quinta-feira, 10 de junho de 2021

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 2,41-51 - 12.06.2021

Liturgia Diária


12 – SÁBADO  

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA


(branco, pref. de Maria [“e na veneração”], – ofício da memória)



Meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).


A propagação do culto ao Imaculado Coração de Maria ocorreu principalmente graças ao empenho de São João Eudes, no século 17, que o celebrava com sua família religiosa, os Oratorianos. Mais tarde, no século 20, o papa Pio 12, que alimentava particular devoção a Maria, tornou a memória obrigatória para toda a Igreja. Deixemo-nos mover pelo coração solidário de Maria em favor dos necessitados.


Evangelho: Lucas 2,41-51


Aleluia, aleluia, aleluia.


Bendita é a Virgem Maria, / que guardava a Palavra de Deus, / meditando-a no seu coração (Lc 2,19). – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 41Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. 49Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas essas coisas. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 2,41-51

«Sua mãe guardava todas estas coisas no coração»


Rev. D. Jordi PASCUAL i Bancells

(Salt, Girona, Espanha)

Hoje celebramos a memória do Coração Imaculado de Maria. Um coração sem mancha, cheio de Deus, aberto totalmente a obedecer-lhe e escutar-lhe. O coração, em linguagem da Bíblia, refere-se ao mais profundo da pessoa, de onde emanam todos os seus pensamentos, palavras e obras. O que emana do coração de Maria? Fé, obediência, ternura, disponibilidade, espírito de serviço, fortaleza, humildade, simplicidade, agradecimento, e todo um rol infindável de virtudes.


Por quê? A resposta a encontramos nas palavras de Jesus: «Onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração» (Mt 6,21). O tesouro de Maria é o seu Filho, e nele tem posto todo o seu coração; os pensamentos, palavras e obras de Maria têm como origem e como fim contemplar e agradar ao Senhor.


O Evangelho de hoje dá-nos uma boa mostra disso. Depois de narrarmos a cena do menino Jesus perdido e encontrado no templo, diz-nos que «sua mãe guardava todas estas coisas no coração» (Lc 2,51). São Gregório de Nisa comenta: «Deus deixa-se contemplar pelos que têm o coração purificado». Que guarde Maria no seu coração? Desde a Encarnação até a Ascensão de Jesus ao céu, passando pelas horas amargas do Calvário, são tantas e tantas recordações meditadas e aprofundadas: a alegria da visita do anjo Gabriel manifestando-lhe o desígnio de Deus para Ela, o primeiro beijo e o primeiro abraço a Jesus recém-nascido, os primeiros passos de seu Filho na terra, ver como ia crescendo em sabedoria e em graça, a sua “cumplicidade” nas bodas de Caná, os ensinamentos de Jesus na sua pregação, a dor do salvador da cruz, a esperança no triunfo da Ressurreição.


Peçamos a Deus ter o gozo de amá-lo cada dia de um modo mais perfeito, com todo o coração, como bons filhos da Virgem.


JESUS NO TEMPLO Lc 2,41-51a

HOMILIA


A narrativa de Jesus entre os doutores encerra o chamado evangelho da infância, indicando sua identidade e missão.  Está centrada na indagação que supõe uma afirmação cristológica cuja verdade é inegável para a fé: Não sabíes que devo na Casa de meu Pai?  Deste modo, Jesus começa a revelar-se mediante a alusão ao relacionamento especialíssimo com Deus seu Pai.  Esta relação Pai-Filho há de caracterizar suas opções e todas as suas opções e todas as suas ações.  Por isso, a narrativa não só encerra uma etapa – a infância – mas nos introduz dinamicamente no modo cristológico de leitura do que será narrado a seguir.  Mais do que curiosidade ou reconstituição de palavras e fatos, trata-se de ler os ditos e feitos em sintonia com a decisão de Jesus em cumprir a vontade de projeto salvífico do Pai, no Espírito Santo.


A união de Jesus com o Pai explica sua sabedoria.  Tal sabedoria é revelada precisamente no templo, a casa do seu Pai, em meio aos doutores, mestres ou sábios, ouvindo e também perguntando e, sobretudo, causando admiração pela profundidade de suas respostas.  Participa, pois, da discussão conforme o método das escolas rabínicas, após ter completado doze anos, iniciando sua maturidade, como qualquer jovem judeu, crescendo em sabedoria, estatura e em graça, diante de Deus e dos homens, mas já revelando o que durante a vida pública será uma das marcas de seu ministério profético: o ensinamento constante com sabedoria e autoridade.


A surpresa da Mãe, a angústia da procura de José e de Maria diante da perda e a incompreensão da resposta dada por Jesus convidam à reflexão da pergunta por ele formulada: Não sabíeis…?  A resposta é o próprio segredo de Jesus a ser desvendado progressivamente em sua vida pública, máxime na morte e na ressurreição.  Segredo que consiste precisamente no ocupar-se das realidades do Pai a nosso favor: seu plano salvífico.  Mesmo retornando a Nazaré, sua cidade, e sendo submisso a Maria e a José, o prioritário na vida e na missão de Jesus não podia ser condicionado por sua família.  Sem dizer explicitamente, Lucas nos faz entrever que a missão de Maria e de José aos poucos há de chegar ao cumprimento.  A autonomia de Jesus em relação a ambos e a todos só se daria após o batismo como ato inaugural de sua tal liberdade em face à missão, ao ser acolhido, autorizado e confirmado pelo próprio Pai como Filho bem amado.  Nesse sentido, é possível também compreender por que o evangelista alude ao fato que Jesus crescia, pois o tempo da verdadeira maturidade ou da autonomia e da plena manifestação ainda não chegaria.


Embora sendo o Filho do Altíssimo, o Messias viverá a condição humana integralmente.  Veja: o menino crescia, tornava-se robusto, enchia-se de sabedoria e a graça de Deus estava com ele.  Portanto Jesus experimentará as leis naturais do crescimento, tanto no plano físico quanto no espiritual.  Passando pelas etapas normais da infância e da adolescência até chegar à maturidade, viverá sua missão num extraordinário esvaziamento da sua condição divina.  Por isso, Nazaré, sua cidade, é o símbolo forte da vivência em família na qual expressa, no silêncio ou no ocultamento, a sua fidelidade incondicional ao Pai dentro da absoluta fidelidade à sua condição humana. 


Fonte  https://homilia.cancaonova.com/

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