quinta-feira, 28 de setembro de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 21,33-43 - 08.10.2017

27º Domingo do Tempo Comum
8 de Outubro de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Mt 21,33-43

Arrendou a vinha a outros vinhateiros.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,33-43

Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes
e aos anciãos do povo:
33Escutai esta outra parábola:
Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em
volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas
e construiu uma torre de guarda.
Depois arrendou-a a vinhateiros,
e viajou para o estrangeiro.
34Quando chegou o tempo da colheita,
o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros
para receber seus frutos.
35Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados,
espancaram a um, mataram a outro,
e ao terceiro apedrejaram.
36O proprietário mandou de novo outros empregados,
em maior número do que os primeiros.
Mas eles os trataram da mesma forma.
37Finalmente, o proprietário, enviou-lhes o seu filho,
pensando: `Ao meu filho eles vão respeitar'.
38Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre
si: `Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo
e tomar posse da sua herança!'
39Então agarraram o filho,
jogaram-no para fora da vinha e o mataram.
40Pois bem, quando o dono da vinha voltar,
o que fará com esses vinhateiros?'
41Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam:
'Com certeza mandará matar de modo violento esses
perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros,
que lhe entregarão os frutos no tempo certo.'
42Então Jesus lhes disse:
'Vós nunca lestes nas Escrituras:
`a pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se a pedra angular;
isto foi feito pelo Senhor
e é maravilhoso aos nossos olhos'?
43Por isso eu vos digo:
o Reino de Deus vos será tirado
e será entregue a um povo que produzirá frutos.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 21,33-43
«Por fim, enviou-lhes o próprio filho, pensando: ‘A meu filho respeitarão’»

Hoje contemplamos o mistério da recusa de Deus em geral, e de Cristo em particular. Surpreender-nos a reiterada resistência dos homens perante o amor de Deus.

Mas a parábola de hoje refere-se mais especificamente à recusa dos judeus para com Cristo: «Por fim, enviou-lhes o próprio filho, pensando: ‘A meu filho respeitarão’. Os agricultores, porém, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e tomemos posse de sua herança! ’. Então o agarraram, lançaram-no fora da vinha e o mataram» (Mt 21,37-39). Não é fácil entender isto: porque Cristo veio para redimir o mundo inteiro, e os judeus esperam o seu “messias” particular que lhes dê, a eles, o domínio de todo o mundo…

Quando estive na Terra Santa deram-me um prospeto turístico de Israel sobre o local onde estão os judeus mais famosos da história: desde Moisés, Gedeon e Josué até Bem Gurión, que foi o realizador do Estado de Israel. Mas, pelo contrário, nesse prospeto não está Jesus Cristo. E Jesus foi o judeu mais conhecido da história: hoje em dia conhecem-no no mundo inteiro, e há mais de dois mil anos que morreu…

As grandes personagens, ao cabo do tempo, são admiradas, mas não são amadas. Hoje em dia ninguém ama Cervantes ou Miguel Ângelo. Pelo contrário, Jesus é o mais amado de toda a história. Homens e mulheres dão a vida pelo Seu amor. Uns de repente no martírio, outros “gota a gota”, vivendo apenas para Ele. São milhares e milhares no mundo inteiro.

E Jesus é quem mais influenciou a história. Valores que hoje são aceites em todos os lugares, têm origem cristã. Não apenas isto, mas podemos constatar que existe hoje uma aproximação a Jesus Cristo, também por parte dos judeus (“nossos irmãos mais velhos na fé”, como dissera João Paulo II). Peçamos a Deus, particularmente pela conversão dos judeus, pois este povo, de grandes valores, convertido ao catolicismo, pode trazer em grande benefício a toda a humanidade.
P. Jorge LORING SJ 
(Cádiz, Espanha)
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors 


Homilia do Mons. José Maria – XXVII Domingo do Tempo Comum – Ano A
A Vinha: Frutos e Missão.

O Profeta Isaías (Is 5, 1-7) mostra como Deus manifestou o seu amor, os seus cuidados pela vinha, por Israel, o povo eleito e a falta de correspondência a esse amor.Descreve Israel como uma plantação de Deus, tratada com todos os cuidados possíveis: “Vou cantar para o meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: um amigo meu possuía uma vinha em fértil encosta. Cercou-a, limpou-a de pedras, plantou videiras escolhidas, edificou uma torre no meio e construiu um lagar: esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas azedas. O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz?” (Is 5, 1-4)

A Palestina era um lugar rico em vinhedos, e os Profetas recorreram com freqüência a essa imagem, tão conhecida por todos, para falar do Povo eleito. Israel era a vinha de Deus, a obra do Senhor, a alegria do seu coração. O próprio Senhor, como se lê em Mt 21, 33-43, referindo-se ao Profeta Isaías, revela-nos a paciência de Deus, que manda os seus mensageiros, um após outro, em busca de frutos. Por fim, envia o seu Filho amado, o próprio Jesus, que os vinhateiros acabarão por matar: “E, lançando-lhe as mãos, puseram-no fora da vinha e mataram-no.” É uma referência clara à crucifixão, que teve lugar fora dos muros de Jerusalém.

A Vinha é certamente Israel, que não correspondeu aos cuidados divinos; mas é também a Igreja, bem como cada um de nós: “Cristo é a verdadeira videira, que dá vida e fecundidade aos ramos, quer dizer, a nós que pela Igreja permanecemos nEle e sem Ele nada podemos fazer” (Jo 15, 1-5).

Meditemos hoje se o Senhor pode encontrar frutos abundantes na nossa vida; abundantes porque é muito o que nos foi dado. Frutos de caridade, de trabalho bem feito, de apostolado com os amigos e familiares; jaculatórias, atos de amor de Deus e de desagravo ao longo do dia, ações de graças, contrariedades acolhidas com paz, pequenos sacrifícios praticados discretamente e com toda a naturalidade. Examinemos também se, ao mesmo tempo, não produzimos essas uvas amargas que são os pecados, a tibieza, a mediocridade espiritual, a desordem, as faltas de que não pedimos perdão ao Senhor…

A Vinha foi cercada, fez nela um lagar… A cerca, o lagar e a torre significam que Deus não economizou nada para cultivar e embelezar a sua vinha.

Esperava uvas boas e produziu uvas azedas. O pecado é o fruto amargo das nossas vidas. A experiência das fraquezas pessoais ressalta com demasiada evidência na história da humanidade e na de cada homem. “Ninguém se vê inteiramente livre da sua fraqueza, solidão ou servidão. Antes pelo contrário, todos precisam de Cristo modelo, mestre, libertador, salvador e vivificador” (Ad Gentes, 8). Os nossos pecados estão inteiramente relacionados com essa morte do Filho amado, de Jesus.

Para produzirmos os frutos de vida que Deus espera diariamente de cada um de nós, temos em primeiro lugar de pedir ao Senhor e fomentar uma santa aversão por todas as faltas – mesmo veniais- que ofendem a Deus. Os descuidos na caridade, os juízos negativos sobre esta ou aquela pessoa, as impaciências, os agravos não esquecidos, a dispersão dos sentidos internos e externos, o trabalho mal feito…, “ fazem muito mal à alma. Por isso, diz o Senhor no Cântico dos Cânticos: caçai as pequenas raposas que destroem a vinha” (Caminho, 329). É necessário que nos empenhemos continuamente em afastar tudo aquilo que não é grato ao Senhor. A alma que detesta o pecado venial deliberado, pouco a pouco vai crescendo em delicadeza e em finura no trato com o Mestre.

São Paulo (Fl 4, 6-9) lembra que na nossa fraqueza é preciso que nos apoiemos na oração. Devemos pedir a graça da fidelidade para que possamos dar muitos frutos, guardando nossos corações e pensamentos, em Cristo Jesus.

Somos todos nós, membros do Povo de Deus, a Igreja, que tem a missão de produzir seus frutos, para não frustrar as esperanças do Senhor na hora da colheita.

Que frutos estamos produzindo para a realidade do Reino de Deus? Nesse Mês Missionário, somos convidados a renovar com Deus a Aliança. Se hoje não somos missionários, não é esse um sinal de que estamos sendo maus vinhateiros?

“Ao chamar os seus para que O sigam, Jesus lhes dá uma missão precisa: anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações (cf. Mt 28, 19 ; Lc 24, 46-48). Por isso, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão, ao mesmo tempo que o vincula como amigo e irmão. Cumprir essa missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã, porque é a extensão testemunhal da Vocação mesma” (Aparecida, 144).

Nesta perspectiva consideremos e meditemos nas palavras de S. Paulo: “Irmãos ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso,tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor; é o que deveis ter no pensamento” (Fl. 4,8).

Mons. José Maria Pereira
Fonte http://www.presbiteros.com.br

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