Liturgia Diária
DIA 20 – SÁBADO
VIGÍLIA PASCAL
(branco – ofício próprio)
Em comunhão com as comunidades cristãs e com todo o universo, celebramos a Páscoa de Jesus, sua passagem da morte para a vida. Exultantes no Senhor ressuscitado nesta noite gloriosa, recordamos as maravilhas de Deus na história, renovamos nossa esperança e fortalecemos nossa fé. Vivamos em profunda alegria os momentos desta vigília: celebração da luz, liturgia da Palavra, liturgia batismal e liturgia eucarística.
Evangelho: Lucas 24,1-12
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 1No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. 2Elas encontraram a pedra do túmulo removida. 3Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus 4e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas. 5Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? 6Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: 7‘O Filho do homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’”. 8Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus. 9Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos onze e a todos os outros. 10Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. 11Mas eles acharam que tudo isso era desvario e não acreditaram. 12Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 24,1-12
«---»
P. Jacques PHILIPPE
(Cordes sur Ciel, França)
Hoje, não meditamos nenhum evangelho em particular, dado que é um dia que carece de liturgia. Mas, com Maria, a única que permaneceu firme na fé e na esperança depois da trágica morte de seu Filho, preparamo-nos, no silêncio e na oração, para celebrar a festa da nossa libertação em Cristo, que é o cumprimento do Evangelho.
A coincidência temporal dos acontecimentos entre a morte e a ressurreição do Senhor e a festa judaica anual da Páscoa, memorial da libertação da escravidão no Egipto, permite compreender o sentido libertador da cruz de Jesus, novo cordeiro pascal, cujo sangue nos preserva da morte.
Outra coincidência no tempo, menos assinalada porém sem dúvida muito rica em significado, é a que existe com a festa judaica semanal do “Sabbat”. Esta começa na tarde de sexta-feira, quando a mãe de família acende as luzes em cada casa judia, terminando no sábado de tarde. Recordando que depois do trabalho da criação, depois de ter feito o mundo do nada, Deus descansou no sétimo dia. Ele quis que também o homem descanse no sétimo dia, em acção de graças pela beleza da obra do Criador, e como sinal da aliança de amor entre Deus e Israel, sendo Deus invocado na liturgia judaica do Sabbat como o esposo de Israel. O Sabbat é o dia em que se convida cada um a acolher a paz de Deus, o seu “Shalom”.
Deste modo, depois do doloroso trabalho da cruz, «em que o homem é forjado de novo» segundo a expressão de Catarina de Sena, Jesus entra no seu descanso no mesmo momento em que se acendem as primeiras luzes do Sabbat: “Tudo está realizado” (Jo 19,30). Agora completou-se a obra da nova criação: o homem, antigo prisioneiro do nada do pecado, converte-se numa nova criatura em Cristo. Uma nova aliança entre Deus e a humanidade, que nada poderá jamais romper, acaba de ser selada, já que doravante toda a infidelidade pode ser lavada no sangue e na água que brotam da cruz.
Diz a Carta aos Hebreus: «Por isso, resta um repouso sabático para o povo de Deus» (Heb 4,9). A fé em Cristo a ele nos dá acesso. Que o nosso verdadeiro descanso, a nossa paz profunda, não a de um só dia, mas para toda a vida, seja uma esperança total na infinita misericórdia de Deus, de acordo com o convite do Salmo 16: «A minha carne descansará na esperança, pois tu não entregarás a minha alma ao abismo». Que nos preparemos com um coração novo para celebrar na alegria as bodas do Cordeiro e nos deixemos desposar plenamente pelo amor de Deus manifestado em Cristo.
«---»
+ Pe. Joan BUSQUETS i Masana
(Sabadell, Barcelona, Espanha)
Hoje, propriamente, não há “evangelho” para meditar ou —melhor— deveríamos meditar todo o Evangelho em maiúscula (a Boa Nova), porque todo ele desemboca no que hoje recordamos: a entrega de Jesus à Morte para ressuscitar e dar-nos uma Vida Nova.
Hoje, a Igreja não se separa do sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e sua Morte. Não celebramos a Eucaristia até que haja terminado o dia, até amanhã, que começará com a Solene Vigília da ressurreição. Hoje é dia de silêncio, de dor, de tristeza, de reflexão e de espera. Hoje não encontramos a Reserva Eucarística no sacrário. Há só a lembrança e o símbolo de seu “amor até o extremo”, a Santa Cruz que adoramos devotamente.
Hoje é o dia para acompanhar Maria, a mãe. Devemos acompanhá-la para poder entender um pouco o significado deste sepulcro o qual velamos. Ela, que com ternura e amor guardava em seu coração de mãe os mistérios que não acabava de entender daquele Filho que era o Salvador dos homens, está triste e sofrendo: «Ela veio para a sua casa, mas os seus não a receberam» (Jo 1,11). É também a tristeza da outra mãe, a Santa Igreja, que sofre pela rejeição de tantos homens e mulheres que não acolheram Aquele que para eles era a Luz e a Vida.
Hoje, rezando com estas duas mães, o seguidor de Cristo reflete e vai repetindo a antífona da pregaria das Laudes: «Cristo humilhou-se a si mesmo tornando-se obediente até a morte e morte de cruz! «Por isso o exaltou grandemente e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome» (cf. Flp 2,8-9).
Hoje, o fiel cristão escuta a Homilia Antiga sobre o Sábado Santo que a Igreja lê na liturgia do Oficio de Leitura: «Hoje há um grande silêncio na terra. Um grande silêncio e solidão. Um grande silêncio porque o Rei dorme. A terra se estremeceu e se ficou imóvel porque Deus está dormindo em carne e ressuscitou aos que dormiam há séculos. “Deus morreu na carne e despertou os do abismo».
Preparemo-nos com Nossa Senhora da Soledade para viver a explosão da Ressurreição e para celebrar e proclamar —quando se acabe este dia triste— com a outra mãe, a Santa Igreja: Jesus ressuscitou tal como o havia anunciado! (cf. Mt 28,6).
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors
A RESSURREIÇÃO DE JESUS Lc 24,1-12
HOMILIA
As guerra e morte aparentemente são uns sinais de derrota e fracasso do ser humano. Porém, o túmulo vazio de Cristo simboliza vitória, esperança e vida. Sexta-feira Santa havia sido um dia medonho, escuro, de incertezas e nebulosidades para os seguidores de Cristo. Não podiam compreender o que estava acontecendo com o seu Mestre. Cristo tinha sido a sua grande esperança. E agora, de repente, se vêm desiludidos: mataram o seu líder. Nada mais lhes restava senão enterrar o seu corpo e voltar para suas atividades. Aquela sepultura parecia o fim de sua esperança. Mas veio a manhã de Páscoa, e com ela o maior acontecimento da história: CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA!
Saiu da sepultura, tornou a viver. Ali estava o túmulo vazio, a pedra removida e os lençóis em que ele estava embrulhado. Os discípulos mal conseguem acreditar no que aconteceu. Será verdade o que estamos vendo? Será que não estamos sonhando?
Não. Eles não estavam sonhando. CRISTO REALMENTE RESSUSCITOU. E para não deixar nenhuma dúvida na mente dos seus seguidores, ele aparece a todos eles, come com eles e fica junto com eles durante quarenta dias, falando do reino de Deus. E nesses quarenta dias ele aparece a centenas de pessoas, sendo que de uma só vez para mais de quinhentas pessoas.
Isso é importante, pois Deus quer que tenhamos certeza da ressurreição de Cristo. Diz o apóstolo Paulo: Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e ainda permaneceis em vossos pecados. Isto quer dizer que se é mentira que Cristo ressuscitou, estamos perdendo tempo na igreja. O melhor seria aproveitar a vida, já que tudo termina com a morte. É como conclui o mesmo apóstolo, usando a linguagem dos ímpios: Comamos e bebamos que amanhã morreremos.
Uma das coisas que mais incomoda o ser humano é a morte. O homem tem medo da morte. Por isso mesmo a evita, faz de tudo para prolongar a vida. Constrói hospitais, procura médico e gasta fortunas em remédio. Contudo, o homem continua a morrer. Apesar de todo o progresso da ciência, medicina e tecnologia, o homem ainda não conseguiu vencer a morte. Frequentemente vemos a luta dos médicos para salvar a vida de uma pessoa importante. Mesmo estando num dos melhores hospitais, cercado pelos melhores médicos, os médicos não conseguem dar jeito no doente. É que a morte é uma coisa inevitável.
Mas há uma solução para a morte. A solução é Cristo. Para todos os que quiserem continuar a viver eternamente, Cristo oferece a oportunidade de viver. Diz Ele na sua palavra: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E todo o que vive e crê e mim, não morrerá eternamente.
Cristo, através da sua morte na cruz, tirou o poder da morte. Assim como ele ressuscitou da morte, também nós, pela fé nele, tornaremos a viver. É Ele mesmo que nos garante esta verdade: Eu vivo e vós também vivereis.
Quando se fala em ressurreição, logo surge uma porção de perguntas: Como pode uma pessoa que já morreu há mais de cem anos, tornar a viver? O que será daqueles que morreram queimados no fogo, comido pelos animais ou destruídos pelo tempo? Será que eles também vão ressuscitar?
Jesus, quando esteve aqui na terra, deu provas desse poder ao ressuscitar Lázaro, a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim. Também aquelas pessoas que ressuscitaram por ocasião da morte de Jesus e entraram em Jerusalém na manhã de Páscoa, é uma demonstração do poder de Deus em ressuscitar mortos.
Você que está lendo este texto já perdeu algum ente querido e hoje está triste, sentindo a sua falta. Pois eu quero dizer a você, firmado na palavra de Deus, que este seu ente querido vai ressuscitar. Não importa quanto tempo já tenha sido sepultado, qual o tamanho da catacumba que o encobre. A sua sepultura vai abrir, o seu corpo vai sair e você vai poder vê-lo novamente. É isso que dá sentido a nossa vida: saber que os mortos um dia vão ressuscitar. Se não fosse isso, a nossa vida seria uma tristeza, um desespero sem fim. Não teríamos condições de suportar a partida de um ente querido. É por isso que celebramos a Páscoa. É por isso que nós estamos tão alegremos hoje. É por isso que nós, ano após ano, nos reunimos na igreja todos os domingos.
Neste dia cantamos: O grande herói, Senhor Jesus, venceste a morte lá na cruz, venceste o próprio Satanás. E tal vitória a vida traz. Nesse dia ouvimos: Ele não está aqui, ressuscitou. Cristo está vivo, Ele saiu da sepultura. Se Ele vive, nós também viveremos.
Nesse dia exclamamos: foi destruída a morte pela vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a lei. Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Neste dia confessamos: "Creio na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna". Por causa da ressurreição de Jesus, nós também temos a esperança de vida eterna. É nossa alegria e responsabilidade então partilhar esta grande esperança em nossa comunidade de familiares e amigos. Que a lembrança da ressurreição de Cristo nos conforte em todos os momentos da nossa vida, especialmente nas horas de provação. Pai, abra o meu coração para acolher os testemunhos verdadeiros da ressurreição de teu filho, sem me deixar contaminar pelos preconceitos.
Fonte Padre Bantu
DIA 20 – SÁBADO
VIGÍLIA PASCAL
(branco – ofício próprio)
Em comunhão com as comunidades cristãs e com todo o universo, celebramos a Páscoa de Jesus, sua passagem da morte para a vida. Exultantes no Senhor ressuscitado nesta noite gloriosa, recordamos as maravilhas de Deus na história, renovamos nossa esperança e fortalecemos nossa fé. Vivamos em profunda alegria os momentos desta vigília: celebração da luz, liturgia da Palavra, liturgia batismal e liturgia eucarística.
Evangelho: Lucas 24,1-12
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 1No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. 2Elas encontraram a pedra do túmulo removida. 3Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus 4e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas. 5Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? 6Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: 7‘O Filho do homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’”. 8Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus. 9Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos onze e a todos os outros. 10Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. 11Mas eles acharam que tudo isso era desvario e não acreditaram. 12Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 24,1-12
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P. Jacques PHILIPPE
(Cordes sur Ciel, França)
Hoje, não meditamos nenhum evangelho em particular, dado que é um dia que carece de liturgia. Mas, com Maria, a única que permaneceu firme na fé e na esperança depois da trágica morte de seu Filho, preparamo-nos, no silêncio e na oração, para celebrar a festa da nossa libertação em Cristo, que é o cumprimento do Evangelho.
A coincidência temporal dos acontecimentos entre a morte e a ressurreição do Senhor e a festa judaica anual da Páscoa, memorial da libertação da escravidão no Egipto, permite compreender o sentido libertador da cruz de Jesus, novo cordeiro pascal, cujo sangue nos preserva da morte.
Outra coincidência no tempo, menos assinalada porém sem dúvida muito rica em significado, é a que existe com a festa judaica semanal do “Sabbat”. Esta começa na tarde de sexta-feira, quando a mãe de família acende as luzes em cada casa judia, terminando no sábado de tarde. Recordando que depois do trabalho da criação, depois de ter feito o mundo do nada, Deus descansou no sétimo dia. Ele quis que também o homem descanse no sétimo dia, em acção de graças pela beleza da obra do Criador, e como sinal da aliança de amor entre Deus e Israel, sendo Deus invocado na liturgia judaica do Sabbat como o esposo de Israel. O Sabbat é o dia em que se convida cada um a acolher a paz de Deus, o seu “Shalom”.
Deste modo, depois do doloroso trabalho da cruz, «em que o homem é forjado de novo» segundo a expressão de Catarina de Sena, Jesus entra no seu descanso no mesmo momento em que se acendem as primeiras luzes do Sabbat: “Tudo está realizado” (Jo 19,30). Agora completou-se a obra da nova criação: o homem, antigo prisioneiro do nada do pecado, converte-se numa nova criatura em Cristo. Uma nova aliança entre Deus e a humanidade, que nada poderá jamais romper, acaba de ser selada, já que doravante toda a infidelidade pode ser lavada no sangue e na água que brotam da cruz.
Diz a Carta aos Hebreus: «Por isso, resta um repouso sabático para o povo de Deus» (Heb 4,9). A fé em Cristo a ele nos dá acesso. Que o nosso verdadeiro descanso, a nossa paz profunda, não a de um só dia, mas para toda a vida, seja uma esperança total na infinita misericórdia de Deus, de acordo com o convite do Salmo 16: «A minha carne descansará na esperança, pois tu não entregarás a minha alma ao abismo». Que nos preparemos com um coração novo para celebrar na alegria as bodas do Cordeiro e nos deixemos desposar plenamente pelo amor de Deus manifestado em Cristo.
«---»
+ Pe. Joan BUSQUETS i Masana
(Sabadell, Barcelona, Espanha)
Hoje, propriamente, não há “evangelho” para meditar ou —melhor— deveríamos meditar todo o Evangelho em maiúscula (a Boa Nova), porque todo ele desemboca no que hoje recordamos: a entrega de Jesus à Morte para ressuscitar e dar-nos uma Vida Nova.
Hoje, a Igreja não se separa do sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e sua Morte. Não celebramos a Eucaristia até que haja terminado o dia, até amanhã, que começará com a Solene Vigília da ressurreição. Hoje é dia de silêncio, de dor, de tristeza, de reflexão e de espera. Hoje não encontramos a Reserva Eucarística no sacrário. Há só a lembrança e o símbolo de seu “amor até o extremo”, a Santa Cruz que adoramos devotamente.
Hoje é o dia para acompanhar Maria, a mãe. Devemos acompanhá-la para poder entender um pouco o significado deste sepulcro o qual velamos. Ela, que com ternura e amor guardava em seu coração de mãe os mistérios que não acabava de entender daquele Filho que era o Salvador dos homens, está triste e sofrendo: «Ela veio para a sua casa, mas os seus não a receberam» (Jo 1,11). É também a tristeza da outra mãe, a Santa Igreja, que sofre pela rejeição de tantos homens e mulheres que não acolheram Aquele que para eles era a Luz e a Vida.
Hoje, rezando com estas duas mães, o seguidor de Cristo reflete e vai repetindo a antífona da pregaria das Laudes: «Cristo humilhou-se a si mesmo tornando-se obediente até a morte e morte de cruz! «Por isso o exaltou grandemente e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome» (cf. Flp 2,8-9).
Hoje, o fiel cristão escuta a Homilia Antiga sobre o Sábado Santo que a Igreja lê na liturgia do Oficio de Leitura: «Hoje há um grande silêncio na terra. Um grande silêncio e solidão. Um grande silêncio porque o Rei dorme. A terra se estremeceu e se ficou imóvel porque Deus está dormindo em carne e ressuscitou aos que dormiam há séculos. “Deus morreu na carne e despertou os do abismo».
Preparemo-nos com Nossa Senhora da Soledade para viver a explosão da Ressurreição e para celebrar e proclamar —quando se acabe este dia triste— com a outra mãe, a Santa Igreja: Jesus ressuscitou tal como o havia anunciado! (cf. Mt 28,6).
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors
A RESSURREIÇÃO DE JESUS Lc 24,1-12
HOMILIA
As guerra e morte aparentemente são uns sinais de derrota e fracasso do ser humano. Porém, o túmulo vazio de Cristo simboliza vitória, esperança e vida. Sexta-feira Santa havia sido um dia medonho, escuro, de incertezas e nebulosidades para os seguidores de Cristo. Não podiam compreender o que estava acontecendo com o seu Mestre. Cristo tinha sido a sua grande esperança. E agora, de repente, se vêm desiludidos: mataram o seu líder. Nada mais lhes restava senão enterrar o seu corpo e voltar para suas atividades. Aquela sepultura parecia o fim de sua esperança. Mas veio a manhã de Páscoa, e com ela o maior acontecimento da história: CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA!
Saiu da sepultura, tornou a viver. Ali estava o túmulo vazio, a pedra removida e os lençóis em que ele estava embrulhado. Os discípulos mal conseguem acreditar no que aconteceu. Será verdade o que estamos vendo? Será que não estamos sonhando?
Não. Eles não estavam sonhando. CRISTO REALMENTE RESSUSCITOU. E para não deixar nenhuma dúvida na mente dos seus seguidores, ele aparece a todos eles, come com eles e fica junto com eles durante quarenta dias, falando do reino de Deus. E nesses quarenta dias ele aparece a centenas de pessoas, sendo que de uma só vez para mais de quinhentas pessoas.
Isso é importante, pois Deus quer que tenhamos certeza da ressurreição de Cristo. Diz o apóstolo Paulo: Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e ainda permaneceis em vossos pecados. Isto quer dizer que se é mentira que Cristo ressuscitou, estamos perdendo tempo na igreja. O melhor seria aproveitar a vida, já que tudo termina com a morte. É como conclui o mesmo apóstolo, usando a linguagem dos ímpios: Comamos e bebamos que amanhã morreremos.
Uma das coisas que mais incomoda o ser humano é a morte. O homem tem medo da morte. Por isso mesmo a evita, faz de tudo para prolongar a vida. Constrói hospitais, procura médico e gasta fortunas em remédio. Contudo, o homem continua a morrer. Apesar de todo o progresso da ciência, medicina e tecnologia, o homem ainda não conseguiu vencer a morte. Frequentemente vemos a luta dos médicos para salvar a vida de uma pessoa importante. Mesmo estando num dos melhores hospitais, cercado pelos melhores médicos, os médicos não conseguem dar jeito no doente. É que a morte é uma coisa inevitável.
Mas há uma solução para a morte. A solução é Cristo. Para todos os que quiserem continuar a viver eternamente, Cristo oferece a oportunidade de viver. Diz Ele na sua palavra: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E todo o que vive e crê e mim, não morrerá eternamente.
Cristo, através da sua morte na cruz, tirou o poder da morte. Assim como ele ressuscitou da morte, também nós, pela fé nele, tornaremos a viver. É Ele mesmo que nos garante esta verdade: Eu vivo e vós também vivereis.
Quando se fala em ressurreição, logo surge uma porção de perguntas: Como pode uma pessoa que já morreu há mais de cem anos, tornar a viver? O que será daqueles que morreram queimados no fogo, comido pelos animais ou destruídos pelo tempo? Será que eles também vão ressuscitar?
Jesus, quando esteve aqui na terra, deu provas desse poder ao ressuscitar Lázaro, a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim. Também aquelas pessoas que ressuscitaram por ocasião da morte de Jesus e entraram em Jerusalém na manhã de Páscoa, é uma demonstração do poder de Deus em ressuscitar mortos.
Você que está lendo este texto já perdeu algum ente querido e hoje está triste, sentindo a sua falta. Pois eu quero dizer a você, firmado na palavra de Deus, que este seu ente querido vai ressuscitar. Não importa quanto tempo já tenha sido sepultado, qual o tamanho da catacumba que o encobre. A sua sepultura vai abrir, o seu corpo vai sair e você vai poder vê-lo novamente. É isso que dá sentido a nossa vida: saber que os mortos um dia vão ressuscitar. Se não fosse isso, a nossa vida seria uma tristeza, um desespero sem fim. Não teríamos condições de suportar a partida de um ente querido. É por isso que celebramos a Páscoa. É por isso que nós estamos tão alegremos hoje. É por isso que nós, ano após ano, nos reunimos na igreja todos os domingos.
Neste dia cantamos: O grande herói, Senhor Jesus, venceste a morte lá na cruz, venceste o próprio Satanás. E tal vitória a vida traz. Nesse dia ouvimos: Ele não está aqui, ressuscitou. Cristo está vivo, Ele saiu da sepultura. Se Ele vive, nós também viveremos.
Nesse dia exclamamos: foi destruída a morte pela vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a lei. Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Neste dia confessamos: "Creio na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna". Por causa da ressurreição de Jesus, nós também temos a esperança de vida eterna. É nossa alegria e responsabilidade então partilhar esta grande esperança em nossa comunidade de familiares e amigos. Que a lembrança da ressurreição de Cristo nos conforte em todos os momentos da nossa vida, especialmente nas horas de provação. Pai, abra o meu coração para acolher os testemunhos verdadeiros da ressurreição de teu filho, sem me deixar contaminar pelos preconceitos.
Fonte Padre Bantu
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