Pai,
torna-me sensível
aos sofrimentos dos pobres
e dos marginalizados,
movendo-me a lutar
para que tenham
sua dignidade respeitada,
pois são teus preferidos.
|
Branco. 2ª-feira da 10ª Semana Tempo Comum
Bem-Aventurado José de Anchieta Presb, memória
Evangelho - Mt 5,1-12ª
Bem-aventurados os pobres em espírito.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
5,1-12ª
Naquele tempo:
1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se.
Os discípulos aproximaram-se,
2e Jesus começou a ensiná-los:
3'Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados os aflitos,
porque serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a terra.
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos
por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos Céus.
11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem
e perseguirem, e mentindo,
disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim.
12aAlegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB
Reflexão - Mt 5, 1-12
A partir de hoje, a Igreja nos propõe a leitura continuada
do Evangelho de São Mateus nos dias de semana do Tempo Comum, omitindo o seu
início porque é apresentado no ciclo litúrgico do Natal e o seu final, que nos
é proposto para a reflexão no ciclo da Páscoa, de modo que iniciamos com o
sermão da montanha (capítulos 5, 6 e 7). O sermão da montanha nos mostra a
moral da Nova Aliança e começa com as bem-aventuranças, apresentadas no
Evangelho de hoje, e que nos mostram as motivações e as virtudes que nos são
necessárias para que assumamos os valores do Reino de Deus e possamos viver de
forma madura o que nos é proposto por Jesus.
Fonte CNBB
O PROGAMA DA VIDA DE
JESUS Mt 5,1-12
HOMILIA
«O discurso da Montanha foi direto ao meu coração. Foi
graças a este discurso que aprendi a amar Jesus», afirmava Gandhi, pai da Índia
moderna e promotor da estratégia da não-violência ativa. A admiração provém em
particular das Bem-aventuranças, que são o coração do programa de Jesus. É uma
mensagem a compreender no contexto bíblico mais amplo sobre o sentido da
existência. Acertar ou errar, vencer ou perder, conseguir ou fracassar,
acomodar-se ou ir contra a corrente, terminar com um “bendito” ou com um
“maldito.
Jesus acrescenta a sua alternativa no discurso programático
das Bem-aventuranças. O que está em jogo nas alternativas expressas por Jesus é
a vida, a salvação, a própria salvação eterna. Jesus propõe um programa:
organizar a vida, tendo Deus como ponto de referência, para que o resultado
definitivo seja um «bem-aventurados sereis…», e não um «ai de vós…». Optar por
Jesus significa agir em favor dos necessitados, descobrir a bem-aventurança
mesmo no meio das realidades consideradas habitualmente negativas, perdedoras,
segundo as opiniões da maioria: felizes de vós os pobres, felizes de vós os que
agora tendes fome, de vós que agora chorais, de vós que sois insultados e
rejeitados… Alegrai-vos! O paralelismo de Lucas continua com imagens opostas,
intercaladas pelo «ai de vós». O «ai de vós», porém, não é uma ameaça ou um
castigo, é a lamentação de Jesus, a amargura pela situação dos que seguem
projetos mundanos de opulência, satisfações egoístas, prepotências, predomínio,
honras… Jesus amargura-se face a isso: ai de mim por vós!
Só quem confia plenamente em Deus consegue viver a
gratuitidade, partilhar sem acumular, alegrar-se com poucas coisas, encontrar
«perfeita alegria» mesmo nos insultos, rejeições e perseguições. A alegria
espiritual das bem-aventuranças não tem nada a ver com satisfações masoquistas.
Todavia não elimina o comum sofrimento inerente às situações difíceis, mas sabe
descobrir aí uma mensagem superior, uma sabedoria nova, um caminho de salvação,
uma misteriosa fecundidade pascal, um «sinal da humanidade renovada». Mesmo se
não é de fácil e imediata compreensão.
As Bem-aventuranças são um auto-retrato de Jesus: pobre,
sofredor, perseguido… Escolheu o caminho da paixão, morte e ressurreição para
dar a vida ao mundo. O programa que Jesus confia aos apóstolos – e aos
missionários de todos os tempos – não pode ser diferente: o missionário é o
homem/mulher das Bem-aventuranças, como os definiu João Paulo II: Em especial
nas Bem-aventuranças da perseguição e da pobreza, vividas na partilha de vida.
A confirmá-lo estão as dezenas de missionários que todos os anos caem vítimas
da violência: em 2009 foram 37! Ao seu testemunho deve-se associar o de tantos
outros (voluntários, jornalistas, forças da ordem…) caídos em serviço. Na
origem de tais mortes encontram-se muitas vezes bandidos e assaltantes; outras
vezes são evidentes as motivações religiosas e sociais.
Optar por Cristo significa atuar sempre a favor dos fracos e
dos necessitados, com os quais Ele se identifica: famintos, andrajosos,
doentes, presos, estrangeiros… Temos a certeza disso com as duas sentenças
finais: «vinde, benditos de meu Pai», ou «afastai-vos de mim, malditos» (Mt
25,34.41). Existe coerência entre o Evangelho das Bem-aventuranças e o teste do
juízo final. O caminho das Bem-aventuranças conduz à Bem-aventurança
definitiva. À felicidade verdadeira e duradoira!
Senhor Jesus, não permitas que eu me curve aos caprichos do
mundo, e faze-me caminhar firme na estrada das bem-aventuranças.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Nenhum comentário:
Postar um comentário