Liturgia Diária
17 – QUINTA-FEIRA
11ª SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)
Ouvi, Senhor, a voz do meu apelo, tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meu protetor, não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador! (Sl 26,7.9)
As comunidades não estão imunes ao risco de abandonar o Evangelho de Cristo para assumir “outro Evangelho”, pregado por líderes inconsequentes. Ao Pai peçamos a graça da fidelidade na caminhada e na missão.
Evangelho: Mateus 6,7-15
Aleluia, aleluia, aleluia.
Recebestes um espírito de adoção, / no qual clamamos Aba! Pai! (Rm 8,15) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 6,7-15
«O vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes»
Rev. D. Emili MARLÉS i Romeu
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, o Senhor quer nos ajudar a crescer em um tema central de nossa vida cristã: A oração. Nos adverte que não devemos rezar como os pagãos que tentam convencer a Deus sobre aquele que querem. Muitas vezes pretendemos conseguir o que desejamos a través da insistência, fazendo-se de "pesado" com Deus, acreditando que seremos capazes de nos fazer ouvir com a nossa verborragia. O Senhor nos lembra que o Pai está constantemente solícito da nossa vida e que, a todo o momento, sabe o que precisamos antes de lhe pedir (cf. Mt 6,8). Vivemos com essa confiança? Estou ciente de que o Pai está constantemente lavando meus pés e que ele sabe melhor do que ninguém o que eu preciso o tempo todo (em grandes e pequenas coisas)?
Jesus nos abre um novo horizonte de oração: A oração de quem se dirige a Deus com a consciência de um filho. O tipo de relação que tenho com uma pessoa determina a maneira na que pedimos as coisas, e também aquilo que posso esperar dela. De um pai, e especialmente do Pai celestial, eu posso esperar tudo e sei que ele cuida da minha vida. Por isso Jesus, que vive sempre como um autêntico filho, nos diz «não fiquem preocupados por sua vida: o que você vai comer» (Mt 6,25). Realmente tenho esta consciência de filho? Dirijo-me a Deus com a mesma familiaridade com que o faço com meu pai ou com minha mãe?
Depois, Jesus nos abre seu coração, e nos ensina como é sua relação/oração com o Pai para que a façamos também nossa. Com a oração do “Pai Nosso” Jesus nos ensina a viver como filhos. São Cipriano tem um conhecido comentário ao “Pai Nosso”, que nos diz: «Devemos lembrar e saber que, quando chamamos “Pai” a Deus, temos que agir como seus filhos, a fim de que ele tenha compaixão de nós, como nós nos temos de tê-lo como Pai».
«Se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará»
+ Rev. D. Joan MARQUÉS i Suriñach
(Vilamarí, Girona, Espanha)
Hoje, Jesus nos sugere um grande e difícil ideal: o perdão das ofensas. E estabelece uma medida muito razoável: a nossa: «De fato, se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará; Mas, se vós não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas» (Mt 6,14-15). Em outro lugar havia mostrado a regra de ouro a da convivência humana: «Tudo, portanto, quanto desejais que os outros vos façam, fazei-o, vós também, a eles» (Mt 7,12).
Queremos que Deus nos perdoe e que os outros também o façam; mas nós nos resistimos em fazê-lo. Custa pedir perdão; mas dá-lo custa ainda mais. Se fôssemos humildes de verdade, não nos seria tão difícil; contudo o orgulho faz com que ele seja trabalhoso. Por isso podemos estabelecer a seguinte equação: a maior humildade, a maior facilidade; o maior orgulho, maior dificuldade. Isto lhe dará uma pista para conhecer seu grau de humildade.
Acabada a guerra civil espanhola (ano 1939), uns sacerdotes ex-reclusos celebraram uma missa de ação de graças na igreja de Els Omells. O celebrante, depois das palavras do Pai Nosso «perdoa nossas ofensas», ficou parado e não podia continuar. Não se via com ânimos de perdoar a quem lhes haviam feito padecer tanto ali mesmo num campo de trabalhos forçados. Passados uns instantes, no meio de um silêncio que se podia cortar, retomou a oração: «assim como nós perdoamos aos que nos ofendem». Depois se perguntaram qual tinha sido a melhor homilia. Todos estiveram de acordo: a do silêncio do celebrante quando rezava o Pai Nosso. Custa, mas é possível com a ajuda do Senhor.
Além disso, o perdão que Deus nos dá é total, chega até o esquecimento. Marginamos muito rápido os favores, mas as ofensas... Se os matrimônios as soubessem esquecer, se evitariam e se poderiam solucionar muitos dramas familiares.
Que a Mãe de misericórdia nos ajude a compreender aos demais e a perdoá-los generosamente.
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