. A Cura como Sinal do Reino de Deus

A cura oferecida por Jesus é um sinal escatológico da presença do Reino de Deus entre nós. Onde quer que Jesus vá, ele revela a chegada do Reino, e suas curas são sinais de que este Reino é caracterizado por reconciliação, libertação e renovação de toda a criação. A força que sai de Jesus antecipa a plenitude do Reino, onde não haverá mais dor, doença ou separação. Cada toque que cura é uma proclamação de que o Reino está irrompendo na história, transformando-a desde suas raízes.


7. A Humanidade Restaurada

A força curadora que emana de Cristo restaura a humanidade à sua verdadeira vocação. No início, fomos criados à imagem e semelhança de Deus, mas a queda distorceu essa imagem. Jesus, o novo Adão, vem para restaurar a humanidade, trazendo cura e reconciliação. A cura que ele oferece não é apenas individual, mas coletiva, preparando-nos para viver plenamente em comunidade e em união com Deus. Cada ato de cura é uma restituição da ordem original da criação, onde o ser humano vivia em harmonia com o Criador.


8. Conclusão: A Busca pela Cura Interior

A frase "dele saía uma força que curava a todos" nos chama a uma reflexão sobre a busca interior de cada ser humano pela cura total. Em um mundo cheio de feridas — físicas, emocionais e espirituais — somos lembrados de que em Cristo encontramos a fonte da verdadeira cura. Essa força que cura continua a fluir para aqueles que, como a multidão, se aproximam de Jesus com fé e confiança. O convite de Jesus é para que cada um de nós, em nossa vulnerabilidade, se abra à sua presença restauradora, permitindo que sua força nos toque e nos transforme completamente.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

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Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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