Verde. 2ª-feira da 13ª Semana Tempo Comum
Evangelho - Mt 8,18-22
Segue-me!
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São
Mateus 8,18-22
Naquele tempo;
18Vendo uma multidão ao seu redor,
Jesus mandou passar para a outra margem do lago.
19Então um mestre da Lei aproximou-se e disse:
'Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás.'
20Jesus lhe respondeu:
'As raposas têm suas tocas
e as aves dos céus têm seus ninhos;
mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.'
21Um outro dos discípulos disse a Jesus:
'Senhor, permite-me
que primeiro eu vá sepultar meu pai.'
22Mas Jesus lhe respondeu:
'Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos.'
Palavra da Salvação.
Reflexão - Mt 8,
18-22
Seguir Jesus traz consigo uma série de implicações e exige
de todos nós muito mais do que o entusiasmo ou a boa vontade. Exige disposição
de deixar muita coisa para trás, inclusive o conforto, os costumes, a cultura e
até mesmo os grandes valores que norteiam a nossa vida. Seguir Jesus significa
ter a disposição de sempre ir em frente, sempre ir além, sempre buscar o novo
para que a boa nova aconteça, é uma vida marcada sempre por novos desafios, é
sempre atravessar o lago e buscar a outra margem do lago onde novas pessoas
esperam para serem evangelizadas. Seguir Jesus significa colocar a obra
evangelizadora acima de tudo.
HOMILIA
Diante da multidão Jesus chamou aqueles que o seguiam para a
outra margem do lago. É assim o chamado de Jesus para nós. A outra margem é o
inverso do que nós estamos acostumados a viver; é o desalojamento,
desestruturação, situação de ruptura com os hábitos e os costumes.
O mestre da lei era famoso, importante, estruturado e mesmo
assim ousou dizer que seguiria Jesus aonde quer que Ele fosse. Jesus nos chama,
mas não nos engana. Quem quiser segui-Lo terá que passar pelas dificuldades
próprias da mentalidade evangélica. Não adianta somente querer seguir a Jesus
com palavras e bons propósitos sem medir as conseqüências do que nós estamos
pretendendo.
O mestre da Lei era alguém ainda não comprometido com Jesus.
Por isso, corria o risco de ser apressado e superficial em sua decisão. Foi-lhe
pedido maior ponderação, já que as duras exigências do seguimento supunham uma
têmpera forte e uma grande capacidade de suportar as carências e incômodos do
dia-a-dia. Assim, se evitaria que o seguidor de Jesus debandasse diante das
durezas do discipulado.
O outro, designado como discípulo, era alguém que já havia
aderido a Jesus. Todavia, estava longe de compreender as implicações de sua
escolha, entre elas, a relativização dos laços familiares. O Mestre pediu-lhe
que fosse mais decidido na opção feita. O seguimento comportava uma total
entrega de si, por toda a vida, ao serviço do Reino. Dúvidas, apegos,
compromissos paralelos deveriam ser deixados para trás.
Quem deseja tornar-se discípulo, deve confrontar-se com as
exigências postas pelo próprio Mestre. Só tem sentido fazer-se discípulo se for
para assemelhar-se a ele. O seguimento de Cristo nos tira das nossas raízes e
nos desestrutura, por isso, nós somos obrigados (as) a renunciar à nossa
existência pacata, medíocre e acomodada. O discípulo que pediu a Jesus para
primeiro sepultar o pai era alguém como nós que esperamos um tempo propício
para nos desprender dos nossos apegos, dos nossos projetos. Para nós também
Jesus diz, hoje: “segue-me e deixa que os mortos sepultem os seus mortos”.
Jesus nos chama para uma vida nova conformada aos Seus ensinamentos. Seguir
Jesus é viver conforme o Seu Evangelho, é viver o amor, é praticar o perdão, é
não fazer questão por coisas que não têm valor diante de Deus. Por isso, não
podemos nos acomodar esperando novas oportunidades. É tempo de amar e construir
aqui na terra o reino dos céus, para que não sejamos também chamados de
“mortos”.
Você também se propõe a seguir a Jesus aonde quer que Ele
vá?- Qual a sua maior dificuldade para viver o Evangelho?- Você é uma pessoa
muito apegada às pessoas da sua família e aos seus bens?- você acha que tem que
renunciar a alguma coisa para seguir Jesus?
Pai, confronta-me, cada dia, com as exigências do
discipulado, e reforça minha disposição para enfrentá-las com a tua graça.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
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