Liturgia Diária
22 – TERÇA-FEIRA
SANTA CECÍLIA
VIRGEM E MÁRTIR
(vermelho, pref. comum, ou dos santos, – ofício da memória)
Louvem as virgens o nome do Senhor, porque só ele é excelso; sua glória excede a terra e o céu (Sl 148,12ss).
Cecília, virgem e mártir, considerada padroeira da música, viveu na Itália no século 3º. De nobre família romana, educada desde o berço na vida cristã, levava no peito o Evangelho de Cristo dia e noite, especialmente no serviço aos excluídos. Durante seu martírio, apelou para que os cristãos não negassem a fé. Celebremos com entusiasmo sua memória, pedindo a graça de professar nossa fé, especialmente mediante o serviço aos necessitados.
Evangelho: Lucas 21,5-11
Aleluia, aleluia, aleluia.
Permanece fiel até a morte, / e a coroa da vida eu te darei! (Ap 2,10) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 5algumas pessoas comentavam a respeito do templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: 6“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. 7Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isso? E qual vai ser o sinal de que essas coisas estão para acontecer?” 8Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que essas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. 10E Jesus continuou: ”Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 21,5-11
«Não ficará pedra sobre pedra»
+ Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret
(Vic, Barcelona, Espanha)
Hoje, escutamos com assombro a severa advertência do Senhor: «Admirais essas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra» (Lc 21,6). Essas palavras de Jesus situam-se nas antípodas de uma denominada “cultura do progresso indefinido da humanidade”, ou, se preferimos, de uns quantos cabecilhas técnico-científicos e político-militares da espécie humana, em evolução imparável.
Desde onde? Até onde? Ninguém sabe, nem pode saber, com excepção, em última análise, de uma suposta matéria eterna que nega Deus, usurpando-o dos Seus atributos. Como tentam fazer-nos comungar com rodas de moinho aqueles que recusam comungar com a finitude e precariedade próprias da condição humana!
Nós, os discípulos do Filho de Deus feito homem, de Jesus, escutamos as Suas palavras e, fazendo-as muito nossas, meditamos nelas. Eis que nos diz: «Cuidado para não serdes enganados» (Lc 21,8). Quem no-lo diz é Aquele que veio para dar testemunho da verdade, afirmando que aqueles que são da verdade escutam a Sua voz.
E também nos garante: «Não será logo o fim» (Lc 21,9). O que, por um lado, quer dizer que dispomos de um tempo de salvação e que nos convém aproveitá-lo; e, por outro lado, que, de qualquer modo, o fim virá. Sim, Jesus virá «julgar os vivos e os mortos», como professamos no Credo.
Leitores de Meditando o Evangelho de hoje, queridos irmãos e amigos: em uns versículos mais adiante, do fragmento que agora comento, Jesus anima-nos e consola-nos com estas palavras que, em Seu nome, vos repito: «É pela vossa perseverança que conseguireis salvar a vossa vida!» (Lc 21,19).
Respondendo com a energia de um hino cristão, exortamo-nos uns aos outros: «Perseveremos, pois já tocamos o Céu com a mão!»
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Para evitar qualquer pergunta de seus discípulos sobre o tempo de sua vinda, Cristo disse: “Não é para você saber os horários e datas”. Ele queria esconder isso de nós para que fiquemos acordados» (Santo Efren)
«A cessação do sacrifício é a destruição do Templo devem ter sido um choque terrível. Deus, que colocou se nome neste Templo e que misteriosamente o habitou, o abandonou, já não era sua morada na terra. O Antigo Testamento deveria ser lido de um novo modo!» (Bento XVI)
«Jesus (...) identificou-Se com o templo, apresentando-Se como a morada definitiva de Deus entre os homens. Por isso é que a sua entrega à morte corporal prenuncia a destruição do templo, a qual vai assinalar a entrada numa nova idade da história da salvação: “Vai chegar a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai (Jo 4,21)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 586)
Fonte https://evangeli.net/
NÃO FICARÁ PEDRA SOBRE PEDRA Lc 21,5-11
HOMILIA
Em meio ao barulho do povo no templo, alguns admiram a magnificência da construção. O templo, reconstruído depois do exílio, parece que foi realmente modesto se comparado com o primeiro, construído por Salomão. Contudo, para a época de Jesus, aquele modesto templo do pós-exílio era outra coisa totalmente diferente.
Herodes o Grande, com mania de grandeza por natureza, buscando reconciliar-se com os judeus, havia-se encarregado de remodelá-lo, com ampliações e com soluções que ainda surpreendem a engenharia moderna. Isto para entender por que os visitantes se maravilhavam tanto com aquela obra. Exceto a magnificência do edifício e a pompa da obra como tal, sabemos que o templo significava tudo para Israel, não somente por sua convicção de que era o lugar da Presença, lugar onde habitava o Nome de Deus ou sua Glória (Ezequiel 43, 4), mas porque, como estrutura institucional, determinava todos os destinos políticos, econômicos, sociais e religiosos da nação.
Consideremos só o religioso: o templo, como habitação do Nome, do lugar específico do Santo dos Santos irradiava sua santidade para os demais lugares do templo: primeiramente para o que estava mais perto do lugar da Santidade: o altar, em seguida as casas e o pátio dos sacerdotes de Israel, depois as casas e os pátios dos levitas, pátio dos israelitas legalmente puros, pátio dos impuros, pátio das israelitas e das crianças, pátio dos estrangeiros, palácios próximos, o resto da cidade, o país e o mundo; de modo que a santidade se deduzia pela proximidade ou distância do lugar da Santidade divina. Nessa medida, o templo era a réplica em miniatura da sociedade israelita estratificada por razões sociais, econômicas e contraditoriamente, por razões religiosas.
Aqueles que observam a maravilha arquitetônica não estão em condições de pôr em questão tudo o que há por trás daquela estrutura de pedra; unicamente Jesus, que como já vimos se orienta por outros critérios, com outros parâmetros, é capaz de questionar e até se atreve a predizer sua destruição: o da ruína material pôde tê-lo dito pela simples constatação histórica porque já havia ocorrido em 587, mas também porque era um fato que os detentores do poder procuravam arruinar as construções religiosas dos súditos para submetê-los com maior crueza. Destruindo os templos, saqueando-os e, especialmente, retirando deles as estátuas das divindades e demais símbolos religiosos, os invasores davam por submetidos também os deuses dos povos conquistados, e estes tinham a obrigação de submeter-se à religião do conquistador.
Já o templo de Jerusalém tinha sido saqueado pelos babilônios, pelos gregos, e faltavam os romanos, mas não tardariam. Contudo, a realidade da destruição do templo Lucas já a devia conhecer e aproveita aquela imagem para pô-la na boca de Jesus como profecia e como introdução a seu discurso escatológico que se abre precisamente aqui a propósito das palavras de uns aterrorizados fiéis diante daquela fortíssima construção.
Não é necessário, portanto, insistir se Jesus predisse a destruição de Jerusalém e seu templo em termos literais. O mais importante é que com a clareza de uma consciência totalmente liberta e desprovida da alienação religiosa, própria de seu tempo, Jesus manifesta sua mais profunda convicção e fé na queda de todo o sistema montado ao redor do templo como estrutura geradora de injustiça institucional. Não seria algo pacífico nem fácil, com a mesma violência e injustiça com que se tinha levantado tudo aquilo, seria derrubado também. Não porque Deus interviesse para que as coisas assim acontecessem, senão como uma espécie de lei da vida.
Pai, teu Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba acolhê-lo como manifestação de tua misericórdia, e só nele colocar toda a minha segurança.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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