terça-feira, 8 de outubro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 11,1-4 - 09.10.2013 - Senhor, ensina-nos a rezar.

Verde. 4ª-feira da 27ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 11,1-4

Senhor, ensina-nos a rezar.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 11,1-4

1Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar.
Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe:
'Senhor, ensina-nos a rezar,
como também João ensinou a seus discípulos.'
2Jesus respondeu: 'Quando rezardes, dizei:
'Pai, santificado seja o teu nome.
Venha o teu Reino.
3Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos,
4e perdoa-nos os nossos pecados,
pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores;
e não nos deixes cair em tentação'.'
Palavra da Salvação.



Reflexão - Lc 11, 1-4

Jesus ensinou seus discípulos a rezar, mas isso não quer dizer que Jesus os ensinou a decorar um monte de palavras e a imitarem papagaio, repetindo as palavras que aprenderam. A oração era uma prática constante da vida de Jesus, e muito mais importante do que as palavras que os discípulos deveriam dizer é imitar a atitude de encontro filial de Jesus com o Pai e uma série de valores que deveriam ser conhecidos e experimentados, de modo que a oração expresse uma forma de vida segundo valores do Reino, como a fraternidade, a partilha, o perdão e a própria presença de Deus no coração e na vida das pessoas, e expresse também a nossa atitude filial diante de nosso Deus, que também é nosso Pai.



O PAI NOSSO Lc 11,1-4
HOMILIA

Muitos biblistas pensam que esta fórmula do Pai Nosso seja aquela que Jesus rezou. Ela é mais curta do que a oração que está no Evangelho de Mateus que já pode ter incluído o modo como o Pai Nosso era rezado na Igreja primitiva (Mt 6,9-13). Em Lc o texto é mais sintético. Em primeiro lugar, a oração é dirigida a Deus Pai, seu Nome deve ser santificado. Assim Jesus segue a tradição judaica de ter respeito com o nome de Deus, e acompanha o Profeta Isaías que defendi tanto a santidade de Deus. Deus é “Santo, Santo, Santo” (Is 6,3) e por isso o povo também deve ser santo. Depois devemos pedir que o Reino venha. O Reino é antes de tudo de Deus e por isso, devemos pedi-lo. Mas, o reino é também nosso, e por isso devemos anunciá-lo e colocá-lo em prática.
Pedimos a Deus o pão cotidiano, de cada dia, ou “o pão de amanhã”, como sugerem algumas traduções.  Quando nos propomos a seguir Jesus, e estar no caminho da fé; sabemos que esta fé tem que ser construída e alimentada a cada dia com nossas orações. Muitas pessoas que já são completamente fiéis a Deus, também são fiéis em suas orações. A oração está para o cristão assim o alimento está para o homem! Por isto, até mesmo Jesus orava em particular, fortalecendo a si mesmo e aos que o seguiam. Talvez algumas pessoas gostem mais de orações pessoais, entretanto, todos nós temos que compreender a grandeza da oração que Jesus nos ensinou a pedido dos discípulos. Nela, Jesus incluiu todos os pedidos realmente importantes para a vida de um cristão, que não está buscando riquezas, sucesso ou popularidade; mas que reconhece a Deus como Pai e Santo; que precisa da vontade de Deus, ultrapassando sua própria vontade; do alimento necessário a cada dia para manter-se vivo; do perdão do Senhor para os nossos pecados e também perdoar, para que assim sejamos prova do amor de Deus em nós; e finalmente pedindo para não cair em tentação!
Quando formos rezar esta bela oração, que ela não saia de nossa boca como algo mecânico, que já falamos sem sentir pois ficou automático para nós. Mas que ela seja um momento de profunda intimidade de Deus conosco, onde colocaremos para ele todos os nossos sentimentos a disposição de Sua vontade. Aqui Jesus continua seguindo fiel ao AT. Lá na dura caminhada pelo deserto foi o Senhor Deus que mandou o maná para saciar a fome do povo. Deus continua sendo o Deus que acompanha o seu povo. Pedimos também a Deus o perdão dos nossos pecados. Jesus sabe que somos humanos, e que por mais santos que sejamos, sempre teremos os nossos pecados contra os outros e contra Deus. Mas Jesus dá uma condição: nós queremos que Deus nos perdoe do mesmo modo que nós perdoamos os nossos irmãos. Por isso, para sermos perdoados por Deus, precisamos também perdoar.
Por fim, Jesus pede que Deus não nos deixe cair na tentação. Ele mesmo foi tentado e venceu. Todos estamos sujeitos s sermos tentados (poder, posse e prazer). Jesus não pede que não tenhamos tentações, mas que tenhamos forças para não cair nelas.
Pai, inspira-me a rezar como convém, de forma que a minha oração se expresse em gestos de solidariedade e de reconciliação, sinais inequívocos de minha comunhão contigo.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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