quarta-feira, 13 de setembro de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 7,1-10 - 18.09.2017

2ª-feira da 24ª Semana do Tempo Comum
18 de Setembro de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Lc 7,1-10

Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 7,1-10

Naquele tempo:
1Quando acabou de falar ao povo que o escutava,
Jesus entrou em Cafarnaum.
2Havia lá um oficial romano
que tinha um empregado a quem estimava muito,
e que estava doente, à beira da morte.
3O oficial ouviu falar de Jesus
e enviou alguns anciãos dos judeus,
para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado.
4Chegando onde Jesus estava,
pediram-lhe com insistência:
'O oficial merece que lhe faças este favor,
5porque ele estima o nosso povo.
Ele até nos construiu uma sinagoga.'
6Então Jesus pôs-se a caminho com eles.
Porém, quando já estava perto da casa,
o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus:
'Senhor, não te incomodes,
pois não sou digno de que entres em minha casa.
7Nem mesmo me achei digno
de ir pessoalmente ao teu encontro.
Mas ordena com a tua palavra,
e o meu empregado ficará curado.
8Eu também estou debaixo de autoridade,
mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens.
Se ordeno a um : 'Vai!', ele vai;
e a outro: 'Vem!', ele vem;
e ao meu empregado 'Faze isto!', e ele o faz'.'
9Ouvindo isso, Jesus ficou admirado.
Virou-se para a multidão que o seguia, e disse:
'Eu vos declaro que nem mesmo em Israel
encontrei tamanha fé.'
10Os mensageiros voltaram para a casa do oficial
e encontraram o empregado em perfeita saúde.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 7,1-10
«Eu vos digo que nem mesmo em Israel encontrei uma fé tão grande»

Hoje somos confrontados com uma questão interessante. Porque o Centurião do Evangelho não foi pessoalmente ter com Jesus, mas preferiu mandar mensageiros com o pedido de cura para seu servo? O Centurião nos responde essa pergunta na passagem do Evangelho. «[...] nem fui pessoalmente ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e meu servo ficará curado». (Lc 7,7).

O Centurião possuía a virtude da fé, acreditava que Jesus poderia fazer esse milagre se estivesse de acordo com sua divina vontade. A fé permitiu ao Centurião acreditar que onde quer que Jesus esteja, ele poderia curar o servo doente. O Centurião acreditava que nenhuma distância poderia impedir ou deter o Cristo de fazer sua obra de salvação.

Em nossas próprias vidas, somos chamados a ter esse mesmo tipo de fé. Há momentos em que somos tentados a pensar que Jesus está distante e não ouve nossas orações. Entretanto, a fé ilumina nossas mentes e corações, para que acreditemos que Jesus está sempre ao nosso lado para nos ajudar. Em verdade, a presença curativa de Jesus na Eucaristia é um lembrete de que Jesus está sempre conosco. Santo Agostinho, com os olhos da fé, acreditava nesta realidade: «O que vemos é o pão e o cálice; isso é o que nossos olhos nos mostram. Mas o que nossa fé nos obriga a aceitar é que o pão é o Corpo de Cristo e o cálice é o Sangue de Cristo».

A Fé ilumina nossas mentes para que possamos enxergar a presença de Cristo em nosso meio. Como o Centurião, dizemos, «Não sou digno de que entreis em minha morada» (Lc 7,6). Da mesma forma, nos humilhamos diante de Nosso Senhor e Salvador e Ele ainda se aproxima para nos curar. Deixemos Jesus entrar em nossa alma, em nossa morada, para curar e fortalecer nossa fé para que possamos continuar nosso caminho em direção à Vida Eterna.
Fr. John A. SISTARE 
(Cumberland, Rhode Island, Estados Unidos)

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EU NÃO SOU DIGNO Lc 7,1-10
HOMILIA

Estamos diante do pedido que um centurião faz à Jesus. Prestemos bem a atenção para o fato do homem que pede ser um centurião, portanto um “inimigo” dos judeus, um ocupador da sua terra, mas apesar disso, ser com certeza um homem bom, pois a passagem diz claramente que ele tinha muita afeição pelo seu servo, (o que naquele tempo seria coisa rara), e que até tinha mandado construir a sinagoga para os judeus. Percebamos também que este homem se sente indigno de se aproximar de Jesus e por isso pede a outros que por ele intercedam, levando-nos a pensar na importância da intercessão. Meditemos ainda no fato de Jesus se admirar da fé daquele homem. Com efeito aquele homem dando a perceber a sua autoridade sobre aqueles que ele comanda, reconhece em Jesus Cristo uma autoridade bem maior, ou melhor, a autoridade total, pois vai muito para além das coisas do mundo, acreditando ele, centurião, que Jesus Cristo com uma só palavra pode curar o seu servo.
            Detenhamo-nos então na frase: «Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo do meu teto, pelo que nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado.» Esta frase, usada na Liturgia da Eucaristia, «Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo», mesmo antes de recebermos o Senhor em nós, nas nossas vidas, é repetida milhares de vezes todos os dias, nas mais diversas línguas, por esse mundo fora.
Esta frase que, (pelo menos falo por mim), tantas e tantas vezes, dizemos de forma rotineira e “banal”, nos introduz no Mistério maior de um Deus que se faz alimento para aqueles que ama, e nos irmana num só povo que, reconhecendo-se indigno, aceita a dignidade que lhe é oferecida pelo seu Senhor. Esta frase que se confirmou na cura do servo do centurião, (pela graça de Deus, admirado da fé daquele homem), e que nós repetimos de forma ligeira e tantas vezes irreflectida, não percebendo que por essa mesma graça, o Senhor nos alcança a salvação, mesmo perante a nossa fraca fé. Esta frase em que, como o centurião, nos devemos abandonar numa total confiança ao Senhor Nosso Deus, acreditando que tudo Lhe é possível.
E depois, depois percebamos, que esta frase que nos une como irmãos, filhos de Deus, foi proferida pelo centurião que afinal poderíamos dizer em linguagem simples de hoje, “estava fora da Igreja de então”!  Para que percebamos que não é o “pertencer à Igreja”, que não é o “ir à Missa”, que não é o “repetir Senhor, Senhor”, que nos salva, mas sim a fé em Jesus Cristo que a todos ama e chama por igual. E para correspondermos a esse amor temos que “viver a e em Igreja”, temos que “participar e celebrar a Missa”, temos que “repetir Senhor, Senhor”, muito mais com o coração do que com a boca.
Pai, dá-me um coração misericordioso e humildade que me leve a compadecer-me do meu semelhante.
Fonte PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA

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