quinta-feira, 14 de setembro de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 8,1-3 - 22.09.2017

6ª-feira da 24ª Semana do Tempo Comum
22 de Setembro de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Lc 8,1-3

Andavam com êle várias mulheres que ajudavam a Jesus
e aos discípulos com os bens que possuíam.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8,1-3

Naquele tempo:
1Jesus andava por cidades e povoados,
pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus.
Os doze iam com ele;
2e também algumas mulheres
que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças:
Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios;
3Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes;
Susana, e várias outras mulheres
que ajudavam a Jesus e aos discípulos
com os bens que possuíam.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 8,1-3
«Jesus percorria cidades e povoados proclamando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus»

Hoje, vemos no Evangelho o que seria uma jornada cotidiana dos três anos da vida pública de Jesus. São Lucas nos narra-o com poucas palavras: «Jesus percorria cidades e povoados proclamando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus» (Lc 8,1). É o que contemplamos no terceiro mistério de luz do Santo Rosário.

Comentando este mistério diz o Papa João Paulo II: «Mistério de luz é a predicação com a que Jesus anuncia a chegada do Reino de Deus e convida à conversão, perdoando os pecados de quem se aproxima a Ele com fé humilde, iniciando assim o mistério da misericórdia que Ele continuará exercendo até o fim do mundo, especialmente através do sacramento da Reconciliação confiado à Igreja».

Jesus continua passando perto de nós, oferecendo-nos seus bens sobrenaturais: quando fazemos oração, quando lemos e meditamos o Evangelho para conhecê-lo e amá-lo mais e imitar sua vida, quando recebemos algum sacramento, especialmente a Eucaristia e a Penitência, quando dedicamo-nos com esforço e constância ao trabalho de cada dia, quando tratamos com a família, os amigos ou vizinhos, quando ajudamos àquela pessoa necessitada material e espiritualmente, quando descansamos ou nos divertimos... Em todas essas circunstâncias podemos encontrar a Jesus e segui-lo como aqueles doze e aquelas santas mulheres.

Mas, além disso, cada um de nós é chamado por Deus a ser também Jesus que passa, para falar -com nossas obras e nossas palavras- a quem tratamos sobre a fé que enche de sentido a nossa existência, da esperança que nos move a seguir adiante pelos caminhos da vida confiados do Senhor e, da caridade que guia todo nosso agir.

A primeira em seguir Jesus e em ser Jesus é María. Que Ela com seu exemplo e sua intercessão nos ajude!
Rev. D. Jordi PASCUAL i Bancells 
(Salt, Girona, Espanha)

© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors 


AS DISCÍPULAS DE JESUS Lc 8,1-3
HOMILIA

Assim como Jesus chamou a Pedro e aos outros discípulos que o seguiam,  Jesus tinha um grupo de discípulas, formado de mulheres que o seguia por dois motivos: Primeiro, eram mulheres que foram curadas por Jesus, e em sinal de gratidão o seguiam para ajudá-lo em sua caminhada, pois eram mulheres ricas. Vejam que uma delas era nada mais nada menos a Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes. Não era fraca não! O segundo motivo destas mulheres seguirem Jesus, é que a situação da mulher naqueles tempos era de grande humilhação, inferioridade e discriminação por parte dos homens, não havendo nenhuma consideração de igualdade entre marido e mulher, muito pelo contrário a mulher servia apenas para procriar.

Jesus, como era contra todo tipo de discriminação e preconceito, defendia a igualdade da mulher em relação ao seu marido. Mais um motivo de gratidão daquelas mulheres para seguir o Mestre e o ajudar em sua caminhada. Assim, o grupo das discípulas de Jesus estava ligado a ele por laços de afeto e gratidão. Não se tratavam de fãs, nem de paquera, como alguém possa pensar.

Jesus aceita essa colaboração do grupo feminino, vendo isso de uma forma sadia e como uma ajuda muito bem-vinda. E essas mulheres são tratadas em pé de igualdade com os discípulos e sua tarefa consistia em prestar assistência a Jesus com seus bens, e, assim, aliviá-lo de certas preocupações materiais, inevitáveis para qualquer ser humano.

Comparando aquelas mulheres com as de hoje, percebemos que todo extremismo acarreta uma situação oposta.

Quanta confusão se criou à volta da figura da mulher, meu Deus! Esta confusão a respeito de Maria Madalena, bem como tantas outras do seu tempo, pode ter muitas causas. Uma delas pode ser uma leitura muito rápida dos textos bíblicos, ou mesmo um exemplo da pouca importância que se dá à memória do discipulado das mulheres. Até pode ser que a intenção tenha sido a de buscar na figura de Madalena, por exemplo, como uma pecadora arrependida um apelo à conversão, mostrando como todos os pecados podem ser perdoados quando a pessoa se arrepende. No entanto, parece haver uma intenção menos explícita, parecida com estas propagandas que hoje se faz através das novelas. De maneira sutil, a deturpação da figura de Maria Madalena mantém uma velha atitude de suspeita em relação às mulheres, passando a idéia de que sua natureza e seus corpos são espaços perigosos, de possessão demoníaca, identificada com pecado. Os corpos inferiorizados e culpabilizados são mais facilmente submetidos.

Desta maneira, a discípula fiel, que acompanhou Jesus durante sua vida pública, a amiga e companheira que esteve presente na crucifixão e que permaneceu diante do túmulo; aquela que fez a maravilhosa experiência da ressurreição, podendo afirmar com toda a convicção: “Vi o Senhor!”, foi transformada em pecadora arrependida. Mesmo que esta deturpação da figura de Maria Madalena não fosse muito consciente, ela é um desvelamento do medo que o diabo tem de perder o poder. Se a tradição da discípula e apóstola permanecesse, haveria o perigo de que as mulheres descobrissem a sua importância nas origens do Cristianismo e se sentissem animadas a assumir com autoridade, dignidade e pleno direito seus espaços de reflexão, decisão e também no ministério ordenado das igrejas cristãs. Estariam lado a lado com os homens, mantendo a memória fiel de Jesus de Nazaré, fazendo circular o amor pleno e sem medo, exercendo o poder de defender e fortalecer a vida.

Para contrastar a situação de inferioridade da mulher em relação ao homem, gerou-se o movimento de libertação feminina que, analisado nos mínimos detalhes, resultou em um movimento de desvalorização feminina. Isto porque, libertação feminina não pode ser interpretada como libertinagem feminina. Constantemente vemos garotas dizendo e gritando palavrões pela rua. Certamente, isto não é libertação feminina, mas sim desvalorização da menina.

Por outro lado, ser livre, não é ser promíscua, não é fazer o que lhe vem na cabeça. Ser livre não é fugir do casamento, fugir de construir uma família, e botar filhos no mundo sem pensar nas consequências. Não tenho nada contra estas meninas que agem assim, pois elas não têm culpa, pois são vítimas de uma mídia que as ensinou que liberdade da mulher significa vulgarizar a mulher.

A mulher não tem de ser submissa nem de ser vista como objeto de prazer, ou de procriação. Mas precisa se valorizar, e ser valorizada pela sociedade. Precisa ser tratada em pé de igualdade pelos homens. Mãe solteira não pode ser discriminada, pois são nossas irmãs em Cristo e precisam ser acolhidas, orientadas e se possível, evangelizadas. Desse jeito, estamos dando à mulher, o valor que ela merece, assim como nós gostaríamos que fosse tratada a nossa mãe. E não nos esqueçamos que sempre atrás de um grande homem, está sempre uma grande mulher.

Pai, reveste-me do amor e da fidelidade necessárias para ser servidor do Reino. Que eu demonstre meu reconhecimento a Ti, colocando minha vida a serviço do meu próximo.
Fonte http://homilia.cancaonova.com

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