Liturgia Diária
6 – DOMINGO
10º DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – 2ª semana do saltério)
O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem tremerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilam e sucumbem (Sl 26,1s).
Formando a grande família de Jesus, somos convidados a celebrar a Eucaristia. Sustentados por ela, renovamos nossa fé, resistimos ao que é enganoso e caminhamos com os pés no chão e o olhar voltado para as realidades do céu. Depositemos no Senhor nossa confiança, pois ele é a fonte de todo bem e nele se encontram a graça e a salvação.
Evangelho: Marcos 3,20-35
Aleluia, aleluia, aleluia.
O príncipe deste mundo agora será expulso; / e eu, da terra levantado, atrairei todos a mim mesmo (Jo 12,31s). -R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 20Jesus voltou para casa com os seus discípulos. E de novo se reuniu tanta gente, que eles nem sequer podiam comer. 21Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si. 22Os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que satanás pode expulsar a satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte, para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo, tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será culpado de um pecado eterno”. 30Jesus falou isso porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”. 31Nisso chegaram sua mãe e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”. 33Ele respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Marcos 3,20-35
«Como pode Satanás expulsar Satanás?»
Pe. Salomon BADATANA Mccj
(Wau, Sudão do Sul)
Hoje, o Evangelho convida-nos a comparar dois inimigos irreconciliáveis: Jesus e o espírito do mal. O Evangelho afirma: «Os doutores da Lei, que tinham descido de Jerusalém, afirmavam: «Ele tem Belzebu!» (Mc 3,22). Este versículo ajuda-nos a compreender a inquietação dos membros da família de Jesus, que queriam levá-lo para casa. Com efeito, como podemos observar, Jesus não é acusado por ter infringido a Lei, ou os costumes judeus, ou o Sábado. Nem sequer é denunciado por blasfemar. Ele é acusado de estar possuído pelo príncipe dos demónios! Tenhamos em conta que esta é uma das primeiras acusações dirigidas a Jesus, antes de o acusarem de violar a Lei Judaica.
Mas interessante é a resposta que Jesus lhes deu: «Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode perdurar (…).Ninguém consegue entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens sem primeiro o amarrar» (Mc 3,23-24.27). Isto mostra que Jesus rejeita completamente a ideia de estar a actuar para Satanás. Por este motivo, começa a expor a parábola da casa do homem forte. De uma ou outra maneira, esta parábola parece apontar directamente para a missão de Jesus. E esta missão mostra o Reino de Deus “amarrando” o homem forte, Satanás, através da salvação realizada por Jesus.
Na verdade, a expulsão dos espíritos malignos demonstra que Ele é mais forte que Satanás. O Papa Francisco, numa audiência geral, afirmou: «No nosso ambiente, basta abrir um jornal para ver que a presença do mal existe, que o Diabo actua. Porém, quero dizer em voz alta: Deus é mais forte! E vós, acreditais que Deus é mais forte?».
«Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado»
Rev. D. Vicenç GUINOT i Gómez
(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)
Hoje, ao ler o Evangelho do dia, não saimos do nosso assombro. «Os escribas vindos de Jerusalém» vêem a compaixão de Jesus pelas pessoas e o seu poder que actua em favor dos oprimidos, e - apesar de tudo - dizem-lhe que «está possuído por Belzebu» e «expulsa os demónios pelo poder do princípe dos demónios» (Mc 3, 22). Realmente ficamos surpreendidos ao ver até onde podem chegar a cegueira e a malícia humanas, neste caso de uns letrados. Têm diante de si a Bondade em pessoa, Jesus, o humilde de coração, o único Inocente e não se apercebem. Eles deviam ser os entendidos, os que conhecem as coisas de Deus para ajudar o povo, e afinal não só não o reconhecem como o acusam de diabólico.
Com este panorama era caso para dar meia volta e dizer: «Ficai aí!». Mas o Senhor sofre com paciência esse juízo temerário sobre a sua pessoa. Como afirmou S. João Paulo II, Ele «é um testemunho insuperável de amor paciente e de humilde mansidão». A sua condescendência sem limites leva-o, inclusive, a tratar de remover os seus corações, argumentando com parábolas e considerações razoáveis. Até que, no final, adverte com a sua autoridade divina que esse fechar de coração, que é rebeldia diante do Espírito Santo, ficará sem perdão (cf. Mc 3,29). E não porque Deus não queira perdoar, mas porque para ser perdoado, primeiro, cada um tem que reconhecer o seu pecado.
Como anunciou o Mestre, é longa a lista de discípulos que sofreram a incompreensão, quando agiam com toda a boa intenção. Pensemos, por exemplo, em Santa Teresa de Jesus quando tentava levar à mais alta perfeição as suas irmãs.
Não estranhemos, portanto, se no nosso caminhar aparecerem essas contradições. Serão indício de que vamos no bom caminho. Rezemos por essas pessoas e peçamos ao Senhor que nos dê resistência.
Fonte https://evangeli.net/
HOMILIA
O evangelho nos fala hoje dos inícios da pregação de Jesus, passado já algum tempo. Jesus surpreende, encanta com as suas palavras, e deixa todo o mundo admirado com seus milagres.
A coisa vai em aumento e faz prever um movimento importante. Diante disso o evangelista São Marcos nos apresenta várias reações.
Primeira, a reação do povo, que simplesmente gosta e se entusiasma. Mas há também outras duas reações: os parentes se preocupam, acham que ele exagera, se expõe demais, “está fora de si”, e a coisa pode ficar fora de controle.
Eles saem à sua procura com o propósito de convencê-lo para voltar a casa. Vão junto com a mãe dele.
Isto não é dito aqui, mas Maria está no fim, entre aqueles que chegam e pedem para falar com Jesus. Maria certamente não pensava que o seu filho estivesse fora de si, mas possivelmente queria lhe dar algum conselho de prudência, como tantas vezes fizera anteriormente.
No fim do evangelho de hoje Jesus toma posição: agora é a hora da Palavra de Deus. Quem a escuta e acredita entra a fazer parte da “minha” família, da nova família de Deus. Estes são agora meu irmão, minha irmã, minha mãe. Maria entende, e sabemos que fica com Jesus até o fim.
Mas há também outra reação: a dos escribas e fariseus. Eles também se preocupam. Não gostam que Jesus seja um mestre independente, não gostam que o povo vá atrás dele, e procuram desmoralizá-lo: se ele expulsa os demônios é porque está de acordo com o mesmo demônio.
Os dois estão combinados para enganar a gente, e o que fazem é uma pantomima. Jesus responde: se o demônio expulsa a si mesmo, está condenado ao fracasso.
Mas Jesus vai mais longe: qualquer pecado pode ser perdoado, menos o pecado e a blasfêmia contra o Espírito Santo. Este é um pecado eterno.
Essas palavras são inquietantes. Que pecado é esse, “contra o Espírito Santo”?
Jesus fala aos escribas e fariseus, que distorcem o sentido dos milagres que Jesus faz. Não querendo ver neles a mão de Deus, preferem dizer, por interesse próprio, que Jesus está possuído pelo demônio e age pelo poder do maligno.
Neste caso, quantos mais milagres e expulsões Jesus realizasse, mais eles iriam se convencer que Jesus era “do mal”. Deste modo eles próprios fechavam para si o caminho da conversão.
Deus perdoa todo aquele que se arrepende, mas aquele que persiste em fechar os olhos para não ver a luz, ele mesmo se condena a ficar nas trevas.
Contudo as palavras de Jesus não são ditas apenas para os fariseus: nós também deveríamos nos perguntar se muitas vezes não preferimos a mentira ou a meia verdade que nos interessa e agrada, à plena luz da verdade que nos incomoda.
Pecar contra o Espírito Santo é pecar contra a verdade de Deus. Amar a verdade mais que a nós mesmos é a condição para encontrar a verdade plena, para encontrar o Deus verdadeiro.
(Pe Jaime Sánchez Bosch)
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