terça-feira, 16 de abril de 2019

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 24,13-35 - 24.04.2019

Liturgia Diária

DIA 24 – QUARTA-FEIRA   
OITAVA DA PÁSCOA

(branco – ofício próprio)

Vinde, benditos de meu Pai: tomai posse do reino preparado para vós desde o princípio do mundo, aleluia! (Mt 25,34)

Jesus se faz presente em nosso meio, revela-nos o sentido das Escrituras e parte o pão para nós. Tal qual os discípulos de Emaús, peçamos-lhe nesta liturgia e sempre: “Fica conosco, Senhor”.

Evangelho: Lucas 24,13-35

Aleluia, aleluia, aleluia.

Este é o dia que o Senhor fez para nós, / alegremo-nos e nele exultemos! (Sl 117,24) – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: “O que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?” 19Ele perguntou: “O que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o nazareno, que foi um profeta poderoso, em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”. 25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 24,13-35
«Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»

P. Luis PERALTA Hidalgo SDB
(Lisboa, Portugal)

Hoje o Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial —no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço— que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado.

Os discípulos carregados de tristes pensamentos, não imaginavam que aquele desconhecido fosse precisamente o seu Mestre, já ressuscitado. Mas sentiam «arder» o seu íntimo (cf. Lc 24,32), quando Ele lhes falava, «explicando» as Escrituras. A luz da Palavra ia dissipando a dureza do seu coração e «abria-lhes os olhos» (Lc 24, 31).

O ícone dos discípulos de Emaús presta-se bem para nortear um longo caminho das nossas dúvidas, inquietações e às vezes amargas desilusões, o divino Viajante continua a fazer-se nosso companheiro para nos introduzir, com a interpretação das Escrituras, na compreensão dos mistérios de Deus. Quando o encontro se torna pleno, à luz da Palavra segue-se a luz que brota do «Pão da vida», pelo qual Cristo cumpre de modo supremo a sua promessa de «estar conosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28,20).

O Papa Bento XVI explica que «o anúncio da Ressurreição do Senhor ilumina as zonas escuras do mundo em que vivemos».

«Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram»

Rev. D. Xavier PAGÉS i Castañer
(Barcelona, Espanha)

Hoje «é o dia que o senhor fez: regozijemo-nos e alegremo-nos nele» (Sal 117,24). Assim nos convida a rezar a liturgia desses dias da oitava de Páscoa. Alegremo-nos de ser conhecedores de que Jesus ressuscitado, hoje e sempre, está conosco. Ele permanece ao nosso lado em todo momento. Mas é necessário que nós deixemos que ele nos abra os olhos da fé para reconhecer que está presente em nossas vidas. Ele quer que gozemos de sua companhia, cumprindo o que nos disse: «Eis que estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo» (Mt 28,20).

Caminhemos com a esperança que nos dá o fato de saber que o Senhor nos ajuda a encontrar sentido a todos os acontecimentos. Sobretudo, naqueles momentos em que, como os discípulos de Emaús passemos por dificuldades, contrariedades, desânimos... Ante os diversos acontecimentos, nos convém saber escutar sua Palavra, que nos levará a interpretá-los à luz do projeto salvador de Deus. Mesmo que às vezes, equivocadamente, possa nos parecer que não nos escuta, Ele nunca se esquece de nós; Ele sempre nos fala. Só a nós pode faltar a boa disposição para escutar, meditar e contemplar o que Ele quer nos dizer.

Nos variados âmbitos onde nos movemos, freqüentemente podemos encontrar pessoas que vivem como se Deus não existisse, carentes de sentido. Convém dar-nos conta da responsabilidade que temos de chegar a ser instrumentos aptos para que o Senhor possa, através de nós, aproximar-se “abrir caminho” com os que nos rodeiam. Busquemos como fazê-los conhecedores da condição de filhos de Deus e de que Jesus nos tem amado tanto, que não só morreu e ressuscitou para nós, mas que quis ficar para sempre na Eucaristia. Foi no momento de partir o pão quando aqueles discípulos de Emaús reconheceram que era Jesus quem estava ao seu lado.

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors


EMAÚS DOS NOSSOS DIAS Lc 24,13-35
HOMILIA

Naquela hora de desespero, alguém se aproxima e começa a caminhar com eles. Uma simples pergunta do novo companheiro os faz parar: De que estais falando? Não é possível que exista uma única pessoa neste país que desconheça os fatos cruéis da semana passada! Poderia ser a primeira reação. Mas logo aproveitam para partilhar a dor, a saudade, a frustração. Corriam notícias sobre o túmulo vazio e a aparição de anjos. Mesmo assim continuam inconsoláveis e reclamam: Ninguém viu Jesus!

Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Que voz é esta? Os dois a conhecem. Soa-lhes tão familiar! Embora os olhos permaneçam vedados e a razão obscurecida, o coração se abre, se dilata, começa a arder no peito. Ninguém jamais falou como esse homem! responderam até os guardas, tempos atrás encarregados de prender Jesus. Nem estes homens rudes conseguiram resistir às suas palavras! As multidões ficaram extasiadas com o seu ensinamento, porque as ensinava com autoridade. Toda experiência do convívio com o Mestre nos anos que passaram emerge do fundo da alma, vem, de repente, à tona enquanto o companheiro de viagem explica as passagens da Escritura, evocando Moisés e os Profetas. Sua fala pelo caminho alivia a dor, derrete a saudade, afoga o desânimo. Não querem deixá-lo ir adiante quando chegam ao destino. “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando! É como se dissem: A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna! A solidão machuca. Ficar novamente só, fará reaparecer a tristeza e a dor. “Fica conosco!“ é o pedido insistente, dirigido a quem ainda não reconhecem. No fundo do coração, porém, já experimentam a alegria que tantas vezes sentiam quando o Mestre lhes falava.

“Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!“ “Tu tens palavras de vida eterna!“ O companheiro do caminho para Emaús não abandonou os discípulos! “Entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois o partiu e deu a eles“ (Lc 24,29-30). E na fração do pão acontece o milagre da Páscoa: os dois reconhecem o Mestre. Vêem as mãos perfuradas e aquele inigualável semblante do Filho de Deus. Mas, ao mesmo tempo, Ele “tornou-se invisível“ (Lc 24,31) .

Ficou o pão partido e uma taça de vinho partilhada. Ficaram as palavras que fizeram arder os corações. Ficou a inebriante alegria em que Ele transformou o desespero dos discípulos. Agora não é mais necessário ver Jesus com os olhos do corpo. Com a experiência que tiveram em Emaús, os discípulos encarregar-se-ão de anunciá-lo e testemunhá-lo pelo mundo afora.

Nos momentos difíceis grite como os dois Apóstolos: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entra para ficar com eles. À mesa, Jesus toma o pão, abençoa e lhes dá. “Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram”. Jesus desaparece da vista deles, mas fica no seu coração. “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos explicava as Escrituras?” A experiência é tão extraordinária, que os discípulos precisam levar à notícia, naquela mesma noite, a Jerusalém.

No momento em que Jesus parte o pão, os discípulos de Emaús se tornam missionários, mensageiros da Boa Nova. “Na mesma hora eles se levantaram e voltaram para Jerusalém… e contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão. Ao distanciarem-se da comunidade, caminharam para Emaús à luz do dia, mas havia escuridão por dentro. Depois que o Mestre se revelou, atravessam a escuridão da noite, sem medo de tropeçar, porque o coração pulsa de alegria, cheia de luz. Há um novo olhar, uma nova motivação, uma nova e luz no horizonte.

A missão nasce sempre de um encontro com Jesus vivo, com o Cristo pascal. Os Evangelhos não terminam na Sexta-feira Santa, com o Cristo morto e sepultado. O grande e retumbante final da sinfonia é a esplêndida aurora da Páscoa, aquele deslumbrante primeiro dia da semana: o Cristo ressuscitado, vivo, vencedor da morte, o triunfo do bem sobre o mal, a vitória da graça sobre o pecado, a alegria do amor e da paz contra as tramas diabólicas do ódio e da guerra. “Realmente o Senhor ressuscitou! Proclamam os “Onze, reunidos com os outros“ em Jerusalém.

Celebramos a real presença deste Deus conosco na Eucaristia, memória do mistério pascal, mistério da cruz e ressurreição, mistério da redenção e reconciliação, que inicia a Nova Aliança. Em cada Eucaristia olhamos para Deus, celebramos o Deus conosco, sua encarnação, paixão morte e ressurreição. “É Deus Pai quem nos atrai por meio da entrega eucarística de seu Filho, dom de amor com o qual saiu ao encontro de seus filhos, para que, renovados pela força do Espírito, possamos chamá-lo de Pai” . Da ação de graças, da doação gratuita do Cordeiro de Deus, emerge a energia missionária da Eucaristia. A Eucaristia é a ponte para o ministério apostólico. Eucaristia é Nova Aliança que pressupõe reconciliação, unidade na diversidade, solidariedade até as últimas conseqüências.

Ao partir o pão, eles o reconhecem e retornam ao Caminho. Nossa fé é o encontro pascal com o Senhor Jesus. É a certeza de que ele está vivo. Nossa fé é uma fé pascal e pessoal. Não se trata apenas de crer em alguma coisa. A profissão fundamental é: “Eu creio em Ti, Senhor! E por isso me comprometo e me torno evangelizador.

Evangelizar, ser missionário, é irradiar “o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida porque a Vida manifestou-se. Sejam quais forem nossas fraquezas, misérias, limitações, o que contagia todas as culturas, o que convence todos os povos e raças, é o testemunho da alegria e da graça de termos encontrado o Senhor Ressuscitado. Tudo isso é graças à força do pão partido de Emaús, é o vigor do fruto da videira no cálice da Nova Aliança, é o corpo entregue e o sangue derramado de Jesus, morto e ressuscitado.

Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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