Evangelho (Lucas 4,14-22a)
Quinta-Feira, 10 de Janeiro de 2013
Quinta-feira depois da Epifania
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14Jesus voltou para a Galileia, com a força
do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15Ele ensinava nas
suas sinagogas e todos o elogiavam. 16E veio à cidade de Nazaré onde se tinha
criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado e levantou-se para
fazer a leitura.
17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro,
Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre
mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres;
enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da
vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do
Senhor”.
20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se.
Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a
dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de
ouvir”.
22aTodos davam testemunho a seu respeito, admirados com as
palavras cheias de encanto que saíam da sua boca.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Início da missão de
Jesus
Cada evangelista destaca uma cena especial para o início do
ministério de Jesus. Em Marcos, temos a expulsão de um espírito impuro na
sinagoga; em Mateus, a proclamação das bem-aventuranças; em João, as bodas de
Caná; e, no texto de hoje, Lucas apresenta a inauguração do ministério de Jesus
em uma sinagoga de Nazaré, com a leitura do texto de Isaías que fala da
evangelização dos pobres e da libertação dos oprimidos. Assim, o Evangelho de
hoje nos fala do início da vida pública de Jesus, quando Ele começou a pregar
nas sinagogas da região da Galiléia, e particularmente em Nazaré, cidade onde
Ele foi criado.
Observe que o Evangelho já começa dizendo que “Jesus voltou
para a Galiléia”. O que significa dizer que Ele estava em outro lugar.
Particularmente, eu não duvido que Jesus tenha viajado bastante, e conhecido
vários lugares, culturas e pessoas diferentes. Acredito que em sua vida
terrena, nos anos não-narrados pelos evangelistas, Ele tenha aprendido muito
mais do que ensinou. Afinal, para falar tão bem como Ele falava, era necessário
conhecer tudo sobre o Reino dos Céus, sobre o Deus Pai, e sobre o ser humano em
si, seus sentimentos, suas limitações, suas imperfeições…
Outro ponto que torna Jesus tão especial como pregador é que
Ele foi o primeiro profeta a trazer a imagem do Deus Pai, e não daquele Deus
vingativo, que pune o pecador e a sua descendência com doenças e desventuras.
Você já assistiu alguma pregação em que a pessoa só falava nos pecados,
castigos, no inferno, no inimigo e de coisas ruins? Certamente deve ter saído
desta palestra bem “pesado”… Com medo de fazer qualquer coisa que Deus
desaprovasse…
Nestas primeiras pregações de Jesus, quando Ele ainda nem
tinha discípulos, Ele deve ter falado muito sobre a verdadeira felicidade, que
consiste em fazer a vontade do Pai, mas não por ser obrigado a fazê-la, e sim
por se sentir bem em fazê-la. Por que as pessoas gostavam tanto de ouvi-lo
falar? Provavelmente porque Ele ensinava as pessoas a serem felizes! Não ficava
impondo vários “nãos”, mas falava de Amor, e quem ama, tudo pode.
Jesus identifica-se com esta missão. Tudo poder para que o
homem viva e viva para sempre.
Um outro pormenor de Lucas é sua sensibilidade ao escândalo
da divisão da sociedade em ricos e pobres. Ele realça como Jesus vem ao
encontro dos pobres para resgatar-lhes a vida e a dignidade. A Boa-Nova é a
chegada do Reino de Justiça, com a libertação dos pobres oprimidos.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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