quarta-feira, 3 de abril de 2019

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: João 8,12-20 - 08.04.2019

Liturgia Diária

DIA 8 – SEGUNDA-FEIRA   
5ª SEMANA DA QUARESMA

(roxo – ofício do dia)

Tende piedade de mim, Senhor, pois me atormentam; todos os dias me oprimem os agressores (Sl 55,2).

O Senhor se compadece daqueles que o amam e o temem. Qual pastor, ele não desampara suas ovelhas diante daqueles que desejam lhes fazer mal, mas as conduz para a luz da vida.

Evangelho: João 8,12-20

Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!

Não quero a morte do pecador, diz o Senhor, / mas que ele volte, se converta e tenha vida (Ez 33,11). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 12disse Jesus aos fariseus: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. 13Então os fariseus disseram: “O teu testemunho não vale, porque estás dando testemunho de ti mesmo”. 14Jesus respondeu: “Ainda que eu dê testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é válido, porque sei de onde venho e para onde vou. Mas vós não sabeis donde venho nem para onde vou. 15Vós julgais segundo a carne, eu não julgo ninguém, 16e se eu julgo, o meu julgamento é verdadeiro, porque não estou só, mas comigo está o Pai, que me enviou. 17Na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro. 18Ora, eu dou testemunho de mim mesmo e também o Pai, que me enviou, dá testemunho de mim”. 19Perguntaram então: “Onde está o teu Pai?” Jesus respondeu: “Vós não conheceis nem a mim nem o meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai”. 20Jesus disse estas coisas enquanto estava ensinando no templo, perto da sala do tesouro. E ninguém o prendeu, porque a hora dele ainda não havia chegado. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão -  Evangelho: João 8,12-20
«Eu sou a luz do mundo»

Rev. D. Jordi PASCUAL i Bancells
(Salt, Girona, Espanha)

Hoje, Jesus dá-nos a definição dele próprio, a qual enche de sentido a vida dos que, apesar das nossas deficiências, o queremos seguir: «Eu sou a luz do mundo» (Jo 8,12). A pessoa de Jesus, os seus ensinamentos, os seus exemplos de vida, são a luz que ilumina toda a nossa existência, tanto nas horas boas, como nas de sofrimento ou contradição.

O que é que isto quer dizer? Que em qualquer circunstância em que nos encontremos, seja por trabalho ou na relação com os outros, na nossa relação perante Deus, frente às alegrias ou às tristezas… podemos pensar: —Que fez Jesus numa circunstância semelhante?; podemos sempre procurar no Evangelho e responder: —Isto mesmo é o que eu farei! Precisamente, João Paulo II incorporou no Santo Rosário —o “compêndio do Evangelho”, como ele próprio nos recorda— os mistérios da vida pública de Jesus, e denominou-os “mistérios da luz”. Assim, diz-nos o Papa: «Ele é quem, declarado Filho predileto do Pai no Batismo do Jordão, anuncia a chegada do Reino, dando testemunho dele com as suas obras e proclamando as suas exigências».

Jesus é luz; quem o segue «não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8,12). Como discípulos seus, o Senhor convida-nos também a sermos luz para o mundo; a levar a luz da esperança no meio das violências, desconfianças e medos dos nossos irmãos; a levar a luz da fé no meio da obscuridade, das dúvidas e interrogações; a levar a luz do nosso amor no meio de tanta mentira, rancor e perturbação como vemos à nossa roda.

O Papa indica como pano de fundo de todos os mistérios de luz, as palavras de Maria nas bodas de Cana: «Fazei tudo o que Ele vos disser» (Jo 2,5): este é o caminho para que Jesus seja luz do mundo e para que nós iluminemos com essa mesma luz.

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EU SOU A LUZ DO MUNDO Jo 8,12-20
HOMILIA

Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará na treva, mas terá a luz da vida. Esta aqui a chave de todo esclarecimento das palavras e da missão de Jesus. Nesta expressão de São João que, mesmo desvinculada do seu contexto mais amplo (8,12-20), desempenha uma função essencial: faz pensar. Faz pensar, antes de tudo, nos adversários imediatos que, logo em seguida, tentam neutralizá-la, mas também põe na balança a nossa fé: Você sabe de onde veio e para onde vai? Você já encontrou sentido para a sua vida? Você faz diferença entre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo? Você tem em si a Luz de Jesus? O que você distingue nos acontecimentos da sua vida como sendo vindo da luz que é Cristo?
Jesus ao dizer Eu sou..., quer mostrar a todos nós a importância decisiva da sua pessoa para o mundo inteiro. É bom lembrar que o lugar onde Jesus pronuncia solenemente esta auto-afirmação é a sala do Tesouro do Templo (8,20). Lá, durante as Festas, eram acesos os grandes candelabros, cuja luz chegava a iluminar toda a cidade de Jerusalém.
Esse ambiente, densamente repleto de ressonâncias messiânicas, é o lugar em que Jesus se declara luz do mundo. O motivo da luz, de acordo com as profecias messiânicas, indica felicidade, libertação, alegria: "Levanta, resplandece porque a tua luz vem vindo, a glória de Javé brilha sobre ti" (Is 60,1).
Por trás da afirmação de Jesus, podemos ver os textos proféticos que se referem ao Servo de Deus constituído para ser a luz das nações (Is 49,6:) Pouca coisa é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e reconduzires os sobreviventes de Israel. Também te estabeleci como luz das nações, a fim de que a minha salvação chegue até as extremidades da terra; cfr. Is 42,6).
Esses textos que exprimem a missão do servo nos convidam a percorrer o caminho de um novo êxodo que liberta da treva e da opressão. Por isso eles ajudam a compreender que também a missão de Jesus não se reduz ao povo de Israel, mas está totalmente aberta para o mundo das nações.
Por esse motivo, Jesus convida a percorrer o mesmo caminho e acrescenta, logo em seguida, uma expressão não menos significativa do que a primeira: Quem me segue não andará na treva, mas terá a luz da vida. A dimensão universal da "luz" tem sua incidência concreta na experiência humana, também universal (a expressão quem me segue é singular, mas indica totalidade), revelando a necessidade de uma decisão pessoal.
Está em jogo o sentido da história: quem acolhe a luz encontra efetivamente o caminho da vida, e o caminho certo é aquele do "seguimento". Vale lembrar que seja a "luz" seja a "treva" possuem dimensões universais (cfr 1,5) bem como muitos outros contrastes do evangelho de João (vida-morte, verdade-mentira, espírito-carne, etc.).
No entanto, esses contrastes não são fruto da fantasia, mas surgem da experiência humana, porque é lá que é preciso decidir se enveredar pelo caminho da luz, do projeto de Deus e da vida, ou se percorrer o caminho dos projetos humanos auto-referenciais. Não há outra escolha senão entre dois caminhos: auto-suficiência humana e gratuidade divina.
Para o evangelista, todo ser humano realiza suas escolhas dentro do horizonte da história humana, assim como Jesus se manifesta como "luz do mundo" em sua própria humanidade. De fato, é muito significativo observar que o símbolo da luz ocorre só nos primeiros 12 capítulos e é quase sempre aplicado a Jesus em sua realidade histórica.
Portanto, ainda hoje, numa história repleta de ambigüidades, a decisão do "seguimento" não só obtém a luz da vida, mas revela ao mesmo tempo uma formidável dose de otimismo: a luz e a treva continuam se opondo como outrora, mas a Luz, no fim das contas, acaba resplandecendo gratuitamente para todos. Isso faz pensar e muito!
Jesus é a Luz que veio ao mundo para nos tirar das trevas. A luz revela, clareia, mostra e esclarece. A treva é a ignorância, a confusão, a desesperança e o desamor. Com Jesus nós temos a Luz da vida e o entendimento para todos os fatos que nos acontecem enquanto aqui vivermos. A partir desta realidade nós então encontraremos sentido para o nosso viver. Se tivermos uma experiência com Jesus, nós também, como Ele, iremos perceber de onde viemos e para onde vamos. Encontraremos razão para a nossa existência, porque deixaremos de viver segundo a carne, mas guiados pelo Espírito Santo e o nosso testemunho também será válido.
O próprio Jesus é quem nos confidencia: Se me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Conhecer a Jesus é, portanto, a condição imprescindível para que possamos sair das trevas e ter a Luz da vida. Deus Pai é quem nos dá testemunho da Luz de Jesus, através das Suas obras em nós e por nosso intermédio. O Pai está onde Jesus se encontra e vice-versa, por isso, não precisamos perguntar onde encontrá-Los, mas entrar em comunhão com Eles, conduzidos pelo Seu Amor que é o Espírito Santo. Aí então, sairemos da ignorância, da confusão, da desesperança e do desamor para entrarmos no reino dos céus. Que Deus nos dê esta graça de vermos o caminho afim de lá chegarmos.
Espírito de luz, não me deixes caminhar nas trevas, e sim, na luz que dá vida - Jesus.

Fonte PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA



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