quinta-feira, 20 de novembro de 2025

LITURGIA DA PALAVRA - Evangelho: Lucas 23:35-43 - 23.11.2025

 Liturgia Diária

23 – DOMINGO 

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO


(branco, glória, creio, prefácio próprio – ofício da solenidade)


O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor; a ele glória e poder, pelos séculos dos séculos (Ap 5,12; 1,6).


Com reverência reconhecemos a presença do divino que se manifesta em Cristo Rei, símbolo da ordem e da harmonia que sustentam a existência. Sua realeza não se impõe, mas revela a liberdade da alma que escolhe o bem e a verdade. Ao celebrar o final do ano litúrgico, contemplamos a encarnação como expressão da dignidade humana em conexão com o Absoluto, lembrando que cada ser participa da construção do mundo. Hoje também celebramos aqueles que, com consciência e responsabilidade, atuam na sociedade, reafirmando que a fé se manifesta na ação livre, íntegra e virtuosa.



Evangelium secundum Lucam 23,35‑43

35 Et circumstantibus autem populis, insultabant illum. Principes vero sacerdotum et scribae deridebant eum dicentes: “Alios salvavit, se salvum faciat, si hic est Christus Dei electus.”
E, estando o povo ao redor, zombavam dele. Os principais sacerdotes e escribas também o escarneciam, dizendo: “A outros salvou; salve-se a si mesmo, se é o Cristo, o Escolhido de Deus.”

36 Similes autem illi et latrones qui crucifixi erant, illudebant ei.
Do mesmo modo, os ladrões que estavam crucificados com ele o insultavam.

37 Et unus autem latronum flagitabat eum, dicens: “Si tu es Christus, salva teipsum et nos.”
E um dos ladrões o insultava, dizendo: “Se és o Cristo, salva a ti mesmo e a nós.”

38 Respondens autem alter increpabat eum, dicens: “Non times Deum, quia in eodem iudicio es?
Respondendo, porém, o outro o repreendeu, dizendo: “Não temes a Deus, visto que estás no mesmo julgamento?

39 Nos autem nos meruimus pro peccatis, hic autem nihil mali fecit.”
Nós estamos sendo punidos por nossos pecados, mas este não fez nada de mal.”

40 Et dicebat: “Domine, memento mei cum veneris in regnum tuum.”
E dizia: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino.”

41 Et dixit illi Iesus: “Amen dico tibi, hodie mecum eris in paradiso.”
E Jesus lhe disse: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso.”

Verbum Domini

Reflexão:
O Evangelho mostra a verdadeira liberdade interior como fruto da escolha consciente diante da adversidade. Mesmo em meio à injustiça e à violência, o reconhecimento da própria responsabilidade moral conduz à dignidade e à evolução da alma. O ladrão arrependido compreende a diferença entre justiça e arbitrariedade, escolhendo o bem em vez do ressentimento. A resposta de Cristo revela que a salvação não depende do poder externo, mas da coerência interna e da integridade pessoal. Cada ser humano é chamado a exercer discernimento, assumir consequências e agir de modo a alinhar sua vida com princípios superiores, preservando liberdade, justiça e harmonia interior.


Versículo mais importante:

O versículo mais importante em Lucas 23,35‑43, especialmente em termos de perdão, arrependimento e esperança na vida eterna, é o versículo 43:

43 Et dixit illi Iesus: “Amen dico tibi, hodie mecum eris in paradiso.”
E Jesus lhe disse: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso.”(Lc 23:43)

Este versículo sintetiza a essência do perdão e da misericórdia, mostrando que a transformação interior e a escolha consciente podem conduzir à liberdade, dignidade e plenitude da alma, independentemente das circunstâncias externas.


HOMILIA

A Liberdade da Alma e a Plenitude da Escolha

Queridos irmãos, o Evangelho segundo Lucas 23,35‑43 nos conduz ao coração da existência humana, àquilo que transcende o efêmero e toca a essência da alma. Jesus, crucificado entre dois ladrões, se revela não apenas como vítima da injustiça, mas como modelo de consciência serena e liberdade interior. Mesmo diante da dor extrema, Ele mantém sua integridade, oferecendo perdão e esperança.

O ladrão arrependido nos ensina sobre a transformação possível quando a alma reconhece a própria responsabilidade e se volta para o bem. Não é o poder externo ou o tempo que define a dignidade, mas a coerência interna, a capacidade de escolher com discernimento e assumir as consequências.

A promessa de Cristo — “Hoje estarás comigo no paraíso” — revela que a verdadeira realeza, a liberdade duradoura e a plenitude da vida não dependem das circunstâncias externas, mas da evolução interior e do alinhamento com a ordem maior.

Cada pessoa, cada família, é chamada a exercer discernimento, cultivar a virtude e fortalecer a harmonia interna, construindo relações que respeitem a dignidade do outro e a própria. A cruz não simboliza apenas sofrimento, mas a oportunidade de crescimento, autocontrole e transcendência do ordinário, mostrando que a liberdade e a paz duradouras emergem da integridade, da responsabilidade e da clareza moral.

O Evangelho nos ensina que a vida plena não é uma questão de fortuna ou de reconhecimento externo, mas de escolher conscientemente o bem, mesmo quando isso exige sacrifício, permitindo que a alma se eleve à verdadeira liberdade e alcance a plenitude do ser.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

Lucas 23,43
“E Jesus lhe disse: ‘Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso.’”

O reconhecimento da alma

Este versículo revela a importância do reconhecimento interior e da consciência desperta. O ladrão arrependido compreende a própria responsabilidade moral e, ao se voltar para o bem, se coloca em sintonia com a verdade eterna. A resposta de Cristo mostra que a dignidade da alma não se mede por status, méritos humanos ou circunstâncias externas, mas pela capacidade de assumir as próprias escolhas e alinhar-se à ordem que sustenta a vida.

A liberdade que transcende o tempo

A promessa do paraíso indica que a liberdade verdadeira não é temporal nem dependente do poder ou da fortuna. Ela nasce do discernimento consciente e da integridade da alma. O ladrão, mesmo condenado, alcança a plenitude porque sua decisão interna se harmoniza com o princípio da justiça e do bem universal, mostrando que cada ato de arrependimento e coerência interior transforma a existência.

A dignidade e a evolução interior

Ser conduzido ao paraíso não é simplesmente um prêmio, mas uma consequência natural de uma vida vivida com consciência, coerência e responsabilidade. O momento da escolha final revela que a dignidade da pessoa está diretamente ligada à capacidade de agir com discernimento, mesmo em situações extremas. A evolução interior se manifesta na liberdade de optar pelo bem, na coragem de reconhecer os erros e na serenidade diante da finitude, configurando um estado de plenitude que transcende as circunstâncias externas.

Implicações para a vida presente

O ensinamento do versículo inspira cada indivíduo a cultivar integridade, autocontrole e discernimento nas escolhas cotidianas. A salvação e a liberdade interior não são privilégios de alguns, mas possibilidades abertas a todos que agem com retidão e consciência. A vida se torna um exercício contínuo de crescimento moral, onde cada decisão, cada gesto e cada palavra refletem a ordem maior que permeia o universo, revelando que a verdadeira grandeza e liberdade da alma se conquistam internamente, não através do mundo exterior.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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