Liturgia Diária
28 – QUINTA-FEIRA
SANTOS INOCENTES, MÁRTIRES
(vermelho, glória, pref. do Natal – ofício da festa)
Evangelho: Mateus 2,13-18
Nesta passagem bíblica, José é instruído por um mensageiro celestial a fugir para o Egito com sua família, evitando a ira de Herodes. Ao descobrir o engano dos magos, Herodes ordena a terrível tragédia em Belém, cumprindo profecias antigas e destacando a busca por refúgio divino em momentos de adversidade.
Mateus 2,13-18 (Bíblia de Jerusalém)
Proclamação do santo Evangelho segundo Mateus – 13 - Depois da partida deles, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar”.
14 - José levantou-se, tomou de noite o menino e sua mãe e retirou-se para o Egito,
15 - onde permaneceu até a morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”.
16 - Vendo Herodes que fora enganado pelos magos, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de toda a região, de dois anos para baixo, conforme o tempo que havia perguntado aos magos.
17 - Cumpriu-se assim o que o profeta Jeremias tinha dito:
18 - “Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação: Raquel chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles não existem mais”. - Palavra da Salvação.
Reflexão
"Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação: Raquel chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles não existem mais" (Mt 2,18)
A passagem do Evangelho segundo Mateus 2,13-18 revela a fragilidade da vida e a presença constante do divino nos momentos mais sombrios. A fuga de José, Maria e Jesus para o Egito reflete a busca por refúgio diante da violência humana. A tragédia em Belém, profetizada por Jeremias, destaca a realidade dolorosa da perda e do luto. No entanto, essa narrativa também ressoa com a esperança divina que guia e protege, revelando um chamado à confiança e à busca de abrigo na presença de Deus, mesmo nos períodos mais desafiadores da vida. Essa reflexão convida-nos a considerar como podemos encontrar consolo e orientação divina em meio às adversidades, confiando na promessa de que, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, Deus está conosco.
HOMILIA
"Trazendo Luz à Escuridão: Reflexões sobre a Sagrada Família, Migração e Justiça "
Caríssimos irmãos em Cristo,
Hoje, mergulhamos nas páginas do Evangelho segundo Mateus (2,13-18), um relato que transcende o tempo, lançando luz sobre os aspectos mais sombrios da condição humana e, ao mesmo tempo, revelando a promessa de esperança divina.
José, Maria e o jovem Jesus são compelidos a fugir para o Egito, evitando a ira de Herodes. Neste ato de fuga, encontramos uma ressonância profunda com as histórias de deslocamento e exílio que permeiam nossa história humana. O cenário contemporâneo, com milhões de pessoas buscando refúgio e segurança, nos lembra que a Sagrada Família, também, foi uma família migrante, enfrentando desafios desconcertantes em busca de abrigo.
A fúria de Herodes, desencadeada pela ameaça à sua autoridade, ecoa ainda hoje nas manifestações de poder desenfreado, na perseguição daqueles que questionam o status quo e na exploração cruel dos mais vulneráveis. A ordem de Herodes de matar os inocentes ressoa nos gritos abafados das crianças que sofrem pela violência, pobreza e negligência em nossas próprias comunidades.
Contudo, não podemos ignorar a profecia de Jeremias que ecoa no versículo 18: "Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação: Raquel chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles não existem mais". Este lamento ressoa nos corações daqueles que perderam entes queridos, nos marginalizados que clamam por justiça e na criação que geme sob o peso da exploração.
Como discípulos de Cristo, somos chamados a responder a esse Evangelho não apenas com lágrimas, mas com ações transformadoras. Devemos nos posicionar contra as injustiças que perpetuam a violência e a opressão. A fuga da Sagrada Família para o Egito nos ensina que, por vezes, encontrar refúgio é um imperativo moral, e devemos ser sensíveis às necessidades daqueles que buscam abrigo.
Que este Evangelho nos inspire a ser a voz da justiça, a mão que oferece refúgio e o coração que chora com aqueles que sofrem. Que possamos ser portadores de esperança em um mundo marcado pela escuridão, lembrando-nos de que, mesmo diante das tragédias, a luz de Cristo resplandece e a promessa divina de redenção persiste.
Que o Espírito Santo nos capacite a agir com coragem e compaixão, guiando-nos na construção de um mundo onde a justiça, a paz e a misericórdia prevaleçam. Amém.
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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