sábado, 18 de abril de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 6,22-29 - 20.04.2015 - Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna.

Senhor,
que nosso coração esteja sempre aberto
para compreender os teus sinais.
Que não nos falte o pão do sustento e o pão da Palavra.
2ª-feira da 3ª Semana da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 6,22-29

Esforçai-vos não pelo alimento que se perde,
mas pelo alimento que permanece até a vida eterna.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 6,22-29

Depois que Jesus saciara os cinco mil homens,
seus discípulos o viram andando sobre o mar.
22No dia seguinte, a multidão
que tinha ficado do outro lado do mar
constatou que havia só uma barca
e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos,
mas que eles tinham partido sozinhos.
23Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades,
perto do lugar onde tinham comido o pão
depois de o Senhor ter dado graças.
24Quando a multidão viu
que Jesus não estava ali,
nem os seus discípulos,
subiram às barcas
e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum.
25Quando o encontraram no outro lado do mar,
perguntaram-lhe:
'Rabi, quando chegaste aqui?'
26Jesus respondeu:
'Em verdade, em verdade, eu vos digo:
estais me procurando não porque vistes sinais,
mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos.
27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde,
mas pelo alimento que permanece até a vida eterna,
e que o Filho do homem vos dará.
Pois este é quem o Pai marcou com seu selo.'
28Então perguntaram:
'Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?'
29Jesus respondeu:
'A obra de Deus é que acrediteis
naquele que ele enviou'.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 6, 22-29

Um dos caminhos que temos para conhecer melhor a pessoa de Jesus é o sacramento da eucaristia. Porém, esse caminho exige de todos nós uma postura de fé diante dele e uma abertura para as realidades que estão além da materialidade. As pessoas que só buscam a saciedade material e procuram Jesus apenas para a satisfação desse tipo de necessidade são incapazes de buscar o alimento que não se perde e que nos leva a reconhecer que Jesus é aquele que o Pai marcou com o seu selo. Essas pessoas não são capazes de ver que Jesus é o enviado do Pai e, por isso, não acreditam nele.
Fonte CNBB



TRABALHAI PELO ALIMENTO ETERNO Jo 6,22-29
HOMILIA

Jesus e seus discípulos partiram dos arredores de Tiberíades para a cidade de Cafarnaúm. Ao amanhecer, o povo que havia presenciado a multiplicação dos pães, quando não os encontrou, foi atrás deles. Jesus então questionou o interesse que tinham em buscá-lo: estavam mais preocupados com a comida do que com o ensinamento sobre o reino. E lhes enfatiza: a única obra que Deus quer é que acreditem naquele que ele enviou. Que significava para um judeu acreditar em Jesus, mais ainda, crer que ele era enviado por Deus?
O sinal da multiplicação dos pães que vimos em dias anteriores (João 6, 1-15) impressionou a multidão. E esta só atina em perguntar de forma ingênua ou quase absurda: como chegaste aqui? Jesus responde com outra pergunta que é válida para nós: qual é a razão verdadeira pela qual me procuram? Será pelos milagres espetaculares, como o da multiplicação dos pães?
Na hora de seguir os passos de Jesus, deve-se ter cuidado com os motivos que nos levam a isso. Não vá acontecer que o Jesus encontrado não seja o do Evangelho, mas um outro feito à nossa medida, adaptado a nossos desejos e caprichos. Será talvez um Jesus em que acreditamos somente pelos milagres espetaculares, sem que consigamos entender que o milagre maior, o sinal por excelência, é o próprio Jesus, alimento de vida eterna.
A multidão, sem entender as palavras do Mestre, volta a perguntar: Que temos que fazer para praticar as obras de Deus? Continuam marcados pela mentalidade judaica da época, cuja religião mandava cumprir sempre “preceitos e leis”. Por sua falsa interpretação, estes acabavam escravizando e arruinando a fé do povo de Deus. Jesus lhes explica que basta uma obra: aderir ao projeto de Deus, revelado por seu Filho.
Somente quem se compromete faz que todas as suas obras adquiram um sentido evangélico, porque estarão impregnadas do amor, a vida e a justiça que o reino de Deus exige.
O convite que Jesus faz a você é que trabalhe para o pão que dura a vida eterna. Veja que no capítulo 6 do Evangelho de João, o tema central é o pão. Jesus, o enviado de Deus, é o pão do céu, é o pão da vida eterna. E então diz: Trabalhai, não tanto pela comida que se perde,mas pelo alimento que dura até à vida eterna.
A partir da multiplicação dos pães, Jesus vai fazer uma longa catequese sobre o Pão da Vida. E começa, hoje, por criar em nós a fome de Deus, pela fé, pois que os sacramentos são sinais da fé. A multiplicação dos pães e dos peixes era também um sinal. Jesus tinha matado a fome àquela gente com o alimento que lhe multiplicara no monte. Mas, o alimento de que eles precisam e que devem esforçar-se por encontrar é Ele próprio, o Senhor, a quem alcançarão pela fé. Acreditar em Jesus e viver dessa fé é alimentar-se com o alimento que leva à vida eterna.
A graça de Deus é a causa da salvação e a fé é o meio. É claro que vários fatores ocasionam a salvação, como o próprio fato de estarmos perdidos, ou o fato de ouvirmos a mensagem do evangelho, mas tudo isto são causas imediatas, e por assim dizer, tornam-se meios. A causa primária é o próprio Deus, a sua graça, a sua vontade de salvar, o seu desejo e amor pela humanidade!
Em certo sentido podemos dizer que a graça é a parte de Deus e a fé é a parte do homem embora a fé também seja um dom de Deus. Deus oferece gratuitamente a salvação, mas o homem tem a responsabilidade de acreditar, confiar e recebê-la. Você precisa crer em Jesus e em sua palavra! Não sejas multidão tratado no Evangelho de hoje que pede ou exige de Jesus um sinal forte, um milagre espetacular. O povo estava querendo ou esperando um Messias poderoso, capaz de derrotar os opressores romanos. E que lhe garanta o pão deste mundo, sem esforço e sem trabalhar. Notem que mais tarde Jesus vai dizer que “o meu reino não é deste mundo”.
E daí a reação de Jesus: Trabalhai pelo alimento que dura até à vida eterna. Qual é o alimento que dura até à vida eterna? Deve ser aquele que chega até lá. Jesus disse-nos que era Ele próprio. E o que é que significará trabalhar por Ele próprio, isto é, pelo alimento que dura até à vida eterna? Naturalmente, pôr em prática o 1º e 2º mandamentos. E trabalhar mais do que pela comida? Supondo que Jesus se refere ao trabalho pelo sustento. Há que trabalhar em mais quantidade e qualidade pelo alimento que dura até à vida eterna. Como é que o leitor faz isto?
Porque Jesus se posicionou desta maneira? A verdade é que o povo não estava entendo muito bem “qual era a de Jesus”. Jesus se apresenta como o único alimento que nos satisfaz plenamente. Ele se identifica como próprio pão que alimenta a vida eterna em nós: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.
Jesus não está falando da sede de um copo de água nem a fome de um prato de comida necessariamente. Mas sim, da sede e da fome ou necessidade de se embriagar para fugir ou se esquecer da realidade sofrida com tantas frustrações. Porque aquele que se embebe de Jesus igual a uma esponja embebida em água, não terá necessidade de nenhuma fuga alucinante para se sentir bem.
Tem gente que se vinga comendo, e comendo. Outros bebendo uma dúzia de cerveja, e assim por diante. Nada disso adianta porque longe de Deus não existe felicidade. Porque só Jesus mata a nossa sede, e a nossa fome, de querer mais e mais bens materiais, e prazeres de todos os tipos existentes nesta vida passageira.
Portanto, trabalhe e lute pelo pão que dura à vida eterna e este Pão é Jesus acredite n’Ele. Alimente-se da Sua Palavra, do Seu Corpo e Sangue e terá a vida eterna.
Pai, leva-me a buscar sempre o alimento imperecível - teu Filho Jesus - que me dá vida eterna e verdadeira e me abre para o amor e a solidariedade.
Fonte Padre BANTU SAYLA

Nenhum comentário:

Postar um comentário