Liturgia Diária
24 – QUINTA-FEIRA
NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA
(MISSA DO DIA)
Houve um homem enviado por Deus: o seu nome era João. Veio dar testemunho da luz e preparar para o Senhor um povo bem-disposto a recebê-lo (Jo 1,6s; Lc 1,17).
Já no século 4º havia celebrações litúrgicas em honra de São João Batista. Isso comprova o grande apreço e a cordial veneração que os fiéis tinham por ele – com razão, pois, conforme dizia Jesus, João é muito mais que um profeta (cf. Lc 7,26) e o maior entre os nascidos de mulher. Deixemo-nos envolver pela eloquente figura de João Batista e celebremos seu nascimento com vibração e fé.
Evangelho: Lucas 1,57-66.80
Aleluia, aleluia, aleluia.
Serás chamado, ó menino, o profeta do Altíssimo: / irás diante do Senhor, preparando-lhe os caminhos (Lc 1,76). –R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe, porém, disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome”. E todos ficaram admirados. 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele. 80E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 1,57-66.80
«Pelos seus frutos os conhecereis»
+ Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret
(Vic, Barcelona, Espanha)
Hoje, apresenta-se perante o nosso olhar um novo contraste evangélico, entre as arvores boas e as más. As afirmações de Jesus a este respeito são tão simples que parecem quase simplistas. E é justo dizer-se que não o são em absoluto! Não o são como não o é a vida real de cada dia.
Esta ensina-nos que há bons que degeneram e acabam dando frutos maus e que, pelo contrário, há maus que acabam dando frutos bons. O que significa pois, em definitiva, que «toda árvore boa produz frutos bons (Mt 7,17)»? Significa que aquele que é bom o é na medida em que não desanima obrando bem. Obra bem e não se cansa. Obra o bem e não cede perante a tentação de obrar mal. Obra bem e persevera até ao heroísmo. Obra o bem e, se por acaso chega a ceder frente ao cansaço de atuar assim, de cair na tentação de obrar o mal, ou de assustar se perante a exigência inegociável, reconhece-o sinceramente, confessa-o de veras, arrepende-se de coração e… volta a começar.
Ah! E o faz, entre outras razões, porque sabe que se não dá bom fruto será cortado e deitado ao fogo (o santo temor a Deus guarda a vinha e as boas vides!), e porque, conhecendo a bondade dos outros através das boas obras, sabe, não apenas por experiência individual, mas também por experiência social, que ele só é bom e pode ser reconhecido como tal através dos feitos e não apenas das palavras.
Não basta dizer: «Senhor, Senhor!». Como nos recorda Santiago, a fé acredita-se através das obras: «Mostra-me a tua fé sem as obras que eu pelas obras te farei ver a minha fé» (Sant 2,18).
A PROFECIA DE ZACARIAS Lc 1,57-66.80
HOMILIA
A Igreja celebra o nascimento de João como acontecimento sagrado: não há nenhum, entre os nossos antepassados, cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: isto tem, sem dúvida, uma explicação. E se não a damos tão perfeita como exige a importância desta solenidade, meditemos ao menos nela, mais frutuosa e profundamente.
João nasce de uma anciã estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem. O futuro pai de João não acredita que este possa nascer e é castigado com a mudez; Maria acredita, e Cristo é concebido pela fé. Eis o assunto, que quisemos investigar e prometemos tratar. E se não formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério, por falta de capacidade ou de tempo, melhor vo-lo ensinará Aquele que fala dentro de vós, mesmo estando nós ausentes, Aquele em quem pensais com amor filial, que recebestes no vosso coração e de quem vos tornastes templos.
João apareceu como o ponto de encontro entre os dois testamentos, o Antigo e o Novo. O próprio Senhor o testemunha quando diz: A Lei e os Profetas até João Baptista. João representa o Antigo e anuncia o Novo. Porque representa o Antigo, nasce de pais velhos; porque anuncia o Novo, é declarado profeta quando está ainda nas entranhas de sua mãe. Na verdade, ainda antes de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Santa Maria. Já então ficava assinalada a sua missão, ainda antes de nascer; revelava-se de quem era o precursor, ainda antes de O ver. São realidades divinas que excedem a limitação humana. Por fim, nasce; é-lhe dado o nome e se solta a língua do pai. Reparemos no simbolismo que estes fatos representam.
Zacarias cala-se e perde a fala até ao nascimento de João, o precursor do Senhor; e então recupera a fala. Que significa o silêncio de Zacarias senão que antes da pregação de Cristo o sentido das profecias estava, em certo modo, latente, oculto e fechado? Mas tudo se abre e faz claro com a vinda d’Aquele a quem elas se referiam. O fato de Zacarias recuperar a fala ao nascer João tem o mesmo significado que o rasgar-se do véu no templo, ao morrer Cristo na cruz. Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Se solta a língua porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: Quem és tu? E ele respondeu: Eu sou a voz de quem clama no deserto. João é a voz; mas o Senhor, no princípio era a Palavra. João é a voz passageira; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna.
Não sei até que ponto a Igreja vai permitir a utilização do nome desse santo homem para rotular uma festa que não tem mais nada a ver com ele, e que chega a ser até uma falta de respeito pela memória dele.
Que ao menos nós, cristãos conscientes, saibamos dar o devido valor ao anunciador de Jesus, nosso querido João Batista, e comemoremos com a nossa família e amigos, relembrando a mensagem trazida por ele: “Fazei penitência, porque está próximo o Reino dos Céus.” (Mt 3,2).
Pai toma-me sob a tua proteção e robustece-me com o teu Espírito, de modo que eu possa cumprir, com coragem e fidelidade, as tarefas do Reino que me são confiadas.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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