terça-feira, 9 de agosto de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 18,21-19,1 - 11.08.2022

Liturgia Diária


11 – QUINTA-FEIRA  

SANTA CLARA


VIRGEM E FUNDADORA


(branco, pref. comum, ou das virgens, – ofício da memória)



Estes são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5s).


Clara nasceu na Itália em 1194 e lá faleceu em 1253. De família nobre e cristã, bem cedo sentiu-se atraída pelo ideal de pobreza de Francisco de Assis. Fundadora da fraternidade feminina conhecida como Clarissas, transformou em apostolado do sofrimento seus longos anos de enfermidade. A seu exemplo, procuremos trilhar o caminho do despojamento e da humildade.


Evangelho: Mateus 18,21-19,1


Aleluia, aleluia, aleluia.


Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo / e ensinai-me vossas leis e mandamentos! (Sl 118,135) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’ 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros, que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’ 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. 19,1Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Mateus 18,21-19,1

«Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?»


Rev. D. Joan BLADÉ i Piñol

(Barcelona, Espanha)

Hoje, perguntar «quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?» (Mt 18,21), é também perguntar: Estes a quem tanto amo, os vejo com tantas manias e caprichos que me chateiam, que me incomodam com frequência, não falam comigo... E isto se repete este dia e no outro dia. Senhor, até quando tenho que aguentar isso?


Jesus responde com a lição de paciência. Na realidade, os dois devedores coincidem quando dizem: «Tem paciência comigo» (Mt 18,26.29). Mas, enquanto o descontrole do malvado, que já ia sufocando o outro por pouca coisa, lhe ocasionaria a ruína moral e econômica, a paciência do rei, não só salva o devedor, sua família e os bens, como engrandece a personalidade do monarca e gera confiança na corte. A reação do rei, nos lábios de Jesus, nos recorda o livro dos Salmos: «Mas em ti se encontra o perdão, para seres venerado com respeito» (Sal 130,4).


Está claro que precisamos nos opor à injustiça, e, se necessário, energicamente (suportar o mal seria um indício de apatia ou covardia). Mas, a indignação é saudável quando nela não há egoísmo, nem ira, nem sandice, senão o desejo reto de defender a verdade. A autêntica paciência é a que nos leva a suportar misericordiosamente a contradição, a debilidade, as doenças, as faltas de oportunidade das pessoas, dos acontecimentos ou das coisas. Ser paciente equivale a dominar-se a si mesmo. As pessoas susceptíveis ou violentas não podem ser pacientes porque nem pensam nem são donos de si mesmos.


A paciência é uma virtude cristã porque faz parte da mensagem do Reino dos Céus, e se forja na experiência de que todos nós temos defeitos. Se Paulo nos exorta a nos suportarmos uns aos outros (cf. Col 3,12-13), Pedro nos recorda que a paciência do Senhor nos dá a oportunidade de nos salvarmos (cf. 2 Pe 3,15).


Certamente, quantas vezes a paciência do bom Deus nos perdoou no confessionário! Sete vezes? Setenta vezes sete? Quiçá mais!


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Se buscar um exemplo de paciência, encontrara o melhor deles na Cruz. Grande foi a paciência de Cristo na cruz» (São Tomás de Aquino)


«O Senhor toma-se seu tempo. Mas incluso Ele, nesta relação conosco, tem muita paciência. E espera por nós até o final da vida! Pensemos no bom ladrão, que justo ao final, reconheceu a Deus» (Francisco)


«Os leigos recebem a vocação admirável e os meios que permitem ao Espírito produzir neles frutos cada vez mais abundantes. De facto, todas as suas atividades, orações, iniciativas apostólicas, a sua vida conjugal e familiar, o seu trabalho de cada dia, os seus lazeres do espírito e do corpo, se forem vividos no Espírito de Deus, e até as provações da vida se pacientemente suportadas, tudo se transforma em “sacrifício espiritual, agradável a Deus por Jesus Cristo”. Na celebração eucarística, todas estas oblações se unem à do Corpo de Senhor, para serem piedosamente oferecidas ao Pai (...).» (Catecismo da Igreja Católica, n° 901)

Fonte https://evangeli.net/


Precisamos do perdão de Deus e dos irmãos todos os dias

HOMILIA


“Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete’” (Mateus 18,21-22).


 Dentro do nosso coração existem sempre situações onde precisamos ser perdoados, e precisamos perdoar os nossos irmãos. A primeira hipocrisia da qual precisamos nos libertar é a do orgulho e da arrogância, até evangélica. Porque, às vezes, a pessoa acha que ela é a ferida, ela é sempre a machucada, é ela que tem sempre que perdoar. “Eu já perdoei bastante, não perdoo mais”. Mas ela não se toca de que ela precisa muito de perdão, que ela fere, que ela machuca, que ela faz mal ao outro.


Na visão hipócrita religiosa, a pessoa sempre acha que a ferida que o outro causa é, realmente, grande. “O que eu faço não, eu não machuco ninguém. Não faço mal”. Liberte-se dessa visão hipócrita!


Precisamos, todos os dias, do perdão de Deus e dos irmãos, pois somos falhos, negligentes, não somos atenciosos. É a nossa realidade! Tenho que, publicamente, pedir perdão para as pessoas, porque eu não consigo ser, muitas vezes, o padre que eu precisava ser: mais atencioso. Sei que não dou atenção e, muitas vezes, também, intencionalmente, eu falho, sou egoísta, sou grosso com este ou com aquele.


Preciso de perdão, tenho muito que procurar a misericórdia de Deus

Preciso de perdão, tenho muito que procurar a misericórdia de Deus e, todos os dias, fazer um exame de consciência, procurar o sacramento da confissão, porque estou sempre em dívida com meu irmão. E como diz a Palavra: “A ninguém fiqueis devendo nada” (cf. Romanos 13,8).


Não gosto de ter dívida com ninguém, a não ser o amor mútuo. Em termo de amor, estou sempre devendo, estou sempre precisando recorrer ao perdão. E, por favor, não pode ser aquela coisa superficial, tem que ser uma coisa real, autêntica e plena. Eu preciso do perdão!


Na visão dos Pastorinhos, o purgatório está cheio de almas que não foram purificadas. E não adianta, pois se não nos purificarmos, como nos ensina o Evangelho do próprio Mateus: “Se eu não procurar reconciliar-me com meu irmão enquanto estou a caminho, eu vou ser entregue ao juiz. De lá não vou sair até a última moeda ser paga”. Então, estou em dívida com meu irmão, preciso reconciliar-me, preciso procurá-lo.


Olhando o Evangelho de hoje, não sejamos esse empregado “sem vergonha”, pois este tomou consciência da sua dívida, foi pedir perdão (a dívida era grande) e o seu patrão o perdoou. Mas quando veio o outro que devia uma mesquinharia ao empregado, este foi cruel.


Estamos sendo muito cruéis uns com os outros, é a crueldade para perdoar, e esta vai se tornando uma maldade dentro de nós, porque junta rancor, ressentimento, mágoa, e isso vira um caldo que se transforma em ódio dentro de nós, e nos tornamos pessoas implacáveis. “Quem perdoa é Deus, eu não perdoo”.


Sim! Quem perdoa é Deus, mas não sou um filho de Deus? Não sou um seguidor? Não faço comunhão com Deus? Como vou ter comunhão com Ele se não sei, se não aprendi, até hoje, que tenho que perdoar setenta vezes sete? Porque essa é a quantidade de perdão de que eu preciso todos os dias.


A lógica que parece sem lógica é essa: preciso tanto de perdão que eu não posso ser “sem vergonha”. O que eu preciso, eu preciso dar; o que eu desejo para o outro, eu preciso fazer também a ele, mas se vivo aquela visão do mundo egoísta, que eu só tenho que receber e não doar, eu realmente não sei perdoar.


Infelizmente, muitas vezes, estamos vivendo essa tristeza até dentro do nosso ambiente religioso. Irmãos que não se perdoam, irmãos que se fecharam, estão entravados na mágoa, no ressentimento, no rancor, falando mal uns dos outros. Falam até bonito, cantam para Jesus, pregam Jesus, mas quando abrem a boca no cotidiano, é para falar mal uns dos outros.


Sem perdão não há Reino dos Céus!

Deus abençoe você!


Fonte Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. 


Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

 

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

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