Liturgia Diária
30 – SÁBADO
OITAVA DO NATAL
(branco, glória – ofício próprio)
"Quando um tranquilo silêncio envolvia todas as coisas e a noite chegava ao meio do seu curso, a vossa palavra onipotente, Senhor, desceu do céu, do vosso trono real, como um guerreiro implacável, ao meio da terra condenada à morte. Com uma espada afiada, de ambos os lados, ela atingia todo o lugar e tocava o céu e a terra e criaturas vivas e afluía em turbilhão de morte. Então, enquanto tudo estava envolto num silêncio profundo, a noite em sua carreira veloz já ia a meio, vossa palavra onipotente, do céu real, saltou como guerreiro implacável, para uma terra condenada à morte." (Sb 18,14s).
Evangelho: Lucas 2,36-40
Neste trecho das Escrituras, uma profetisa idosa chamada Ana, dedicada ao serviço divino no templo, testemunha a chegada do Menino Jesus. Seu louvor revela a espera pela redenção de Jerusalém. O relato destaca o crescimento e fortalecimento de Jesus, marcando o início de sua jornada terrena e a presença divina em sua vida.
Lucas 2,36-40 (Bíblia de Jerusalém)
Proclamação do santo Evangelho segundo Lucas – Naquele tempo, "36 Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; casara-se jovem e vivera sete anos com seu marido.
37 Depois, ficara viúva e agora estava com oitenta e quatro anos. Não saía do templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações.
38 Chegando na mesma hora, ela louvava a Deus e falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
39 Depois de cumprirem tudo segundo a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade.
40 O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria. A graça de Deus estava com ele."
- Palavra da Salvação.
Reflexão
"Chegando na mesma hora, ela louvava a Deus e falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém" (Lucas 2:38)
O Evangelho de Lucas 2,36-40 nos presenteia com a figura inspiradora de Ana, uma profetisa devota. Sua vida dedicada ao serviço divino e a percepção aguçada conduzem-na a reconhecer a presença do Messias, Jesus. A narrativa destaca a importância da espera paciente e do reconhecimento das manifestações divinas em nossa jornada. Assim como Ana, somos convidados a cultivar uma conexão constante com Deus, discernindo Sua presença nas diferentes fases de nossas vidas. O crescimento e fortalecimento de Jesus ressaltam a ação da graça divina em meio às circunstâncias cotidianas. Ao contemplarmos este relato, somos desafiados a manter a esperança, a servir com devoção e a reconhecer os sinais divinos, pois a presença de Deus permeia até os momentos mais simples de nossas vidas, guiando-nos rumo à redenção.
HOMILIA
"Ana: Um Testemunho de Devoção, Discernimento e Paciência"
Querida comunidade,
Hoje, mergulhemos na passagem que nos conduz ao coração do Evangelho, onde Ana, a profetisa, emerge como uma luz inspiradora. Sua vida dedicada ao serviço divino e à oração contínua ressoa conosco, convidando-nos a refletir sobre a importância de uma vida de devoção e conexão constante com o sagrado.
Ana, mesmo em sua idade avançada, permanece firme em seu compromisso com Deus. Ela nos lembra que a devoção não conhece limites de tempo ou idade. Cada estágio de nossa jornada é uma oportunidade para nos aproximarmos do divino, para dedicarmos tempo à oração e reflexão.
No encontro de Ana com o Menino Jesus, vislumbramos a capacidade de discernir as manifestações divinas em nossa própria existência. Ela não apenas vê o presente, mas compreende o significado mais profundo do momento. Isso nos desafia a cultivar uma espiritualidade que vai além da superficialidade, penetrando nas camadas mais profundas de nossa fé.
A espera paciente de Ana pela redenção de Jerusalém revela um elemento crucial: a paciência como virtude espiritual. Vivemos em um mundo imediatista, ansioso por resultados rápidos. Contudo, a jornada espiritual muitas vezes exige paciência. A redenção, o entendimento e o crescimento espiritual vêm no tempo de Deus, não no nosso.
Ao contemplarmos o crescimento e fortalecimento de Jesus, somos convidados a reconhecer a presença da graça divina em nossa própria jornada. A graça que nos sustenta, nos renova e nos fortalece, permitindo-nos enfrentar os desafios com esperança e confiança.
Assim, querida comunidade, que a história de Ana nos inspire a uma vida de devoção, discernimento, paciência e confiança na graça divina. Que possamos, como ela, reconhecer os sinais de Deus em nossa caminhada diária, buscando uma espiritualidade profunda e atual. Que esta reflexão nos guie em direção à redenção que todos ansiamos.
Que a paz de Cristo esteja convosco. Amém.
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