sábado, 14 de novembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mc 13,24-32 - 15.11.2015 - Ele reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra.

33º DOMINGO Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mc 13,24-32

Ele reunirá os eleitos de Deus, de
uma extremidade à outra da terra.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 13,24-32

Naquele tempo:
Jesus disse a seus discípulos:
24'Naqueles dias, depois da grande tribulação,
o sol vai se escurecer, e a lua não brilhará mais,
25as estrelas começarão a cair do céu
e as forças do céu serão abaladas.
26Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens
com grande poder e glória.
27Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terra
e reunirá os eleitos de Deus,
de uma extremidade à outra da terra.
28Aprendei, pois, da figueira esta parábola:
quando seus ramos ficam verdes
e as folhas começam a brotar,
sabeis que o verão está perto.
29Assim também, quando virdes acontecer essas coisas,
ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo,
às portas.
30Em verdade vos digo,
esta geração não passará até que tudo isto aconteça.
31O céu e a terra passarão,
mas as minhas palavras não passarão.
32Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe,
nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mc 13,24-32
A Volta de Cristo

Estamos no penúltimo domingo do Ano Litúrgico.

A Palavra de Deus convida-nos a meditar no fim último do homem, no seu destino além da morte. A meta final, para onde Deus nos conduz, faz nascer em nós a esperança e a coragem para enfrentar as adversidades e lutar pelo advento do Reino.

Nesses domingos, os últimos do final do Tempo Comum e os dois primeiros do Advento querem levar os discípulos de Cristo a viverem a dimensão escatológica da vida cristã.

Escatológico, significa aquilo que se refere às últimas realidades já presentes no aqui e agora da vida cristã, sobretudo após a ressurreição de Cristo. Vem da palavra “escaton”, que significa o fim, as últimas coisas.

O Profeta Daniel (Dn 12, 1-3) mostra o povo judeu oprimido sob a dominação dos gregos. Muitos judeus, apavorados pela perseguição, abandonavam até a fé …

O objetivo desse livro era animar o povo a resistir diante dos opressores e lembrar que a vitória final será dos justos que perseverarem fiéis. É a primeira profissão de fé na Ressurreição, que se encontra na Bíblia.

Já no Evangelho (Mc 13, 24-33) no discurso escatológico, Jesus ensina como os seus discípulos devem viver no tempo que vai de sua elevação da terra até o seu retorno glorioso. Jesus anuncia a destruição de Jerusalém e o começo de uma nova era, com a sua vinda gloriosa após a ressurreição.

A intenção não era assustar, mas conduzir a comunidade a discernir os fatos catastróficos e o futuro da comunidade cristã dentro da história.

Não deviam ver como o fim do mundo, mas o início de um mundo novo. Portanto, não deviam dar ouvidos a pessoas que anunciavam o fim do mundo.

Quanto ao dia e hora, só o Pai sabe…, mais ninguém…

Para nós o mais importante não é saber quando isso irá acontecer, mas sim estar vigilantes e preparados para ele.

O cristão não pode ficar de braços cruzados, esperando que as coisas simplesmente aconteçam.

A vida é realmente muito curta e o encontro com Jesus está próximo. Isto ajuda-nos a despreender-nos dos bens que temos de utilizar e aproveitar o tempo; mas não nos exime de maneira nenhuma de dedicar-nos plenamente à nossa profissão no seio da sociedade. Mais ainda: é com os nossos afazeres terrenos, ajudados pela graça, que temos de ganhar o Céu.

E que a humanidade não caminha para a destruição, para o nada; caminha ao encontro da vida plena, ao encontro de um mundo novo.

Cristo que viera, pela primeira vez ao mundo em humildade e sofrimento para o redimir do pecado, regressará no fim dos séculos, em todo o esplendor da Sua glória para recolher os frutos da Sua obra redentora.

Compreende-se, assim, como a Igreja primitiva, enamorada de Cristo e ansiosa por contemplar novamente o Seu rosto glorioso, esperasse impacientemente a Sua volta. “Vem Senhor Jesus” (Ap 21,20) era a invocação fervorosa dos primeiros cristãos que viviam com o coração voltado para Ele, como se já estivesse à porta. Esta mesma deve ser a atitude de quem compreendeu o sentido profundo da vida cristã: uma espera de Cristo, um caminhar para Ele com a lâmpada da fé e do amor bem acesa.

Agora, na intimidade da nossa alma, dizemos a Jesus: “Procuro, Senhor a Tua face, que um dia, com a ajuda da tua graça, terei a felicidade de ver face a face”(Sl 26,8).

Da nossa parte, devemos estar atentos aos sinais de Deus, confiantes nas palavras de Cristo, que nos garante: “o Céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13, 31).

Mons. José Maria Pereira
Fonte Presbíteros


A VINDA DO FILHO DO HOMEM Mc 13,24-32
HOMILIA

Este capítulo 13, escrito em linguagem apocalíptica, aborda no fundo dois assuntos: a destruição do Templo de Jerusalém, que serve de sobreaviso para as tribulações que virão e o futuro da comunidade cristã dentro da história e diante da vinda do Filho do Homem. A vinda do Filho do Homem é salvação e julgamento. Salvação para os que estão lutando pelo projeto de Deus e julgamento para os que estão contra.

A intenção básica do capítulo não é descrever o futuro, fazer previsões, mas preparar a comunidade para o presente, numa vigilância ativa.

Aqui a linguagem é rigorosamente apocalíptica. Com esses prodígios cósmicos, o autor quer mostrar, como é costume na apocalíptica, as poderosas intervenções de Deus na história, que no nosso caso se trata da vinda do Filho do Homem, como Salvador e Juiz, que será precedida por estes sinais cósmicos. Não é para assustar. Pelo contrário, o anúncio da intervenção salvífica de Deus só pode animar, encorajar e fortalecer a esperança dos eleitos. O v. 26 falando da vinda do Filho do Homem entre nuvens, com poder e glória se inspira em Dn 7, 13-14, que traz forte conotação de julgamento. O v. 27 alude claramente à salvação dos eleitos. Assim, a vinda do Filho do Homem é julgamento para os que se opõem ao projeto de Deus e salvação para todos os que aderem a ele.

Aqui temos a parábola da figueira. A pergunta dos discípulos no v. 4 sobre quando estas coisas vão acontecer é abordada aqui. A parábola da figueira traz dois ensinamentos: afirma a presença do Reino na vida da comunidade, através dos acontecimentos e conflitos da história e, ao mesmo tempo, a proximidade do fim enquanto salvação para os eleitos. O v. 3: “Em verdade vos digo que esta geração não passará até que tudo isto aconteça” é uma referência direta à destruição de Jerusalém e à queda do Templo, pergunta feita pelos discípulos no v. 4. Isto aconteceu no ano 70 d.C., ainda dentro da primeira geração cristã.

O v. 32 (“daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, somente o Pai”), ultrapassa os sinais anunciados do fim e se refere à vinda do Filho do Homem. Jesus exclui claramente qualquer especulação quanto à DATA, com termos extremamente fortes dizendo que NINGUÉM SABE, NEM OS ANJOS NO CÉU, NEM O FILHO, SOMENTE O PAI. Muitas religiões já tentaram prever a data da vinda de Jesus.

Dizem que hoje está acontecendo exatamente o que Jesus falou: (guerras, pestes, AIDS, terremotos, fome, etc.), por isso Jesus está chegando. A estes iletrados pedimos que leiam mais atentamente o capítulo 13 de Marcos, v. 7 “é preciso que estas coisas aconteçam, MAS AINDA NÃO É O FIM”. V. 8 “… Isto é o princípio das dores do parto”. De modo especial os claríssimos vv.32-33. A tônica do capítulo 13 é uma admoestação à vigilância quanto ao presente, quanto ao hoje da história. A palavra chave é “vigiar” (v. 5 = “atenção”; v. 9 = “ficai de sobreaviso”; v. 23 “ficai atentos”; v. 33 “atenção e vigiai, pois não sabeis quando será o momento”; v. 35 = “vigiai”; v. 37 “e o que vos digo, digo a todos: vigiai”. E o que significa “vigiar?” Não se trata de acomodação, espera passiva ou especulação, mas engajamento, atividade, exercício apostólico e missionário, trabalho concreto para a realização do projeto de Deus.

Senhor Jesus, que eu me deixe guiar por tuas palavras, e me mantenha vigilante, na caridade, à tua espera.


Fonte Canção Nova

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