Evangelho (Lucas 4,38-44)
Quarta-Feira, 5 de Setembro de 2012
22ª Semana Comum
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 38Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de
Simão. A sogra de Simão estava sofrendo com febre alta, e pediram a Jesus em
favor dela. 39Inclinando-se sobre ela, Jesus ameaçou a febre, e a febre a
deixou. Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los.
40Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atingidos por
diversos males, os levaram a Jesus. Jesus punha as mãos em cada um deles e os
curava. 41De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de
Deus”. Jesus os ameaçava, e não os deixava falar, porque sabiam que ele era o
Messias.
42Ao raiar do dia, Jesus saiu e foi para um lugar deserto.
As multidões o procuravam e, indo até ele, tentavam impedi-lo de as deixar.
43Mas Jesus disse: “Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a
outras cidades, porque para isso é que eu fui enviado”. 44E pregava nas
sinagogas da Judeia.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Jesus faz do ambiente
familiar um lugar de saúde e vida
setembro 5th, 2012
Jesus decide abandonar a sinagoga; a razão não é dita, mas,
pelo que se pode entender, Ele quer transformar e fazer do ambiente familiar –
simbolizado pela casa da sogra de Simão -, um lugar de oração, de cura e
libertação, de paz e justiça, de amor e partilha, de alegria e sucesso, de
misericórdia e perdão.
Jesus faz do ambiente familiar um lugar de saúde e vida.
Portanto, a casa, o lar, a família são lugares privilegiados para construirmos
as nossas sociedades. Assim, numa sociedade como a nossa, na qual o conceito de
família anda tão deturpado, Cristo chama o casal cristão a ser estrutura
sustentadora de uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela
carne e o sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo batismo. Isto
reduz o egoísmo e faz com que cresça a caridade, dom do Espírito Santo, e se
realize a “Igreja doméstica”.
Jesus toma conhecimento da doença que afeta os casais e vai
para ao lado da cama deles, dando uma ordem à febre. Este gesto apela,
primeiro, ao zelo apostólico do Senhor. Por outro lado, chama-nos a visitar,
entrar e abeirar-nos dos leitos de muitos homens e mulheres que estão doentes e
deitados, sem forças para levantar a cabeça, o corpo e servir os seus como
deveriam fazer, a exemplo da sogra de Pedro.
Veja que, na casa, a mulher, personificada na sogra de
Simão, é valorizada na sua prática do serviço, que é a característica
fundamental do Reino. Um outro pormenor a considerar é que a cena narrada se
passa num sábado, dia do culto na sinagoga. Neste dia, todo trabalho cessava e
só era permitido caminhar até uma curta distância. Ao pôr-do-sol, termina o dia
do sábado e começa o primeiro dia da semana. É a introdução do domingo, o dia
por excelência para nós cristãos.
O povo, liberado das restrições legais do sábado – que ao
invés de salvar, condenava; de dar vida, matava -, corre a Jesus, quem os cura,
liberta e salva. Ele, na Sua prática, vai revelando que os males da humanidade
resultam, principalmente, da falta de carinho, amor, ternura, paz, justiça,
reconciliação, diálogo, atenção e falta de Deus na comunidade-família que
deveria ser construtora de vidas novas.
Neste trabalho, é preciso que a comunidade e os
evangelizadores saibam que estão a serviço de Deus e não em busca de
privilégios ou de poder. É preciso que ela tenha as portas abertas para todos.
O meu e o seu serviço é o de levar todos os enfermos, quer os da família de
sangue quer não: “todos os que tinham amigos enfermos, com várias doenças, os
levaram a Jesus. Ele pôs as suas mãos sobre cada um deles e os curou”.
A você me dirijo recordando que, como apóstolo, você é
enviado e ordenado para anunciar a Palavra. De modo que, trazendo todos os
enfermos – quer corporais quer espirituais – possam ser curados e entendam Deus
na Pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo. Ele que acolhe, liberta, perdoa e anuncia
a verdade do Reino: a Vida Eterna.
Esta missão do Filho de Deus nos compromete e interpela a que
– acolhendo maus e bons – possamos ser a mão, a braço, a boca, o coração e a
mente de Cristo, convertendo-nos em discípulos e missionários do Mestre para
que o mundo conheça a Verdade e, conhecendo a Verdade, possa salvar-se.
Peçamos hoje a Deus um novo ardor missionário.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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