Liturgia Diária
4 – DOMINGO
23º DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – 3ª semana do saltério)
Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).
Jesus nos desafia a segui-lo, desapegando-nos de todo obstáculo no caminho do discipulado. Decidir-se a caminhar com ele significa discernir e escolher, com sabedoria, os valores agradáveis a Deus, que fazem nascer a nova sociedade. Conduzidos pela bondade do Senhor, nosso refúgio, celebremos o mês da Bíblia, a qual orienta nossa vida cristã.
Evangelho: Lucas 14,25-33
Aleluia, aleluia, aleluia.
Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo / e ensinai-me vossas leis e mandamentos! (Sl 118,135) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim não pode ser meu discípulo. 28Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31Ou ainda, qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se, com dez mil homens, poderá enfrentar o outro, que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 14,25-33
«Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!»
Rev. D. Joaquim MESEGUER García
(Rubí, Barcelona, Espanha)
Hoje, Jesus indica-nos o lugar que deve ocupar o próximo na nossa hierarquia de amor e fala-nos sobre o seguimento a sua pessoa, que é o que deve caracterizar a vida cristã, um itinerário que transcorre por diferentes períodos no qual acompanhamos Jesus Cristo com nossa cruz: «Quem não carrega sua cruz e não caminha após mim, não pode ser meu discípulo» (Lc 14,27).
Entra Jesus em conflito com a Lei de Deus, que nos ordena honrar os nossos pais e amar ao próximo, quando diz: «Se alguém vem a mim, mas não me prefere a seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs, e até à sua própria vida, não pode ser meu discípulo?» (Lc 14,26) Naturalmente que não. Jesus Cristo disse que não veio para derrogar a Lei, mas para levá-la a sua plenitude; por isso Ele lhe dá a interpretação justa. Ao exigir um amor incondicional, próprio de Deus, declara que Ele é Deus, que devemos amá-lo sobre todas as coisas e que devemos ordená-lo em seu amor. Em nosso amor a Deus, que leva-nos a entregar-nos confiadamente a Jesus Cristo, amaremos ao próximo com um amor sincero e justo. Diz Santo Agostinho: «Te arrasta o afã pela verdade de Deus e de perceber sua vontade nas Santas Escrituras».
A vida cristã é uma constante viagem com Jesus. Hoje, muitos acreditam, teoricamente, ser cristãos, mas não viajam com Jesus: ficam no ponto de partida e não começam o caminho, ou o abandonam em seguida, ou fazem outra viagem com outros parceiros. A bagagem para viajar nesta vida com Jesus é a Cruz, cada um com a sua; mas junto à porção de dor que corresponde aos seguidores de Cristo, inclui-se também, o consolo com o qual Deus conforta suas testemunhas em qualquer classe de prova. Deus é a nossa esperança e nele está a fonte de vida.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Aproveita ainda mais os pequenos sofrimentos do que os grandes. Deus não olha tanto para o que se sofre, mas para a maneira como se sofre. Sofrer pouco ou muito, sofrer por Deus, é sofrer como santo» (São Luís Mª Grignion de Montfort)
«Há sempre este caminho que Ele fez primeiro: o caminho da humildade, o caminho também da humilhação, de negar-se a si mesmo e depois ressuscitar. Este é o caminho!» (Francisco)
«(…) Desde o princípio, os primeiros discípulos arderam no desejo de anunciar Cristo: ‘Nós é que não podemos deixar de dizer o que vimos e escutamos' (Act 4, 20). E convidam os homens de todos os tempos a entrar na alegria da sua comunhão com Cristo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 425)
Fonte https://evangeli.net/
AS CONDIÇÕES PARA SEGUIR JESUS Lc 14,25-33
HOMILIA
Jesus instrui os discípulos, apresentando as condições para seguí-lo. Diz que o seguimento deve ser decidido. Jesus pede que odeie pais, mães, filhos e a própria vida. A palavra odiar significa dar preferência, pois o hebraico não tem o verbo preferir. Jesus explica que seguí-lo é mais importante. Mas não dispensa o amor à família e à vida. Aliás, seguindo Jesus, vamos amar mais a família e cuidar melhor da vida, pois vencemos os pecados que destroem a ambos. Ele que ensina o amor, não vai propor o ódio como razão da vida.
Há outra condição para seguí-lo: pegar e carregar a cruz, caminhando atrás dele. É um grande desafio. Ir atrás dele não é somente seguir seus passos, mas viver como Ele viveu. Não se trata de sofrimento, mas de vida entregue, por amor, para a redenção do mundo. Estamos com Ele nessa missão. Para fazer isso, diz Jesus, é preciso calcular bem se vamos assumir com toda radicalidade e perseverança.
Do contrário, vai ser como o rei que saiu para uma guerra e não mediu a força do inimigo. Vai ter que se entregar e negociar a paz. Ou como o outro que começou a construir uma torre e não calculou o quanto iria gastar e não deu conta de continuar. Todo mundo vai debochar dele. É preciso calcular. Do mesmo modo deve agir quem quer seguir Jesus: ver aonde Jesus vai e assumir para valer. Nos tempos atuais sentimos dificuldades de cortar aquilo que impede o seguimento de Jesus, por isso a fé se torna mesquinha e raquítica. Não posso seguir Jesus somente até certo ponto. Não funciona. Não pode ser meu discípulo diz Jesus.
O desapego que Jesus exige para seguí-lo é o mesmo que realizou quando venceu as tentações do demônio. A proposta de Jesus mexe com as estruturas da sociedade. Nós o entendemos quando lemos a carta de Paulo a Filemon. É um bilhete particular que mostra como Paulo pede que Filemon aceite de volta seu escravo, seu escravo fugitivo, Onésimo, não mais como um escravo, mas como irmão querido, na fé, pois Paulo o convertera quando estava na prisão. A escravatura era uma realidade. Paulo não pede que o liberte da escravidão, mas que o faça irmão. Em nosso seguimento de Jesus, teremos que enfrentar as necessidades sociais, mudando os homens em irmãos diante do Senhor.
Seguir significa pegar a cruz: “Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo”. Isso não significa o sofrimento, mas a totalidade da adesão ao amor.
Ser discípulo de Jesus é seguí-lo para uma vida nova e aceitar a revolução que Ele quer fazer em nós desde o nosso desapego às pessoas, da anuência à participação na sua cruz e do abandono de tudo o que temos de material e de humano. O seguimento de Jesus implica na renúncia e no desapego das nossas idéias e vontade própria, como também dos nossos bens, ídolos e projetos. Jesus veio mostrar ao mundo uma nova maneira de ser valorizando o homem na sua dignidade, libertando-o de tudo o que possa escravizá-lo e dominá-lo. Para que nós possamos seguí-lo, nós precisamos nos sentir homens e mulheres livres de nós mesmos. Muitas vezes nós, com a boca, professamos que cremos em Jesus e que desejamos seguí-lo, porém, não fazemos o cálculo de que isto implica em empreendermos uma guerra contra a nossa carne. Por isso, nós fracassamos nos nossos propósitos. Nós precisamos ter convicção que a nossa opção de cristãos e de cristãs se fundamenta na vivência da mensagem evangélica do amor. Quem ama é livre das condições, é livre das circunstâncias, é livre das pessoas. Ama, porque ama com o amor de Jesus.
A cruz é decorrente da nossa vivência do amor, porque amar nos traz consequências. Não é fácil amar, nem tampouco é fácil assumir os encargos que o amor nos propõe. Sentar-se para “calcular os gastos” e ou “examinar as condições” é entregar-se à ação do Espírito Santo que é quem nos capacita a deixarmos tudo e seguirmos a Jesus Cristo como discípulos seus. Assim sendo, quando Jesus nos diz “se alguém vem a mim”, Ele quer nos dizer, se “você quer me seguir você deverá viver a lei do amor; você terá que amar como eu amo; viver como eu vivo; sofrer como eu sofro; pensar como eu penso.” A renúncia maior há de ser do nosso jeito de olhar as coisas, de julgar e de encarar as pessoas, de nos desapegar dos conceitos adquiridos durante a nossa caminhada de vida, consequência da nossa criação, cultura etc. A renúncia a tudo que não combina com o pensamento evangélico e o desapego das coisas e das pessoas, é, portanto, o fundamento para que o reino dos céus viva em nós e Jesus seja o nosso Rei, Senhor e Mestre. Do contrário, estaremos construindo na areia e nunca seremos considerados discípulos e seguidores de Jesus.
Você tem muitos planos? Você já fez os cálculos, do que terá de abdicar para que Jesus seja o seu Mestre? Você é uma pessoa muito arraigada às suas idéias e pensamentos? Você tem procurado amar como Jesus amou? Você tem assumido a sua cruz?
Pai, reforça minha disposição em ser discípulo de teu Reino, afastando tudo quanto possa abalar a solidez de minha adesão a Ti e a teu Filho Jesus.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
Leia também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário