quinta-feira, 31 de março de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: João 8,21-30 - 05.04.2022

Liturgia Diária


5 – TERÇA-FEIRA  

5ª SEMANA DA QUARESMA


(roxo, prefácio da paixão I, – ofício do dia)



Espera no Senhor e sê corajoso! Fortifique-se teu coração; espera no Senhor! (Sl 26,14)


Em nossa vida, a libertação de qualquer escravidão supõe um processo doloroso. Firmemos, nesta Eucaristia, o propósito de nunca afastar nossos olhos do Senhor, a fim de alcançarmos a “Terra Prometida” que ele nos prepara.


Evangelho: João 8,21-30


Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!


Semente é de Deus a Palavra, / o Cristo é o semeador; / todo aquele que o encontra, / vida eterna encontrou. – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 21“Eu parto e vós me procurareis, mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir”. 22Os judeus comentavam: “Por acaso, vai-se matar? Pois ele diz: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’?” 23Jesus continuou: “Vós sois daqui de baixo, eu sou do alto. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados”. 25Perguntaram-lhe, pois: “Quem és tu então?” Jesus respondeu: “O que vos digo desde o começo. 26Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito e a julgar também. Mas aquele que me enviou é fidedigno, e o que ouvi da parte dele é o que falo para o mundo”. 27Eles não compreenderam que lhes estava falando do Pai. 28Por isso, Jesus continuou: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou. 29Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado”. 30Enquanto Jesus assim falava, muitos acreditaram nele. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: João 8,21-30

«Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que ‘Eu Sou’»


Rev. D. Josep Mª MANRESA Lamarca

(Valldoreix, Barcelona, Espanha)

Hoje, Terça-feira V da Quaresma, a uma semana da contemplação da Paixão do Senhor, Ele nos convida a olhar-lhe antecipadamente redimindo-nos desde a Cruz. «Jesus Cristo é nosso pontífice, seu corpo precioso é nosso sacrifício que Ele ofereceu na ara da Cruz para a salvação de todos os homens» (São João Fisher).


«Quando tiverdes elevado o Filho do Homem...» (Jo 8,28). Efetivamente, Cristo Crucificado —Cristo “levantado”!— é o grande e definitivo signo do amor do Pai à Humanidade caída. Seus braços abertos, estendidos entre o céu e a terra, traçam o signo indelével da sua amizade com nós os homens. Ao lhe ver assim, alçado ante o nosso olhar pecador, saberemos que Ele é (cf. Jo 8,28), e então, como aqueles judeus que o escutavam, também nós creremos Nele.


Só a amizade de quem está familiarizado com a Cruz pode proporcionar-nos o adequado para adentrar-nos no Coração do Redentor. Pretender um Evangelho sem Cruz, despojado do sentido cristão da mortificação, ou contagiado do ambiente pagão e naturalista que nos impede entender o valor redentor do sofrimento, colocaria-nos na terrível posibilidade de ouvir dos lábios de Cristo: «Depois de tudo, para que seguir falando-vos?».


Que o nosso olhar à Cruz, olhar sossegado e contemplativo, seja uma pergunta ao Crucificado, em que sem o ruído de palavras lhe digamos: «Quem és tu, então?(Jo 8,25).Ele nos responderá que é «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida»(Jo 14,6), a Videira à qual sem estar unidos, nós, pobres ramos, não poderemos dar fruto, porque só Ele tem palavras de vida eterna. E assim, se não cremos que Ele é, morreremos pelos nossos pecados. Viveremos, no entanto, e viveremos já nesta terra vida de céu se aprendemos Dele a gozosa certeza de que o Pai está conosco, não nos deixa sozinhos. Assim imitaremos o Filho em fazer sempre o que agrada-lhe ao Pai.

Fonte https://evangeli.net/


MORREREIS NOS VOSSOS PECADOS Jo 8,21-30
HOMILIA

Em Jesus a humanidade é “elevada” à participação da vida divina. Estar com o Pai, fazer o que é do seu agrado, é nossa vocação. Porque Ele está connosco!

O “pecado”, segundo os critérios da Lei, é qualquer falta à sua estrita observância. A Lei servia tanto para explorar e excluir os pobres e pequenos, taxados de pecadores, como também para garantir os privilégios das elites religiosas do estado teocrata de Israel. O apego à Lei leva à rejeição da verdade de Jesus e do Pai, que é a comunicação da vida.

Estamos diante de um texto no qual Jesus narra a sua própria morte. Perante tal facto, alguém poderia dizer: Se Cristo tinha mesmo de entregar o seu corpo à morte por nós todos, porque é que não morreu normalmente, como homem? porque é que tinha de se deixar crucificar? Poder-se-ia, na verdade, dizer que era mais conveniente para Ele entregar o seu corpo de uma maneira digna do que suportar a infâmia de tal morte… Esta objecção é demasiado humana: o que aconteceu ao Salvador é verdadeiramente divino e digno da sua divindade por várias razões.

Em primeiro lugar, porque a morte que acontece aos homens tem a ver com a fraqueza da sua natureza; não podendo durar indefinidamente, eles desagregam-se com o tempo. Chegam as doenças e, tendo perdido as suas forças, acabam por morrer. Mas o Senhor não é fraco; Ele é a Força de Deus, o Verbo de Deus, a própria Vida. Se Ele entregasse o corpo em privado, num leito, à maneira dos homens, teriam pensado… que Ele não tinha nada a mais do que os outros homens… Não convinha que o Senhor adoecesse, Ele que curava as doenças dos outros…

Então porque é que Ele não afastou a morte, tal como tinha afastado a doença? Porque Ele possuía um corpo precisamente para isso e para não pôr entraves à ressurreição… Mas, dirá talvez alguém, Ele deveria ter evitado a conjura dos seus inimigos, para conservar o seu corpo absolutamente imortal. Que esse aprenda, então, que também isso não convinha ao Senhor.

Tal como não era digno do Verbo de Deus, por ser a Vida, dar a morte ao seu corpo por sua propria iniciativa, também não lhe convinha fugir da morte que outros lhe queriam dar…

Morrer como morreu não significou de modo algum a fraqueza do Verbo, mas fê-lo ser conhecido como Salvador e Vida… O Salvador não veio experimentar a sua própria morte, mas a morte dos homens. Eis o segredo que os judeus que acabavam de celebrar o dia da Reconciliação não entenderam. Portanto, contraditoriamente, estão procurando a morte de Jesus. Repetindo por três vezes “morrereis nos vossos pecados”, Jesus reverte o quadro. Rejeitar Jesus é rejeitar o dom da vida eterna e consequentemente fazer uma opção pela morte.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário