terça-feira, 5 de agosto de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 17,1-9 - 06.08.2014 - O seu rosto brilhou como o sol.

Pai,
que eu seja capaz de contemplar
a cena patética de Jesus pendente da cruz,
sem me deixar abater pela estupefação,
para poder contemplá-lo glorioso na ressurreição.
Branco. Transfiguração do Senhor (A), Festa

Evangelho - Mt 17,1-9

O seu rosto brilhou como o sol.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 17,1-9

Naquele tempo:
1Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão,
e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha.
2E foi transfigurado diante deles;
o seu rosto brilhou como o sol
e as suas roupas ficaram brancas como a luz.
3Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias,
conversando com Jesus.
4Então Pedro tomou a palavra e disse:
'Senhor, é bom ficarmos aqui.
Se queres, vou fazer aqui três tendas:
uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.'
5Pedro ainda estava falando,
quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra.
E da nuvem uma voz dizia:
'Este é o meu Filho amado,
no qual eu pus todo meu agrado.
Escutai-o!'
6Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito
assustados e caíram com o rosto em terra.
7Jesus se aproximou, tocou neles e disse:
'Levantai-vos, e não tenhais medo.'
8Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais
ninguém, a não ser somente Jesus.
9Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes:
'Não conteis a ninguém esta visão até que o
Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão
Meditação do Evangelho - (Mt 17,1-9)

Hoje subimos juntos com Jesus para fazermos a experiência da transfiguração e assim também descermos com Ele para restaurarmos as realidades com as quais somos desafiados a viver os valores do reinado de Deus.
O relato da transfiguração de Jesus é uma apresentação antecipada da realidade gloriosa da ressurreição do Senhor na qual os discípulos são preparados pedagogicamente para enfrentarem o drama da paixão sem, entretanto correrem o risco de esmorecerem pelo caminho, mas terem presente em seus corações este momento de revelação gloriosa de Cristo!
A narrativa da transfiguração acontece no “sétimo dia”, portanto, seis dias depois (v.1) do primeiro anúncio da paixão. Num lugar retirado, numa alta montanha – representação da experiência de maior intimidade, de maior sintonia com Deus por meio da elevação; tomando consigo três de seus discípulos (e não diante de todos os que o seguiam) a figura de Jesus mudou: rosto brilhante como o Sol e vestes brancas como a luz. Além disso, o fato contou com a presença de Moisés e Elias, personagens emblemáticos do contexto bíblico representando todo o ensinamento da Lei e toda a força da profecia.
Outros elementos também aparecem: Pedro, que chama Jesus de “Senhor” (Identificação do Ressuscitado) em nome dos discípulos sugere a construção de tendas para permanecer nesta experiência prazerosa e agradável. Contudo, a manifestação da presença divina aqui representada pela voz saída da nuvem que a todos cobriu confere uma tarefa importante para as testemunhas desse fato: o reconhecimento de quem é Jesus (“Este é o meu filho amado, nele está o meu agrado” – Identidade) e a nossa responsabilidade diante d’Ele: “…escutai–o! – Missão”.
O medo que se apoderou de todos – os discípulos com o rosto em terra e assustados (v. 6) é anulado por meio das atitudes de Jesus que aproxima-se, toca e lhes fala: “Levantai-vos, não tenham medo” (v.7). O Senhor também lhes recomenda reservar o conteúdo dessa experiência apenas no momento oportuno, enquanto descem do monte.
Reunidos como família de Deus somos convidados a sair das nossas comodidades e numa atitude de peregrinos, romeiros, povo itinerante nos colocarmos a caminho confiantes em Deus e tomando posse de sua promessa, assim como fez Abraão (Gn 12,1-4). Conscientes desta presença divina nós suplicamos essa graça sobre nós (Sl 32/33) a fim de correspondermos dignamente a nossa vocação à santidade por meio de sua eterna bondade (2Tm1,8-10).
Neste tempo quaresmal o Senhor nos convoca a romper com todas as estruturas que desfiguram o seu rosto por meio da opressão dos pequenos e da constante destruição da natureza e que portanto impedem a manifestação gloriosa do filho do Homem. Somos convidados a subir com o Senhor e, uma vez transfigurados pela sua presença redentora, vencermos os nossos medos para então ajudarmos na construção de um mundo melhor.
Fonte Pe. Fernando Antonio Carvalho Costa



ESTE É O MEU FILHO AMADO; OUVI-O Mt 17, 1-9
HOMILIA

Em Mt 17, 1-9, Jesus nos mostra sua Majestade e seus sofrimentos para nos ensinar que não há triunfo se não houver batalha.

Pouco depois de explodir o coração de S. Pedro em cesárea, quando proclamou Jesus Cristo como Filho de Deus, a Transfiguração vem confirmar e vem dar aos três melhores discípulos um antegozo da glória definitiva antes das amarguras passageiras da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

Este Mistério é-nos contado por S. Marcos, S. Mateus e S. Lucas. O Divino Salvador, que recapitulava em Si todas as grandezas do povo eleito, conversa com Moiséis e Elias, os dois arautos que tinham parcialmente preferido a Sua Missão. Tem havido santos que numa hora decisiva da existência, ouviram uma voz divina. Assim Paulo então Saulo, perto de Damasco, ou tiveram aparições do céu.

Na Transfiguração temos isso e mais. A cena gloriosa do Tabor destina-se a colocar na sua verdadeira luz a bem-aventurada Paixão do Calvário. E a nossa vida quotidiana pode ser uma térmica de sofrimentos: oferecido a Deus, torna-se já um vestuário de glória.

Com esta visão sobrenatural Jesus dava uma confirmação à confissão de Pedro: Tu és o Cristo, Filho de Deus Vivo. Aquele instante de glória sobre-humana era o penhor da glória da ressurreição. O Filho do Homem vivia na glória do Seu Pai. O próprio tema do colóquio com Messias.

A Transfiguração que faz parte do mistério da Salvação, é bastante merecedora de uma celebração litúrgica, que a igreja, tanto do Ocidente como do Oriente celebrou de vários modos e em diferentes datas, até o papa Calisto II a estender à igreja universal.

Quando Deus veio à terra, na pessoa de Jesus, adotou uma forma humana. Fisicamente, Jesus se parecia como qualquer outro homem. Ele teve fome, sede, cansaço, etc. Sua divindade foi vista apenas indiretamente, em suas ações e suas palavras. Mas, numa ocasião, a glória divina interior de Jesus resplandeceu e se tornou visível. A história é contada em Mateus 17:1-8:

Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo. Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não temais! Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus.

O mandato novo é de obediência ao representante de Deus na terra. Quem me ouve, ouve o Pai. Mais: quem a vós ouve é a mim que ouve(Lc 10, 16). Não somos divinos nem únicos para determinar nossas circunstâncias. Por isso todo aquele que quiser ter uma vida própria e independente não pode ser discípulo de Jesus: a da obediência. A regra da vida plena não é fazer o que convém mas a obediência manifestada nas palavras da nuvem. A vontade divina manifestada na Palavra que desceu do céu, demonstra a vontade divina que é a norma das vidas que dEle depende.

Pai, que a transfiguração me leve a confessar Jesus como teu Filho amado, e a reconhecer que sou chamado a expressar o esplendor divino que trago dentro de mim.

Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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