Liturgia Diária
DIA 10 – SEXTA-FEIRA
3ª SEMANA DA PÁSCOA
(branco – ofício do dia)
O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra, aleluia! (Ap 5,12)
Jesus, que nos reúne, é sustento e garantia de vida eterna para todos os que o seguem. Seu evangelho transforma nossa vida e nos torna suas testemunhas.
Evangelho: João 6,52-59
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue / em mim permanece e eu vou ficar nele (Jo 6,56). – R.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 52os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”. 59Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 6,52-59
«Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós»
Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch
(Salt, Girona, Espanha)
Hoje, Jesus faz três afirmações capitais como são: que se deve comer a carne do Filho do homem e beber o seu sangue, que se não se comunga não se pode ter vida; e que esta vida é a vida eterna e é a condição para a ressurreição (cf. Jo 6,53.58). Não há nada no Evangelho tão claro, tão rotundo e tão definitivo como estas afirmações de Jesus.
Não sempre os católicos estamos à altura do que merece a Eucaristia: às vezes se pretende “viver” sem as condições de vida assinaladas por Jesus e, contudo, como tem escrito João Paulo II, «a Eucaristia é um dom demasiado grande para admitir ambigüidades e reduções».
“Comer para viver”: comer a carne do Filho do homem para viver como o Filho do homem. Este comer se chama “comunhão”. É um “comer”, e dizemos “comer” para que fique clara a necessidade de assimilação, da identificação com Jesus. Comunga-se para manter a união: para pensar como Ele, para falar como Ele, para amar como Ele. Aos cristãos fazia-nos falta a encíclica eucarística de João Paulo II, A Igreja vive da Eucaristia. É uma encíclica apaixonada: é “fogo” porque a Eucaristia é ardente.
«Ardentemente desejei comer convosco esta ceia pascal, antes de padecer» (Lc 22,15), dizia Jesus ao entardecer da Quarta-feira Santa. Temos de recuperar o fervor eucarístico. Nenhuma outra religião tem uma iniciativa semelhante. É Deus que entra no coração do homem para estabelecer aí uma relação misteriosa de amor. E desde aí se constrói a Igreja e se faz parte no dinamismo apostólico e eclesiástico da Eucaristia.
Estamos tocando a entranha mesma do mistério, como Tomás, que apalpava as feridas de Cristo ressuscitado. Os cristãos teremos de revisar a nossa fidelidade ao fato eucarístico, tal como Cristo o tem revelado e a Igreja nos o propõe. E temos de voltar a viver a “ternura” para a Eucaristia: genuflexões pausadas e bem feitas, incremento do número de comunhões espirituais... E, a partir da Eucaristia, os homens nos aparecerão sagrados, tal como são. E lhes serviremos com uma renovada ternura.
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors |
Jesus Eucarístico é o pão celestial
HOMILIA
Irmãos e irmãs, o Evangelho próprio da liturgia da Palavra de hoje, Jo 6,52-59, termina expressando: «Jesus falou estas coisas ensinando, na sinagoga, em Cafarnaum» (v. 59). Quando alguém visita a atual Cafarnaum, na Terra Santa, encontra uma grande placa ao passar por uma das entradas daquela localidade, na qual se lê: “Cidade de Jesus”.
Assim Cafarnaum entrou para a história: o lugar utilizado como uma espécie de “quartel general” de Cristo, pois de lá, muitas vezes, Jesus partia e retornava das missões e se hospedava na casa da família de Pedro. Também se encontram, ali, as ruínas da sinagoga frequentada por Cristo e citada no Evangelho de hoje.
Neste contexto material e geográfico, Jesus revela, surpreendentemente, um alimento que não podia faltar naquela cidade, nos lares e na missão da Igreja: «Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia» (v. 54).
Um alimento espiritual, sacramental e escatológico que se chama, antes de tudo, Jesus Cristo! Jesus Eucarístico é o Pão Celestial! Ele estava em sua cidade e próximo de lugares que O acolhiam, mas Ele quis mais… muito mais! Ele quis fazer morada em nós e permanecer para sempre numa comunhão de vida eterna, por fundamentar-se no amor eterno de Deus pela humanidade. Um Amor que se traduz em entrega total e eucarística: “Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele… Quem se alimenta com este pão viverá para sempre” (v. 56.58).
Sabemos o que é entrar e sair de uma casa e cidade, mas permanecer para sempre realmente é uma experiência que foge completamente às capacidades puramente racionais, físicas e temporais. O impacto do espaço e do tempo atualmente nos tomam, como um peixe tomado e mergulhado na água. Mas fomos criados para águas mais puras, refrescantes, cristalinas e incontamináveis, ou seja, no plano de Deus todo ser humano foi criado para Ele. Por isso, Ele comunicou o Pão da Palavra e instituiu, na Quinta-feira Santa, o Sacramento dos Sacramentos, o qual nos leva a exclamar: “Graças e louvores se deem neste e em todo o momento ao Santíssimo Sacramento”. Assim, podemos antecipar – como penhor – pelo Sacramento do Filho do Homem e Filho de Deus, a participação na vida eterna.
Ainda que seja um desafio para a nossa fé e humilhação às inteligências orgulhosas, o Sacramento da Eucaristia pode e precisa ser acreditado, celebrado, comungado e adorado para ficarmos, então, surpreendidos positivamente pelas promessas e realizações do Senhor, diferentemente de muitos que O acompanhavam e O seguiam com espírito cético e provocador: «Como é que ele pode dar a sua carne a comer?» (v. 52). E o Pão da Vida não recuou e nem contradisse as Suas palavras por medo de perder “público ou ibope”, muito pelo contrário: fez questão de reforçar este dom e necessidade de cada um: «Em verdade, em verdade, voz digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (v. 53).
Mas eu não mereço tamanho dom de tomar, comer e beber deste Cálice! Realmente, em cada Santa Missa, mirando o Corpo de Deus nas mãos dos sacerdotes, precisamos, primeiramente, reconhecer a nossa indignidade: “Senhor, eu não sou digo de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo”. Mas também não podemos deixar de ver, nesta insistência de Cristo, uma grande manifestação da gratuidade divina.
O Papa emérito Bento XVI, que hoje recorda o dia de sua eleição para ocupar a Cátedra de Pedro, deixou claro esta graça que todos podem receber, ainda que exijam condições básicas como o objetivo estado de graça: «Trata-se de um dom absolutamente gratuito, devido apenas às promessas de Deus cumpridas para além de toda e qualquer medida. A Igreja acolhe, celebra e adora este dom com fiel obediência. O “mistério da fé” é mistério de amor trinitário, no qual, por graça, somos chamados a participar» (BENTO XVI, Exort. Apost. Sacramentum Caritatis, nº 8).
Neste tempo pascal, a Igreja de Cristo convida-nos a dar – pessoalmente e comunitariamente – nossa resposta perante o misterioso Dom da Eucaristia, Pão da Vida que constrói moradas de Deus em meio e dentro dos homens e mulheres. Pão da Cidade de Deus, capaz de dar sentido, alimentar e transformar as cidades e lares dos homens. Pão que alimenta e santifica a Casa de Deus no mundo, a Igreja, reanima a Igreja doméstica e encaminha para a nossa Páscoa pessoal e eterna, ou seja, prepara-nos para morarmos para sempre na verdadeira e permanente cidade de Jesus.
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova
Fonte https://homilia.cancaonova.com
DIA 10 – SEXTA-FEIRA
3ª SEMANA DA PÁSCOA
(branco – ofício do dia)
O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra, aleluia! (Ap 5,12)
Jesus, que nos reúne, é sustento e garantia de vida eterna para todos os que o seguem. Seu evangelho transforma nossa vida e nos torna suas testemunhas.
Evangelho: João 6,52-59
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue / em mim permanece e eu vou ficar nele (Jo 6,56). – R.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 52os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”. 59Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 6,52-59
«Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós»
Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch
(Salt, Girona, Espanha)
Hoje, Jesus faz três afirmações capitais como são: que se deve comer a carne do Filho do homem e beber o seu sangue, que se não se comunga não se pode ter vida; e que esta vida é a vida eterna e é a condição para a ressurreição (cf. Jo 6,53.58). Não há nada no Evangelho tão claro, tão rotundo e tão definitivo como estas afirmações de Jesus.
Não sempre os católicos estamos à altura do que merece a Eucaristia: às vezes se pretende “viver” sem as condições de vida assinaladas por Jesus e, contudo, como tem escrito João Paulo II, «a Eucaristia é um dom demasiado grande para admitir ambigüidades e reduções».
“Comer para viver”: comer a carne do Filho do homem para viver como o Filho do homem. Este comer se chama “comunhão”. É um “comer”, e dizemos “comer” para que fique clara a necessidade de assimilação, da identificação com Jesus. Comunga-se para manter a união: para pensar como Ele, para falar como Ele, para amar como Ele. Aos cristãos fazia-nos falta a encíclica eucarística de João Paulo II, A Igreja vive da Eucaristia. É uma encíclica apaixonada: é “fogo” porque a Eucaristia é ardente.
«Ardentemente desejei comer convosco esta ceia pascal, antes de padecer» (Lc 22,15), dizia Jesus ao entardecer da Quarta-feira Santa. Temos de recuperar o fervor eucarístico. Nenhuma outra religião tem uma iniciativa semelhante. É Deus que entra no coração do homem para estabelecer aí uma relação misteriosa de amor. E desde aí se constrói a Igreja e se faz parte no dinamismo apostólico e eclesiástico da Eucaristia.
Estamos tocando a entranha mesma do mistério, como Tomás, que apalpava as feridas de Cristo ressuscitado. Os cristãos teremos de revisar a nossa fidelidade ao fato eucarístico, tal como Cristo o tem revelado e a Igreja nos o propõe. E temos de voltar a viver a “ternura” para a Eucaristia: genuflexões pausadas e bem feitas, incremento do número de comunhões espirituais... E, a partir da Eucaristia, os homens nos aparecerão sagrados, tal como são. E lhes serviremos com uma renovada ternura.
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors |
Jesus Eucarístico é o pão celestial
HOMILIA
Irmãos e irmãs, o Evangelho próprio da liturgia da Palavra de hoje, Jo 6,52-59, termina expressando: «Jesus falou estas coisas ensinando, na sinagoga, em Cafarnaum» (v. 59). Quando alguém visita a atual Cafarnaum, na Terra Santa, encontra uma grande placa ao passar por uma das entradas daquela localidade, na qual se lê: “Cidade de Jesus”.
Assim Cafarnaum entrou para a história: o lugar utilizado como uma espécie de “quartel general” de Cristo, pois de lá, muitas vezes, Jesus partia e retornava das missões e se hospedava na casa da família de Pedro. Também se encontram, ali, as ruínas da sinagoga frequentada por Cristo e citada no Evangelho de hoje.
Neste contexto material e geográfico, Jesus revela, surpreendentemente, um alimento que não podia faltar naquela cidade, nos lares e na missão da Igreja: «Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia» (v. 54).
Um alimento espiritual, sacramental e escatológico que se chama, antes de tudo, Jesus Cristo! Jesus Eucarístico é o Pão Celestial! Ele estava em sua cidade e próximo de lugares que O acolhiam, mas Ele quis mais… muito mais! Ele quis fazer morada em nós e permanecer para sempre numa comunhão de vida eterna, por fundamentar-se no amor eterno de Deus pela humanidade. Um Amor que se traduz em entrega total e eucarística: “Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele… Quem se alimenta com este pão viverá para sempre” (v. 56.58).
Sabemos o que é entrar e sair de uma casa e cidade, mas permanecer para sempre realmente é uma experiência que foge completamente às capacidades puramente racionais, físicas e temporais. O impacto do espaço e do tempo atualmente nos tomam, como um peixe tomado e mergulhado na água. Mas fomos criados para águas mais puras, refrescantes, cristalinas e incontamináveis, ou seja, no plano de Deus todo ser humano foi criado para Ele. Por isso, Ele comunicou o Pão da Palavra e instituiu, na Quinta-feira Santa, o Sacramento dos Sacramentos, o qual nos leva a exclamar: “Graças e louvores se deem neste e em todo o momento ao Santíssimo Sacramento”. Assim, podemos antecipar – como penhor – pelo Sacramento do Filho do Homem e Filho de Deus, a participação na vida eterna.
Ainda que seja um desafio para a nossa fé e humilhação às inteligências orgulhosas, o Sacramento da Eucaristia pode e precisa ser acreditado, celebrado, comungado e adorado para ficarmos, então, surpreendidos positivamente pelas promessas e realizações do Senhor, diferentemente de muitos que O acompanhavam e O seguiam com espírito cético e provocador: «Como é que ele pode dar a sua carne a comer?» (v. 52). E o Pão da Vida não recuou e nem contradisse as Suas palavras por medo de perder “público ou ibope”, muito pelo contrário: fez questão de reforçar este dom e necessidade de cada um: «Em verdade, em verdade, voz digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (v. 53).
Mas eu não mereço tamanho dom de tomar, comer e beber deste Cálice! Realmente, em cada Santa Missa, mirando o Corpo de Deus nas mãos dos sacerdotes, precisamos, primeiramente, reconhecer a nossa indignidade: “Senhor, eu não sou digo de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo”. Mas também não podemos deixar de ver, nesta insistência de Cristo, uma grande manifestação da gratuidade divina.
O Papa emérito Bento XVI, que hoje recorda o dia de sua eleição para ocupar a Cátedra de Pedro, deixou claro esta graça que todos podem receber, ainda que exijam condições básicas como o objetivo estado de graça: «Trata-se de um dom absolutamente gratuito, devido apenas às promessas de Deus cumpridas para além de toda e qualquer medida. A Igreja acolhe, celebra e adora este dom com fiel obediência. O “mistério da fé” é mistério de amor trinitário, no qual, por graça, somos chamados a participar» (BENTO XVI, Exort. Apost. Sacramentum Caritatis, nº 8).
Neste tempo pascal, a Igreja de Cristo convida-nos a dar – pessoalmente e comunitariamente – nossa resposta perante o misterioso Dom da Eucaristia, Pão da Vida que constrói moradas de Deus em meio e dentro dos homens e mulheres. Pão da Cidade de Deus, capaz de dar sentido, alimentar e transformar as cidades e lares dos homens. Pão que alimenta e santifica a Casa de Deus no mundo, a Igreja, reanima a Igreja doméstica e encaminha para a nossa Páscoa pessoal e eterna, ou seja, prepara-nos para morarmos para sempre na verdadeira e permanente cidade de Jesus.
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova
Fonte https://homilia.cancaonova.com
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