domingo, 23 de novembro de 2025

LITURGIA DA PALAVRA - Evangelho: Lucas 21:5-11 - 25.11.2025

 Liturgia Diária


25 – TERÇA-FEIRA 

34ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia da 2ª semana do saltério)


“Liturgia da Palavra, Evangelho do dia e reflexões espirituais profundas para fortalecer a fé e a vida diária.”


É de paz que o Senhor vai falar a seu povo e seus fiéis, e aos que a ele se converterem (Sl 84,9).


Quando as obras humanas ruem e os reinos do instante se desfazem, revela-se o único Templo que não conhece decadência, Cristo, fundamento invisível que atravessa eras. Diante do colapso das pretensões humanas, a consciência desperta para a liberdade que não depende de circunstâncias, mas da firmeza do espírito que se ancora no Eterno. Assim, cada queda externa torna-se convite para retornar ao centro, onde nenhuma força pode corromper aquilo que Deus sustenta. O coração que repousa em Cristo aprende que esperança não é fuga, mas a coragem serena de permanecer fiel ao que não se abala.



Evangelium secundum Lucam (Lucas) 21,5-11

  1. Respiciens autem, vidit eos qui dicent de templo quomodo esset ornatum lapidibus bonis et donis.
    E, fitando, Jesus viu alguns que falavam sobre o templo, como ele estava adornado de belas pedras e ofertas.

  2. Et quibusdam dicentibus de templo quod bonis lapidibus et donis ornatum esset, dixit:
    E, quando certos comentavam sobre o templo ornamentado de pedras caras e dádivas, ele disse:

  3. Haec quae videtis, venient dies in quibus non relinquetur lapis super lapidem, qui non destruatur.
    O que vedes agora, virão dias em que não ficará pedra sobre pedra que não seja destruída.

  4. Interrogaverunt autem illum, dicentes: Præceptor, quando hæc erunt, et quod signum cum fieri incipient?
    Então lhe perguntaram: Mestre, quando isso sucederá, e qual será o sinal de que essas coisas estão para acontecer?

  5. Qui dixit: Videte ne seducamini: multi enim venient in nomine meo, dicentes quia ego sum: et tempus appropinquavit: nolite ergo ire post eos.
    Ele respondeu: Cuidado para não serem enganados: muitos virão em meu nome, dizendo: “Sou eu”; e “O tempo está próximo”. Não os sigam.

  6. Cum autem audieritis prælia et seditiones, nolite terreri: oportet primum hæc fieri, sed nondum statim finis.
    E quando ouvirdes falar de guerras e conflitos, não fiquem aterrorizados: é necessário que essas coisas ocorram primeiro, mas o fim não virá imediatamente.

  7. Tunc dicebat illis: Surget gens contra gentem, et regnum adversus regnum.
    Surgirá nação contra nação, e reino contra reino.

  8. Et terræmotus magni erunt per loca, et pestilentiæ, et fames, terroresque de cælo, et signa magna erunt.
    Haverá grandes terremotos em vários lugares, pestes e fomes, terrores vindos do céu, e grandes sinais serão vistos.

Verbum Domini

Reflexão Bíblica:
As palavras de Cristo revelam que tudo o que é apenas exterior nasce condenado à impermanência. Ao contemplar a fragilidade dos reinos humanos, somos chamados a fortalecer o centro interior, onde não existe medo nem servidão às circunstâncias. A verdadeira firmeza não depende de muros ou pedras, mas da lucidez que discerne enganos e não se deixa conduzir por expectativas alheias. Diante de conflitos e abalos, a alma aprende que a liberdade floresce quando se permanece vigilante, sereno e consciente do próprio caminho. Assim, mesmo em meio ao tumulto, resiste a paz de quem repousa naquilo que não pode ser destruído.


Versículo mais importante:

Lucas 21,6
Haec quae videtis, venient dies in quibus non relinquetur lapis super lapidem, qui non destruatur.
O que vedes agora: virão dias em que não ficará pedra sobre pedra que não seja destruída.(Lc 21:6)


HOMILIA DIÁRIA

O Templo que Não se Abala: Homilia sobre Lucas 21,5-11

Amados, o Evangelho de hoje nos conduz diante de um cenário impressionante: homens admirando o esplendor do templo, e Cristo respondendo com palavras que atravessam séculos, palavras que desnudam a fragilidade das obras humanas e revelam o único alicerce que realmente sustenta a existência.

Quando o Senhor anuncia que “não ficará pedra sobre pedra”, Ele não está apenas descrevendo um fato histórico. Ele está apontando para a estrutura interior do ser humano, convidando-nos a libertar o coração da ilusão de que a segurança depende de ornamentações externas, sistemas humanos, discursos sedutores ou promessas de ordem fácil. Toda construção baseada no medo, na dependência excessiva de autoridades humanas ou na suposta solução totalizante de quem promete cuidar de tudo em nosso lugar está destinada a ruir.

Cristo chama cada pessoa, cada família, ao despertar da consciência. Nada pode substituir o trabalho interior, a coragem moral, a responsabilidade que nasce da dignidade dada por Deus. Quando Ele adverte: “Vede que não sejais enganados”, aponta para a tendência humana de seguir vozes que, oferecendo proteção, acabam amputando a liberdade e conduzindo ao servilismo espiritual e social. São vozes que prometem um mundo perfeito se apenas entregarmos nossa autonomia, nossa capacidade de discernir, nossa vigilância.

A verdadeira força não vem de regimes centralizadores que se apresentam como salvadores, mas da construção silenciosa e firme do caráter; não de discursos que cultivam ressentimentos, mas da família que educa para a lucidez; não de ideologias que sufocam a alma, mas da liberdade que brota de um coração que encontrou seu eixo em Cristo.

O Senhor nos adverte sobre guerras, conflitos e abalos. Não para que vivamos em medo, mas para que aprendamos a permanecer de pé quando tudo treme. O mundo pode se desmoronar, mas aquele que edificou a vida sobre a verdade não se dobra a manipulações, não se deixará seduzir por projetos que tratam a pessoa como massa, nem entregará a consciência a quem promete soluções fáceis em troca de submissão.

Cristo nos chama a ser templos vivos, não dependentes de ornamentos passageiros, mas sustentados pela clareza interior, pela liberdade que nasce da responsabilidade, pela dignidade que ninguém pode retirar. Que cada família, cada alma, reencontre nesse Evangelho a coragem de permanecer fiel ao que é eterno, recusando todo caminho que infantilize o espírito humano.

Pois o Templo verdadeiro, aquele que não se abala, é Cristo, e somente Nele encontramos a firmeza necessária para atravessar qualquer ruína do mundo.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA DIÁRIA

A Impermanência das Obras Humanas

O versículo diz
O que vedes agora virão dias em que não ficará pedra sobre pedra que não seja destruída (Lc 21,6)
Nele, Cristo revela que nenhuma construção puramente exterior possui a solidez necessária para sustentar o sentido último da existência. As estruturas humanas, por mais grandiosas que pareçam, estão submetidas ao desgaste do tempo e ao movimento da história. A lição inicial é clara
não se deve fundamentar a esperança em realidades que inevitavelmente se desfazem.

O Chamado ao Discernimento Interior

Ao anunciar a ruína do que é visível, o Senhor convida o olhar humano a voltar-se para dentro. Não como fuga, mas como orientação para o que sustém a pessoa mesmo quando tudo ao redor desmorona. O discernimento nasce quando a alma aprende a diferenciar o que é transitório do que permanece, e assim deixa de se apoiar em dependências frágeis que prometem estabilidade, mas geram servidão espiritual e emocional.

A Firmeza que Não Depende das Circunstâncias

As pedras que caem simbolizam todas as falsas garantias que o mundo oferece. O ensinamento de Cristo aponta para uma fortaleza que não é feita de matéria nem depende de autoridades humanas. É a firmeza da consciência desperta e da liberdade que nasce da responsabilidade moral. A pessoa que se ancora nesta verdade não se abala com crises, mudanças sociais ou pressões externas, pois reconhece que a verdadeira sustentação não é concedida por estruturas decadentes.

A Edificação da Vida sobre o Eterno

O templo exterior pode desaparecer, mas o templo interior pode tornar-se cada vez mais sólido. A ruína anunciada são portas para nova construção. Cristo convida cada um a erguer a vida sobre fundamentos que nem o tempo nem o poder de outros podem destruir. A dignidade humana, a verdade que liberta e a retidão silenciosa constroem uma morada que permanece mesmo quando as pedras do mundo se tornam pó.

A Transformação Quebro Mesmo a Ilusão

A destruição mencionada por Jesus não é castigo, mas revelação. Mostra que tudo o que está apoiado na aparência deve ser desmontado para que o essencial venha à luz. Quando as ilusões caem, abre-se espaço para um modo mais elevado de existir. Não se trata de temer o colapso, mas de acolher a oportunidade de renascer com maior clareza, maturidade e liberdade interior.

Assim, este versículo não fala apenas da queda de um edifício físico. Ele descreve o processo necessário pelo qual cada ser humano atravessa para alcançar a plenitude que Deus deseja. A pedra sobre pedra que cai é o convite para que surja a pessoa nova, fundada no que nenhum tempo destrói.

]Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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