Liturgia Diária
28 – SEGUNDA-FEIRA
4ª SEMANA DA QUARESMA
(roxo – ofício do dia)
Confio em vós, ó Deus! Alegro-me e exulto em vosso amor, pois olhastes, Senhor, minha miséria (Sl 30,7s).
Deus se dispõe a recriar, renovando coisas e pessoas. Celebremos o Senhor com confiança e alegria, reconhecendo com o salmista: “Transformastes o meu pranto em uma festa”.
Evangelho: João 4,43-54
Honra, glória, poder e louvor / a Jesus, nosso Deus e Senhor!
Buscai o bem, não o mal, pois assim vivereis; / então o Senhor, nosso Deus, convosco estará! (Am 5,14) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 43Jesus partiu da Samaria para a Galileia. 44O próprio Jesus tinha declarado que um profeta não é honrado na sua própria terra. 45Quando então chegou à Galileia, os galileus receberam-no bem, porque tinham visto tudo o que Jesus havia feito em Jerusalém durante a festa. Pois também eles tinham ido à festa. 46Assim, Jesus voltou para Caná da Galileia, onde havia transformado a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário do rei que tinha um filho doente. 47Ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judeia para a Galileia. Ele saiu ao seu encontro e pediu-lhe que fosse a Cafarnaum curar seu filho, que estava morrendo. 48Jesus disse-lhe: “Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais”. 49O funcionário do rei disse: “Senhor, desce, antes que meu filho morra!” 50Jesus lhe disse: “Podes ir, teu filho está vivo”. O homem acreditou na palavra de Jesus e foi embora. 51Enquanto descia para Cafarnaum, seus empregados foram ao seu encontro, dizendo que o seu filho estava vivo. 52O funcionário perguntou a que horas o menino tinha melhorado. Eles responderam: “A febre desapareceu, ontem, pela uma da tarde”. 53O pai verificou que tinha sido exatamente na mesma hora em que Jesus lhe havia dito: “Teu filho está vivo”. Então, ele abraçou a fé, juntamente com toda a sua família. 54Esse foi o segundo sinal de Jesus. Realizou-o quando voltou da Judeia para a Galileia. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 4,43-54
«Jesus foi para a Galileia»
Rev. D. Ramon Octavi SÁNCHEZ i Valero
(Viladecans, Barcelona, Espanha)
Hoje voltamos a encontrar Jesus nos cinco pórticos da piscina de Betsaida, onde tinha realizado o conhecido milagre da conversão da água em vinho. Agora, nesta ocasião, faz um novo milagre: a cura do filho de um funcionário real. Mesmo que o primeiro foi espetacular, este é —sem duvida— mais valioso, porque não é algo material o que se soluciona com o milagre, e sim que se trata da vida de uma pessoa.
O que chama atenção deste novo milagre é que Jesus atua à distância, não acode a Cafarnaúm para curar diretamente ao enfermo, e sem mover-se de Canaã faz possível o restabelecimento: «O funcionário do rei disse: ‘Senhor, desce, antes que meu filho morra!’» Jesus disse-lhe: «Pode ir, seu filho está vivo» O homem acreditou na palavra de Jesus e foi embora» (Jo 4,49.50).
Isto nos lembra a todos nós que podemos fazer muito bem à distância, quer dizer, sem ter que estar presentes no lugar onde é solicitada nossa generosidade. Assim, por exemplo, ajudamos ao Terceiro Mundo colaborando economicamente com nossos missioneiros ou com entidades católicas que estão ali trabalhando. Ajudamos aos pobres de bairros marginais das grandes cidades com nossas contribuições a instituições como Caritas, sem que devamos pôr os pés em suas ruas. Ou, inclusive, podemos dar uma alegria a muita gente que está muito distante de nós com uma chamada de telefone, uma carta ou um correio eletrônico.
Muitas vezes nos escusamos de fazer o bem porque não temos possibilidades de estar fisicamente presentes nos lugares onde há necessidades urgentes. Jesus não se escusa porque não estava em Cafarnaum, senão que fez o milagre.
A distância não é nenhum problema na hora de ser generoso, porque a generosidade sai do coração e traspassa todas as fronteiras. Como diria Santo Agostinho: «Quem tem caridade em seu coração, sempre encontra alguma coisa para dar».
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«No caso do centurião romano, a fé já era forte, por isso Jesus prometeu ir para que pudéssemos aprender com a devoção daquele homem; aqui a fé ainda era imperfeita, e não sabia claramente que Jesus podia curar estando longe: por isso o Senhor, recusando-se a descer, quis com isto ensinar a ter fé» (São João Crisóstomo)
«Acreditais que Deus não nos ouve, se lhe oramos com insistência? Ele sempre escuta e sabe tudo sobre nós, com amor. Lutamos com ele ao nosso lado e a nossa arma é precisamente a oração, que nos faz sentir a sua presença connosco» (Francisco)
«Os evangelhos foram escritos por homens que foram dos primeiros a receber a fé e que quiseram partilhá-la com outros. Tendo conhecido, pela fé, quem é Jesus, puderam ver e fazer ver os traços do seu mistério em toda a sua vida terrena (...) Através dos seus gestos, milagres e palavras, foi revelado que ‘n'Ele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade’ (Cl 2, 9) (…). O que havia de visível na sua vida terrena conduz ao mistério invisível da sua filiação divina e da sua missão redentora» (Catecismo da Igreja Católica, nº 515)
Fonte https://evangeli.net/
O TEU FILHO VAI VIVER Jo 4,43-54
HOMILIA
Teu filho vai viver. É a garantia que Jesus dá ao homem cujo filho estava a beira da morte. No texto de hoje mais uma vez estamos diante de um milagre ou simplesmente sinal, característica fundamental do Evangelho de Jesus Segundo São João.
Jesus conforme nos narra o evangelho, sai da sua terra e vai para Galileia. Como era de esperar, depois de tantos milagres e prodígios que fizera em Jerusalém, aquando da celebração da páscoa é bem recebido. E por encontrar receptibilidade continua fazendo milagres. É de salientar que apesar de Galiléia ser uma região predominantemente gentílica, com presença de descendentes de colonos judeus, fora em Caná da Galileia que tinha transformado a água em vinho por causa da fé daqueles homens.
Hoje neste trecho do Evangelho salienta-se mais um sinal, um milagre. O milagre da vida como sendo o dom de Deus.
Evangelho de São João, respondendo ao apóstolo Tomé, afirma com toda a sua autoridade: “Eu Sou a Vida” (Jo 14,6). Muitas vezes me pergunto sobre o profundo sentido dessa afirmativa. Em outro tópico Ele parece completar o que ali está dito: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em plenitude” (Jo 10,10). Outra afirmação categórica de Jesus a Maria, irmã de Lázaro, é esta: “Eu sou a Ressurreição e a Vida” (Jo 11,25). Isto vale a dizer: “Sou o princípio, o autor também da nova vida, após a morte”.
Quem n’Ele procura a vida sempre a encontra. Veja a certeza com que pronuncia as belas palavras ao funcionário do rei: Podes ir, que teu filho está vivo.
Para os homens com grande fé como o alto funcionário do rei, novos céus e nova terra existirão. Porque na verdade reconhecem o Evangelho como Palavra de Salvação eterna.
A plenitude da vida que Jesus nos veio trazer não se restringe aos horizontes fechados da vida presente, como pensavam muitos humanistas e utopistas. A vida humana, acima de tudo, é dom de Deus: vem de Deus e se realiza na posse terrena e eterna de Deus. Foi essa a vida que Deus concedeu a nossos primeiros pais e Jesus nos veio reconquistar pela Encarnação, pelo mistério de sua vida, morte e Ressurreição. Por isso Santo Agostinho afirma, com tanta propriedade: “O nosso coração está inquieto até que descanse em Vós”.
De regresso a casa, «ele creu, com todos os da sua casa». Gente que não viu nem ouviu Jesus acredita nEle. Que ensinamento se retira daqui? É preciso acreditar nEle sem exigir milagres: não é preciso exigir a Deus provas do Seu poder. Basta acreditar nas Suas palavras: O teu filho vai viver. Os teus serão libertos da situação em que se encontram. Acredite. É Jesus quem está falando! Ele quer curar todas as nossas feridas e enfermidades. Quer libertar os nossos de todos os vícios e pecados. Ele quer ressuscitar os membros do nosso corpo e dar-lhes nova vida. Nos nossos dias, quantas pessoas mostram um maior amor a Deus depois de seus filhos ou sua mulher terem recebido alívio na doença?
Ontem como hoje Ele continua fazendo milagres e prodígios. Mesmo que os nossos votos não sejam atendidos, é preciso perseverar nas ações de graça e de louvor. Permaneça ligado a Deus mesmo na adversidade, no abandono, na dor, na tristeza ainda que a morte venha bater a sua porta. Não perca a esperança de que os teus hão de viver, e viver para sempre. Confiar, e esperar com fé firme em Deus é optar pela vida. Por isso, escolha, pois a vida descansando nos braços e no colo de Jesus para que tenha vida e vida em abundância.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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