Liturgia Diária27 – QUINTA-FEIRA
34ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
“Liturgia da Palavra, Evangelho do dia e reflexões espirituais profundas para fortalecer a fé e a vida diária.”
Vulgata (Sl 84,9)
Audiam quid loquatur in me Dominus Deus quoniam loquetur pacem in plebem suam et super sanctos suos et in eos qui convertuntur ad cor.
“Escutarei o que o Senhor Deus falar dentro de mim pois Ele falará de paz ao seu povo e aos seus santos e àqueles que se voltam ao coração.”
Portador da plenitude, Jesus anuncia o declínio de todo ciclo regido pelo impulso destrutivo e pela sombra que obscurece a dignidade humana. Sua Presença revela que a verdadeira força nasce do domínio interior, onde a razão serena e a consciência desperta substituem o ímpeto das paixões e das violências. Aquele que caminha com o Senhor aprende que nenhuma voz hostil tem poder sobre a alma que permanece alinhada ao Bem, pois a liberdade interior supera qualquer imposição externa. Neste dia de gratidão, elevemos o coração à Fonte que sustenta a ordem, a responsabilidade e a nobreza do espírito humano.
Lectio sancti Evangelii secundum Lucam 21,20-28
20. Cum autem videritis circumdari ab exercitu Ierusalem tunc scitote quia appropinquavit desolatio eius.
Quando virdes que Jerusalém estiver cercada por um exército sabei que se aproxima a sua desolação.
21. Tunc qui in Iudaea sunt fugiant ad montes et qui in medio eius discedant et qui in regionibus non intrent in eam.
Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes os que estiverem dentro dela se retirem e os que estiverem nos arredores não entrem nela.
22. Quia dies ultionis hii sunt ut impleantur omnia quae scripta sunt.
Pois esses são dias de retribuição para que se cumpram todas as coisas que foram escritas.
23. Vae autem praegnantibus et nutrientibus in illis diebus erit enim pressura magna super terram et ira populo huic.
Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias haverá grande aperto sobre a terra e ira contra este povo.
24. Et cadent in ore gladii et captivi ducentur in omnes gentes et Ierusalem calcabitur a gentibus donec impleantur tempora nationum.
Cairão ao fio da espada e serão levados cativos a todas as nações e Jerusalém será pisada pelos gentios até que se completem os tempos das nações.
25. Et erunt signa in sole et luna et stellis et in terra pressura gentium prae confusione sonitus maris et fluctuum.
Haverá sinais no sol na lua e nas estrelas e na terra angústia das nações confusas pelo bramido do mar e das ondas.
26. Arescentibus hominibus prae timore et expectatione quae supervenient universo orbi nam virtutes caelorum movebuntur.
Os homens desfalecerão de medo pela expectativa do que virá sobre o mundo pois as forças dos céus serão abaladas.
27. Et tunc videbunt Filium hominis venientem in nube cum potestate magna et maiestate.
Então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com grande poder e majestade.
28. His autem fieri incipientibus respicite et levate capita vestra quoniam appropinquat redemptio vestra.
Quando essas coisas começarem a acontecer erguei-vos e levantai vossas cabeças porque a vossa libertação está próxima.
Verbum Domini
Reflexão
A passagem recorda que nenhum abalo externo supera a firmeza da mente disciplinada
O que se move ao redor não domina o interior que desperta para o real
A liberdade cresce quando o espírito se orienta pela lucidez e não pelo medo
O olhar elevado rompe a tirania das circunstâncias
Toda transformação começa pela responsabilidade pessoal
A ordem nasce de dentro e ilumina o caminho mesmo em tempos difíceis
A promessa de redenção inspira coragem constante
Assim o coração permanece estável diante do que passa e fiel ao que permanece
Versículo mais importante:
28. His autem fieri incipientibus respicite et levate capita vestra quoniam appropinquat redemptio vestra.
Quando essas coisas começarem a acontecer erguei-vos e levantai vossas cabeças porque a vossa libertação está próxima. (Lc 21,28)
HOMILIA
A Vigília da Consciência que Permanece Fiel
A cena apresentada por Jesus em Lucas 21,20-28 não é apenas um anúncio de eventos futuros mas um convite à elevação interior. Jerusalém cercada, os céus abalados e o tremor das nações simbolizam o choque entre a ordem divina e as estruturas humanas que se afastam da verdade. Quando a alma se prende a sistemas que dissolvem a responsabilidade pessoal e diluem a dignidade da família e da pessoa, inevitavelmente cresce uma noite interior que as palavras do Evangelho vêm dissipar.
A desolação de Jerusalém manifesta o destino de todo projeto humano construído sem a firmeza da consciência livre. Pois quando o homem entrega sua própria força interior a modelos que prometem segurança às custas da maturidade espiritual, o resultado é sempre a perda da capacidade de julgar, agir e escolher com autonomia. Assim como a cidade santa cai quando deixa de reconhecer a voz do Alto, também a alma cai quando renuncia ao discernimento que a protege dos discursos sedutores que enfraquecem a responsabilidade individual.
O Senhor, porém, não aponta apenas para o colapso das estruturas injustas. Ele chama à fuga para os montes o lugar elevado onde o espírito recupera clareza e sobriedade. Em tempos de confusão, quem busca o alto reencontra a liberdade de pensar sem condicionamentos e de viver sem submeter sua consciência a expectativas coletivas que anulam o indivíduo. O monte é o espaço simbólico da maturidade onde o homem não delega sua força interior a autoridades artificiais mas a reconstrói na verdade.
Os sinais no céu revelam que quando a ordem divina parece abalada, o momento não é de desespero mas de firmeza. A abalação cósmica desperta o ser humano da passividade. O Evangelho ensina que o medo não pode guiar a ação pois o medo torna o espírito presa fácil de projetos que se aproveitam da fragilidade emocional das pessoas. Aquele que segue o Cristo deve resistir a qualquer estrutura que incentive dependência, ressentimento ou submissão interior.
Por fim Jesus declara que quando tudo começar a acontecer é tempo de levantar a cabeça. Este gesto é a marca da liberdade espiritual o sinal de que a alma não se dobra diante de forças externas que tentam definir o bem e o mal em seu lugar. Levantar a cabeça é afirmar que a dignidade da pessoa e da família não depende da aprovação social mas da fidelidade ao que é eterno. É proclamar silenciosamente que ninguém tem autoridade para reconfigurar o valor do ser humano segundo interesses ideológicos.
A redenção se aproxima sempre que o homem retorna ao centro que Deus colocou em sua alma. Quem não teme o colapso do mundo ao redor é aquele que já decidiu internamente por Quem viver e por Quem permanecer firme. E assim, em meio a qualquer tempestade, resplandece a liberdade interior que nenhuma força humana pode anular.
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA
A Palavra que Eleva o Coração
“Quando essas coisas começarem a acontecer erguei-vos e levantai vossas cabeças porque a vossa libertação está próxima. (Lc 21,28)”
O Chamado para a Postura Interior
O versículo apresenta uma convocação para uma atitude interior de firmeza. Não se trata de apenas observar eventos externos mas de compreender que cada acontecimento revela a necessidade de recuperar a posição que Deus confiou ao ser humano. Erguer a cabeça significa reencontrar a consciência da própria dignidade e assumir a condição de quem não se deixa dominar pelos abalos do mundo.
A Libertação que Não Depende do Exterior
A libertação anunciada não é fuga nem promessa de facilidades. É o despertar de uma força interior que permanece mesmo quando tudo ao redor parece se desfazer. Jesus indica que a alma não deve se curvar diante de estruturas que tentam enfraquecer sua autonomia espiritual. A verdadeira liberdade nasce de dentro e se sustenta na fidelidade ao que é eterno.
O Levantar da Cabeça como Ato de Aliança
Quando o Cristo manda levantar a cabeça ele recorda que o homem foi chamado a caminhar em aliança e não em submissão a medos, discursos frágeis ou modelos que dissolvem seu valor. O olhar elevado é o gesto que recupera a clareza, reafirma a responsabilidade pessoal e protege contra qualquer força que tente reduzir a grandeza da pessoa e da família.
A Aproximação da Libertação
A frase final revela que a libertação está sempre mais próxima do que parece. Ela se aproxima quando o coração desperta para a verdade, quando a alma deixa de reagir apenas aos sinais do mundo e retorna ao centro onde a presença divina sustenta tudo. A proximidade da redenção é o convite para permanecer vigilante, firme e consciente da própria vocação.
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