Liturgia Diária
27 – TERÇA-FEIRA
SÃO VICENTE DE PAULO
PRESBÍTERO E FUNDADOR
(branco, pref. comum, ou dos santos, – ofício da memória)
Repousa sobre mim o Espírito do Senhor; ele me ungiu para levar a Boa-Nova aos pobres e curar os corações contritos (Lc 4,18).
Vicente nasceu em 1581 na França e lá faleceu em 1660. Foi sacerdote e fundador dos Padres da Missão – os Lazaristas -, bem como das Filhas da Caridade, religiosos e religiosas chamados a consagrar-se inteiramente ao serviço de Cristo nos pobres. Suas preocupações fundamentais foram a evangelização e a caridade, acudindo as crianças abandonadas, as vítimas da guerra e todos os necessitados. A seu exemplo, sintamo-nos envolvidos no serviço da promoção humana.
Evangelho: Lucas 9,51-56
Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o Filho do Homem, a fim de servir / e dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 51Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém 52e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos para preparar hospedagem para Jesus. 53Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. 54Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?” 55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. 56E partiram para outro povoado. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 9,51-56
«Jesus tomou a firme decisão de partir para Jerusalém»
Rev. D. Félix LÓPEZ SHM
(Alcalá de Henares, Espanha)
Hoje, o Evangelho nos oferece dois pontos principais para a reflexão pessoal. Em primeiro lugar, nos diz que «quando se completaram os dias em que ia a ser levado ao céu, Jesus tomou a decisão de ir a Jerusalém» (Lc 9,51). O verbo que usa são Lucas significa “completar”, “consumar”; Jesus leva a plenitude o tempo marcado pelo Padre para completar sua missão salvífica por meio da crucificação, morte e ressurreição. Então ele será glorificado, "levado ao céu". Diante dessa perspectiva, Jesus Cristo “tomou a decisão de subir a Jerusalém”, ou seja, a decisão firme de amar o Pai realizando sua vontade redentora. Jesus morre na cruz dizendo: "Tudo está consumado" (Jo 19,30). O Senhor viveu para cumprir a vontade do Pai e manteve essa atitude de fidelidade até a morte.
Assim devemos viver também, mesmo que experimentemos no caminho que nos leva a Deus a oposição ou a rejeição, o desprezo ou a marginalização por ser fiel ao Senhor. Segundo o Papa Francisco: «O verdadeiro progresso da vida espiritual não consiste em multiplicar os êxtases, mas em saber perseverar nos tempos difíceis: caminhar, caminhar, caminhar; se estiver cansado, pare um pouco e volte a andar, com perseverança.
Em segundo lugar, diante da rejeição dos Os samaritanos, Tiago e João querem fazer descer fogo do céu (cf. Lc 9,54). O Senhor os repreende por seu zelo indiscreto. Devemos nos lembrar da paciência que Deus tem conosco, e ser pacientes com nossos irmãos em seu caminho para Deus, mesmo que eles não respondam imediatamente à sua graça. Deus quer que todos os homens sejam salvos e deu seu único Filho na cruz por todos. Deus esgota todas as possibilidades de se aproximar de cada homem e espera com divina paciência o momento em que cada coração se abre à sua Misericórdia.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Em nosso tempo, a Esposa de Cristo prefere usar a medicina da misericórdia e não empunhar as armas da severidade» (São João XXIII)
«Como desejo que os anos por vir estejam impregnados de misericórdia para poder ir ao encontro de cada pessoa levando a bondade e a ternura de Deus» (Francisco)
«(...) Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é “enviada” a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio (...)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 863)
Outros comentários
«Voltou-se e os repreendeu»
Rev. D. Jordi POU i Sabater
(Sant Jordi Desvalls, Girona, Espanha)
Hoje no Evangelho contemplamos como «Tiago e João disseram: ‘Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu, para que os destrua?’. Ele, porém, voltou-se e os repreendeu. E partirem para outro povoado» (Lc 9,54-55). São defeitos dos Apóstolos, que o Senhor corrige.
Conta a história de um homem que transportava água da Índia, carregava dois cântaros um a cada lado pendurado no extremo de um pau que se apoiava em seus ombros: Um era perfeito, e o outro tinha uma rachadura e perdia água. Este –triste- observava o outro tão perfeito e com vergonha e sentindo-se miserável, disse um dia ao seu amo: sinto muito, que por causa do meu defeito perca metade do meu conteúdo. Ele lhe respondeu: Quando voltarmos para casa repara nas flores que crescem no lado do caminho. E reparou: eram belíssimas flores, mas vendo que continuava a perder água, repetiu: Não sirvo, faço tudo mal. O senhor lhe respondeu: —reparaste que as flores só crescem no teu lado do caminho? Isto porque eu sempre soube que em ti havia uma rachadura, então plantei sementes do teu lado e a cada dia que fazia este trajeto tu regavas as sementes e assim pude recolher estas flores para o altar da Virgem Maria. Sem ti e a tua maneira de ser, não seria possível esta beleza.
Todos, de alguma maneira somos cântaros rachados, mas Deus conhece bem os seus filhos e dá-nos a possibilidade de aproveitar as rachaduras-defeitos para alguma coisa boa. Assim o apóstolo João —que hoje quere destruir—, com a correção do Senhor converte-se no apóstolo do amor nas suas cartas. Não se desanimou com as correções, senão que aproveitou o lado positivo do seu caráter impulsivo —a paixão— para o serviço do amor. Que nós, também sejamos capazes de aproveitar as correções, as contrariedades —sofrimento, fracasso, limitações— para “começar e recomeçar”, tal como São Josemaria definia a santidade: dóceis ao Espírito Santo para convertermos a Deus e sermos seus instrumentos.
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