Verde. 3ª-feira da 12ª Semana Tempo Comum
Evangelho - Mt 7,6.12-14
Tudo quanto quereis que os outros vos façam,
fazei também a eles.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo Segundo São
Mateus 7,6.12-14
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
6Não deis aos cães as coisas santas,
nem atireis vossas pérolas aos porcos;
para que eles não as pisem com os pés
e, voltando-se contra vós, vos despedacem.
12Tudo quanto quereis que os outros vos façam,
fazei também a eles.
Nisto consiste a Lei e os Profetas.
13Entrai pela porta estreita,
porque larga é a porta
e espaçoso é o caminho que leva à perdição,
e muitos são os que entram por ele!
14Como é estreita a porta
e apertado o caminho que leva à vida!
E são poucos os que o encontram!
Palavra da Salvação.
Reflexão - Mt 7,
6.12-14
Hoje em dia, fala-se muito da questão da inculturação. É
inculturação do anúncio, da liturgia e assim por diante. De fato, a
inculturação é necessária para que todos possam viver os valores do Reino de
Deus. Mas o Evangelho de hoje nos faz uma grave advertência: não atireis vossas
pérolas aos porcos. É claro que devemos valorizar todas as formas e expressões
de uma cultura e reconhecer os grandes valores que estão presentes na cultura e
que expressam os valores evangélicos, mas inculturar o Evangelho não significa
submete-lo aos valores culturais, pois a cultura tende a ver o Evangelho de uma
forma ideológica e a usar as suas palavras sem os critérios do Reino, pisando
nelas e voltando-se contra nós.
HOMILIA
PÉROLAS, PORTA, CAMINHOS Mt 7,6.12-14
Toda a Sagrada Escritura, do Antigo ao Novo Testamento,
revela ao mundo a vontade do Pai. A Palavra de Deus é o próprio Jesus Cristo
que não muda, é o mesmo ontem, hoje e sempre. Neste Evangelho Jesus nos exorta
a não darmos aos cães as coisas santas e não atirarmos pérolas aos porcos, isto
é, a ter respeito com as coisas sagradas e não pô-las a serviço dos nossos
interesses. Algumas pessoas confundem os ensinamentos do Evangelho e vulgarizam
a Palavra de Deus de acordo com as suas conveniências.
Muitas vezes nós banalizamos as coisas de Deus e perdemos o
nosso precioso tempo discutindo e medindo forças com pessoas que não têm
conhecimento de Deus e querem nos influenciar e destruir a nossa fé e a nossa
esperança nas promessas divinas. Devemos preservar os ensinamentos do Evangelho
e desejarmos para o outro aquilo que desejaríamos também para nós. As nossas
atitudes com os nossos irmãos, as nossas ações diante dos apelos do mundo que
nos acena com as coisas fáceis e ilusórias mostram se estamos realmente fazendo
o itinerário do caminho que nos leva à vida.
A porta estreita é a porta dos ensinamentos evangélicos,
difíceis de vivenciarmos, mas que nos leva à vida eterna. O homem que tem uma
vida “fácil” perde-se também com facilidade, porque coloca a sua alma naquilo
que só dá prazer. Muitas vezes queremos seguir o caminho mais fácil, que nos
custa menos, no entanto, é a estrada que nos leva a perdição.
A porta estreita é a vivência do amor, é o amor vivido em
atos concretos. A porta larga é o egoísmo, o querer só para si esquecendo que a
Lei e os Profetas consistem em amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.
Jesus disse para os seus discípulos: “Entrai pela porta
estreita”. Esse convite de Jesus não é para viver a religião do medo rigoroso
escrupuloso, com a mente fechada. É a por do amor exigente e radical pela qual
se entra no reino de Deus. As pessoas andam normalmente por caminhos “largos e
espaçosos” onde cabe toda classe de interesses egoístas e mesquinhos. O caminho
que conduz à vida é exigente e difícil: pede inclusive amor aos inimigos. Mas
vale a pena, pois, nos dá a certeza da salvação e a plena realização já neste
mundo. Às vezes, desanimamos e pensamos que é impossível a proposta amorosa que
Deus nos faz. Dificuldades não existem para Deus, só possibilidades. Devemos
perseverar nas possibilidades.
Você costuma banalizar a Palavra de Deus dizendo que as
coisas mudaram? Você brinca com as coisas santas? Você conta anedotas que
vulgarizam as coisas santas? O que você faz quando as pessoas o desestimulam, e
questionam a ação de Deus na sua vida? Você confia no Senhor mesmo quando todos
à sua volta dizem o contrário? Você costuma discutir as coisas de Deus com
pessoas alheias ao assunto, querendo convencê-las?
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
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