Evangelho (Lucas 2,33-35)
Sábado, 15 de Setembro de 2012
Nossa Senhora das Dores
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 33o pai e a mãe de Jesus estavam admirados
com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe
de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda quanto de reerguimento para
muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os
pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Ou (escolhe-se um dos evangelhos)
Evangelho (Jo 19,25-27)
Naquele tempo, 25perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua
mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua
mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o
teu filho”. 27Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em
diante, o discípulo a acolheu consigo.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Maria conhece as
nossas dores
setembro 15th, 2012
Diante da Virgem Maria, ao pé da cruz, tanta dor e tanto
sofrimento, mas também tanta fortaleza e fé, que Jesus crucificado não poderia
dar maior presente aos Seus discípulos e a toda humanidade (representada ali
por João, o discípulo amado), senão a Sua santíssima Mãe. Maria conhece as
dores do nosso coração, por isso, depositemos no coração transpassado dela os
nossos pedidos e súplicas, confiantes de que todos os pedidos feitos à Mãe o
Filho atende. Os santos e a Tradição da Igreja nos ensinaram a amar e a venerar
Maria na alegria ou na dor.
Somos convidados, hoje, a meditar os episódios mais
importantes que os Evangelhos nos apresentam sobre a participação de Maria na
Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus: a profecia do velho Simeão (Lucas
2,33ss.); a fuga para o Egito (Mateus 2,13ss.); a perda de Jesus aos doze anos
em Jerusalém (Lucas 2,41ss.); o caminho de Jesus ao Calvário (João 19,12ss.); a
crucificação (João 19,17ss.); a deposição da cruz e o sepultamento (Lucas 23,50ss.).
Vejamos o que nos diz São Bernardo, um santo profundamente
mariano:
“O martírio da Virgem é mencionado tanto na profecia de
Simeão quanto no relato da Paixão do Senhor. Este foi posto, diz o santo
ancião, sobre o menino, como um sinal de contradição, e em Maria: ‘e uma espada
transpassará tua alma’ (cf. Lc 2,34-35).
Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada transpassou tua
alma. Aliás, somente transpassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato,
visto que o teu Jesus – de todos certamente, mas especialmente teu – a lança
cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não atingiu a alma dele, mas ela
transpassou a tua alma. A alma dele já ali não estava, a tua, porém, não podia
ser arrancada dali. Por isso, a violência da dor penetrou em tua alma e nós te
proclamamos, com justiça, mais do que mártir, porque a compaixão ultrapassou a
dor da paixão corporal.
E pior que a espada transpassando a alma, não foi aquela
palavra que atingiu até à divisão entre alma e o espírito: ‘Mulher, eis aí o
teu filho’? (Jo 19,26).
Oh! Que troca incrível! João, Mãe, te é entregue em vez de
Jesus. O servo em lugar do Senhor, o discípulo pelo Mestre, o filho de Zebedeu
pelo Filho de Deus, o puro homem em vez do Deus Verdadeiro. Como ouvir isso
deixaria de transpassar tua alma tão afetuosa, se até a sua lembrança nos corta
os corações tão de pedra, tão de ferro.
Não vos admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir
na alma. Poderia espantar-se quem não se recordasse do que Paulo afirmou que
entre os maiores crimes dos gentios estava o de serem sem afeição. Muito longe
do coração de Maria tudo isto; esteja também longe de seus servos.
Talvez haja quem pergunte: ‘Mas não sabia ela, de antemão,
que iria ele morrer?’ Sem dúvida alguma! ‘E não esperava que logo ressuscitaria?’
Com toda a confiança. ‘E mesmo assim sofreu com o Crucificado?’ Com toda a
veemência. Aliás, tu quem és ou donde tua sabedoria, para te admirares mais de
Maria que compadecia, do que do Filho de Maria a padecer? Ele pôde morrer no
corpo; não podia ela morrer juntamente no coração? É obra da caridade: ninguém
a teve maior! Obra de caridade também isto: depois dela nunca houve igual”.
(Dos sermões de São Bernardo, abade).
Tendo diante de nós tão grande testemunho de fidelidade e
grandeza de alma, eu pergunto a você: ”Como anda a sua piedade mariana, sua
devoção a Virgem Maria, mãe de Jesus e nossa?”
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS DORES
Ó Mãe das Dores, Rainha dos Mártires, que tanto chorastes
vosso Filho, morto para me salvar, alcançai-me uma verdadeira contrição dos
meus pecados e uma sincera mudança de vida.
Mãe, pela dor que experimentastes quando vosso Divino Filho,
no meio de tantos sofrimentos, inclinando a cabeça expirou à vossa vista sobre
a cruz, eu vos suplico que me alcanceis uma boa morte.
Por piedade, ó Advogada dos pecadores, não deixeis de
amparar a minha alma na aflição e no combate da temível passagem desta vida à
eternidade.
E como é possível que, neste momento, a palavra e a voz me
faltem para pronunciar o vosso nome e o Nome de Jesus, rogo-vos, desde já, a
vós e a vosso Divino Filho, que me socorras nessa hora extrema e, assim, direi
: “Jesus e Maria, entrego-vos a minha alma. Amém!”
Padre Luizinho - Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
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