sábado, 7 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mc 12,38-44 - 08.11.2015 - Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros.

32º DOMINGO Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mc 12,38-44

Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 12,38-44

Naquele tempo:
38Jesus dizia, no seu ensinamento a uma grande multidão:
'Tomai cuidado com os doutores da Lei!
Eles gostam de andar com roupas vistosas,
de ser cumprimentados nas praças públicas;
39gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas
e dos melhores lugares nos banquetes.
40Eles devoram as casas das viúvas,
fingindo fazer longas oraçðes.
Por isso eles receberão a pior condenação'.
41Jesus estava sentado no Templo,
diante do cofre das esmolas,
e observava como a multidão depositava
suas moedas no cofre.
Muitos ricos depositavam grandes quantias.
42Então chegou uma pobre viúva
que deu duas pequenas moedas,
que não valiam quase nada.
43Jesus chamou os discípulos e disse:
'Em verdade vos digo,
esta pobre viúva deu mais do que todos os outros
que ofereceram esmolas.
44Todos deram do que tinham de sobra,
enquanto ela, na sua pobreza,
ofereceu tudo aquilo que possuía para viver'.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mc 12,38-44
O Exemplo das Viúvas

A Palavra de Deus deste Domingo, apresenta-nos a generosidade de duas viúvas que mereceram ser louvadas por Deus.

Em 1 Rs 17,10-16, temos o exemplo da viúva de Sarepta. O Profeta Elias chega à cidade de Sarepta, morto de fome e sede… Encontra uma viúva a quem lhe pede água  e pão.

Ela dispunha apenas de um punhado de farinha e um pouco de azeite…

Ela oferece, partilha com o Profeta aquilo que lhe restava, até o último punhado de farinha, e confiou nas palavras daquele homem de Deus. A generosidade da viúva tem a bênção de Deus que não lhe deixa faltar o alimento para ela e para o filho, durante todo o tempo da seca.

Deus não abandona quem dá com alegria!

No Evangelho (Mc 12,38-44), vemos o exemplo de outra viúva.

Jesus senta-se perto da caixa de esmolas no Templo e observa: De um lado, uma pobre viúva, oferece discretamente duas moedinhas; Do outro, gente importante dá solenemente grandes quantias…

Jesus censura o gesto dos fariseus e louva a generosidade da viúva.

A oferta da viúva era pequena, mas era tudo o que ela possuía.

Deus não calcula a quantia que damos,mas o amor com que damos.

Duas viúvas, simples e humildes, revelam a generosidade dos pequenos gestos!

Toda oferta que brota do coração tem valor incalculável aos olhos de Deus. A hospitalidade da primeira é compensada pelo milagre de Elias; a humilde generosidade da segunda merece de Jesus um grande elogio. Teve a honra de ser lembrada por Jesus.

Uma cena edificante! Como a viúva de Sarepta, ela deu tudo de si, colocando a própria sorte nas mãos de Deus. No exemplo do óbulo da pobre viúva, Jesus Cristo como que aponta para o próprio exemplo. Oferecer ao Templo significava oferecer a Deus. Ela ofereceu “tudo o que possuía para viver”. É o que Cristo vai fazer (Hb 9,24-28). É o que se pede do discípulo de Cristo, de quem o reconhece como Filho de Deus.

Esse episódio é ocasião para que Jesus dê um ensinamento onde realça a importância do que aparentemente é insignificante. Usa uma expressão um tanto paradoxal: a pobre viúva deu mais que os ricos. Diante de Deus o valor das ações consiste mais na retidão de intenção e na generosidade de espírito, que na quantia do que se dá. Ou seja, mais do que na quantia, Jesus repara nas disposições interiores que movem a agir; não tanto para “a quantidade que se oferece, mas para o afeto com que se oferece”, ensinava São João Crisóstomo.

A esmola, não só do supérfluo mas também do necessário, é uma obra de misericórdia gratíssima ao Senhor, que não deixe de ser recompensada. “Uma casa caritativa jamais será pobre”, repetia o Santo Cura d’Ars.

Com que alegria a mulher do Evangelho não voltaria para casa, depois de ter dado tudo o que tinha! Que surpresa não terá sido a sua quando, no seu encontro com Deus depois desta vida, pôde ver o olhar comprazido com que Jesus a olhou naquela manhã em que fez a sua oferta! Todos os dias esse olhar de Deus pousa nas nossas vidas.

A esmola, em qualquer das suas formas, é expressão da nossa entrega e do nosso amor ao Senhor. Dar e dar-se não depende do muito ou do pouco que se possua, mas do amor.

Deus premiará abundantemente a nossa generosidade. O que tivermos dado aos outros, em tempo, dedicação, bens materiais…, o Senhor no-lo devolverá aumentado!

Deus não olha tanto à quantidade do dom quanto ao coração e à situação de quem dá. A viúva, que por amor se priva de tudo o que tem, dá muito mais que os ricos que oferecem quantias avultadas sem subtrair alguma coisa à sua comodidade. O seu gesto não tem explicação sem uma grande fé, maior ainda do que a da mulher de Sarepta, porque não se apoia na promessa de um profeta, mas unicamente em Deus e age com a preocupação exclusiva de O servir com todo o coração.

“Deus ama a quem dá com alegria” (2 Cor 9,7).

Mons. José Maria Pereira
Presbíteros


JESUS E OS MESTRES DA LEI Mc 12,38-44
HOMILIA

O Evangelho é de S. Marcos, e diz-nos que os escribas e fariseus fazem ostentação da sua suposta bondade. Dão esmolas, tocando a campainha; rezam no templo à frente e em tom de grandiosidade; ocupam os primeiros lugares, etc.

Acautelai-vos dos escribas. Eles gostam de passear com longas vestes e de receber cumprimentos nas praças. Querem os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes.

Logo a seguir, S. Marcos conta-nos a história da viúva que, dando a mais pequena das moedas, dava tudo quanto tinha. Foi uma atitude que Jesus apreciou e dela fez o elogio aos seus discípulos. A esmola da viúva, modesta no seu valor, foi a de maior significado. A Misericórdia é uma virtude moral pela qual uma pessoa se dedica à outra com compaixão, dando ajuda espiritual e material na medida das suas posses.

O mérito não está na grandeza ou pequenez da nossa oferta à Deus. Mas sim em como o fazemos.

Os mestres da Lei, por exemplo, prevalecendo-se da estima que gozavam do povo, tornavam-se vaidosos e inescrupulosos. Sentiam prazer em ser reconhecidos como pessoas altamente consideradas. Sendo assim, abusavam da boa fé e da hospitalidade das pobres viúvas, passando longas horas de oração na casa delas, só para comer do bom e do melhor. Com prazer jogavam consideráveis esmolas no tesouro do templo, para serem vistos e louvados pelos presentes. Tal esmola, porém, embora valiosa em termos monetários, não tinha valor para Deus.

Bem diferente era o destino e a situação da pobre viúva que, tendo oferecido apenas algumas moedinhas, fez um gesto altamente agradável a Deus, porque marcado pela simplicidade e pela discrição. Talvez, só Jesus a tenha observado. A viúva não ofereceu do seu supérfluo. Antes, abriu mão do que lhe era necessário, para fazer um gesto agradável a Deus. Por isso, seu pouco se tornou muito aos olhos de Jesus. Por que Deus vê o coração, sabe a tua dor, as tuas aflições e necessidades.

Jesus sabe daquilo que eu e você podemos doar. Ele acredita no meu e no teu potencial e preparou muitas coisas que somente eu e você pode resolver. Mas eu e você ainda não demos tudo o que podíamos e por isso continuamos amarrados, muitas vezes infelizes. Não sejamos egoístas, mas generosos. Diga o teu sim e dê tudo àquilo que você pode e deve dar. Siga o exemplo da viúva e veja como ela agradou a Deus. Se assim fizeres também a tua oferta será agradável a Deus!

Senhor Jesus, dá-me pureza de coração, para que todas as minhas ações sejam marcadas pela sinceridade e por um amor verdadeiro ao Pai.
Fonte Canção Nova

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