Pai,
não permitas que a violência
tome conta do meu coração;
antes, torna-me capaz de responder,
com gestos de amor,
a quem me faz o mal.
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Verde. 2ª-feira da 11ª Semana Tempo Comum
Evangelho - Mt 5,38-42
Eu vos digo: não enfrenteis quem é malvado!
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São
Mateus 5,38-42
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
38Ouvistes o que foi dito:
'Olho por olho e dente por dente!'
39Eu, porém, vos digo:
Não enfrenteis quem é malvado!
Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita,
oferece-lhe também a esquerda!
40Se alguém quiser abrir um processo
para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto!
41Se alguém te forçar a andar um quilômetro,
caminha dois com ele!
42Dá a quem te pedir
e não vires as costas a quem te pede emprestado.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB
Reflexão - Mt 5,
38-42
Os critérios humanos não são suficientes para resolver os
problemas da própria humanidade, principalmente os que estão relacionados com a
justiça, pois a justiça dos homens não tem como centro a pessoa humana, mas sim
o que elas têm ou deixam de possuir. Os bens são comparáveis entre si, mas as
pessoas não, pois cada uma é um ser único, incomparável na sua dignidade. Além
disso, os elementos que estão presentes em um relacionamento são por demais
complexos para serem abrangidos na sua totalidade a partir de categorias do
conhecimento humano, uma vez que a própria razão é insuficiente para a
compreensão do ser humano. Jesus nos mostra que somente o amor e a misericórdia
possibilitam superar essas deficiências e construir um relacionamento justo e
fraterno.
Fonte CNBB
HOMILIA
O VOSSO AMOR DEVE
OPOR-SE AO ÓDIO Mt 5,38-42
Estamos diante da lei do Talião: “Ouvistes o que foi dito:
Olho por olho, dente por dente”, embora à primeira vista pareça estar
alimentando um sentimento de vingança, ela justamente deseja frear um ímpeto de
vingança individual.
Vivemos em época caracterizada por ilegalidade. Que tem
invadido nossa sociedade a um grau imprevisto e sem precedente. Os que fazem da
lei a sua profissão, estão sendo convocados para repensar o propósito da lei na
sociedade. Em nossos dias o indivíduo exige seus próprios direitos e o direito
de agir como lhe apraz. Pouca consideração se dispensa ao efeito que isto possa
ter sobre a vida de outrem.
Encontramos este princípio por todo o Novo Testamento.
Vejamos o que Paulo diz. “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal,
apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,
preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12:9-10). O justo manifesta
amor. O amor é atencioso e altruísta. Como se revela esse amor?
Paulo disse: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e
não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram”.
“Não vos vingueis a vós mesmos, amados [não vos apegueis a vossos direitos, não
demandeis pelo que vos é devido], mas dai lugar à ira; porque está escrito: A
mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor”. Se for cometido
algum erro, o entregue ao Senhor. Não se vingue, não busque seus próprios
direitos. “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe
de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não
te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. Paulo mostrou-nos o que
nosso Senhor disse no capítulo 5 de Mateus: A pessoa tem direitos. Seus
direitos foram violados. A pessoa pode exigir indenização. Mas o justo deixa
esse problema com Deus, e demonstra amor e perdão até mesmo aos seus inimigos.
Isso é justiça em ação.
Paulo menciona de novo este mesmo princípio em 1 Coríntios
6. Aqui ele luta com o problema de um crente recorrer ao tribunal contra outro
crente para cobrar o que de direito lhe pertence. Certo homem insistia em seus
próprios direitos, e o apóstolo criticou o descrédito que esse testemunho
trazia ao mundo incrédulo: “Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não
sofreis antes o dano?” Paulo disse que o sinal do homem piedoso é abrir mão de
seus direitos para que possa manifestar o amor altruísta de Cristo.” O amor não
pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”,
diz o apóstolo Paulo em Romanos 13:10. A lei nos dá direitos, mas também nos dá
a liberdade de renunciar a eles, e assim manifestar a justiça de Cristo. Temos
nossos direitos, e a Palavra de Deus os protege. Temos, também, a liberdade de
renunciar a eles para demonstrar o amor de Cristo. Não é a demanda por seus
direitos que caracteriza o justo, mas o desistir deles é que destaca o homem
que agrada a Deus.
Jesus no Evangelho de hoje, com as palavras, vai
progressivamente nos conduzindo a ir além desta lei. Fazendo-nos reconhecer o
não revide: oferecer a outra face; deixar também o manto; caminhar com ele dois
mil passos. Jesus apresenta uma referência baseada, não na lei da justiça
judaica, isto é, o que é devido a cada um, mas na lei da graça e do amor.
Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos
digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá uma tapa
na face direita, oferece-lhe também à esquerda! Se alguém quiser abrir um
processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a
andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires às costas
a quem te pede emprestado.
Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da caridade, não
só para melhor compreendê-lo, mas também como concretamente vivê-lo. O Senhor
nos ordena a dar a todos, tudo o que eles nos pedem: que todos sejam cumulados,
por nossa generosidade, de tudo o que lhes falta.
Façamos de modo que eles não sofram nem de sede, nem de
fome, nem da falta de vestes. E então, seremos encontrados dignos dos bens que
faltam a nós mesmos e que pedimos a Deus, pois o costume de dar nos merecerá
obtê-los. Ademais, há mais alegria em dar do que em receber.
É urgente que aos nossos ouvidos soem as palavras de Jesus:
vencer o mal com o bem, e tornar concreto em nosso agir o mandamento do amor
fraterno.
Peçamos ao Senhor que encha nossos corações com as graças do
Seu Espírito Santo; com amor, alegria, paz, paciência, bondade e humildade. E
nos ensine a amar os que nos odeiam; a rezar pelos que nos perseguem. E com o
Seu auxílio, renunciar aos prazeres deste mundo e a desejar uma nova terra e
novos céus.
Pai, não permita que a violência tome conta do meu coração;
antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.
Fonte Canção Nova
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