sábado, 4 de janeiro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 2,1-12 - 05.01.2014 - Viemos do Oriente adorar o Rei.

Pai,
com discernimento e humildade,
os magos deixaram-se guiar até Jesus.
Concede-me as mesmas virtudes,
para que eu siga o caminho que me leva a teu Filho.
Branco. Epifania do Senhor Natal

Evangelho - Mt 2,1-12

Viemos do Oriente adorar o Rei.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 2,1-12

1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia,
no tempo do rei Herodes,
eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém,
2perguntando:
'Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer?
Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.'
3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado
assim como toda a cidade de Jerusalém.
4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei,
perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer.
5Eles responderam: 'Em Belém, na Judéia,
pois assim foi escrito pelo profeta:
6E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum
és a menor entre as principais cidades de Judá,
porque de ti sairá um chefe
que vai ser o pastor de Israel, o meu povo.'
7Então Herodes chamou em segredo os magos
e procurou saber deles cuidadosamente
quando a estrela tinha aparecido.
8Depois os enviou a Belém, dizendo: 'Ide e procurai
obter informações exatas sobre o menino.
E, quando o encontrardes, avisai-me,
para que também eu vá adorá-lo.'
9Depois que ouviram o rei, eles partiram.
E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante
deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino.
10Ao verem de novo a estrela,
os magos sentiram uma alegria muito grande.
11Quando entraram na casa,
viram o menino com Maria, sua mãe.
Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram.
Depois abriram seus cofres
e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.
12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes,
retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.
Palavra da Salvação.



REFLEXÃO
Vimos sua estrela no Oriente
Com a solenidade da Epifania do Senhor, encerramos o ciclo do Advento-Natal. Epifania é uma palavra de origem grega que significa, grosso modo, “o que aparece”, “manifestação”. Na antiguidade cristã, no Oriente, provavelmente em Alexandria, era a festa do nascimento de Jesus, celebrada no dia 6 de janeiro, festa à qual se associou a festa do Batismo do Senhor.
O que era uma promessa feita no século VI a.C., de que todos os povos seriam atraídos para a Luz (cf. Is 60,3), torna-se realidade com o nascimento de Jesus Cristo. No Ocidente, a partir de uma forte devoção desenvolvida na Idade Média, a Epifania passou a ser a “festa dos reis magos”, motivando a origem da festa popular denominada de “folia de reis”.
Os magos são atraídos e conduzidos por sua estrela. A solenidade da epifania, associada à visita dos magos do Oriente ao recém-nascido, Jesus de Nazaré, é a festa da universalidade da salvação de Deus. Desde todo o sempre, o Deus criador de todas as coisas quis atrair a si todas as pessoas. O texto deste domingo, do profeta Isaías, é só um exemplo, entre tantos outros. Com o nascimento daquele que é “o Sol de Justiça”, plenitude e razão de toda a criação, Deus reúne em torno do seu Filho único todos os povos. Em Jesus, o Senhor desperta nos povos o desejo de Deus. É essa realidade que São Paulo afirma na carta aos Efésios: “os pagãos são admitidos à salvação […], são beneficiários da mesma promessa” (Ef 2,6). Os “magos” são astrólogos ou astrônomos que viam nos movimentos das estrelas o sinal de um acontecimento importante. A evocação de Nm 24,17 é evidente na menção da estrela seguida pelos magos. O astro ilumina, orienta, está presente em todos os lugares e dá uma intensa alegria; alegria dada aos pastores, quando do anúncio do nascimento de Jesus pelos anjos (cf. Lc 2,10). Olhando para a estrela, chega-se a Deus feito homem. A inclinação diante do menino é o ato de reconhecimento e submissão ao rei, não somente dos judeus, mas de toda a terra. Os presentes oferecidos são a confissão da fé de todos os povos na divindade, na realeza e no sacerdócio do Verbo que assumiu a nossa humanidade. Com São Leão Magno podemos dizer: “instruídos nestes mistérios da graça divina, celebremos com alegria o dia das nossas primícias e o princípio da vocação dos gentios à fé e à salvação”.

Carlos Alberto Contieri,sj



OS VISITANTES DO ORIENTE Mt 2,1-12
HOMILIA

Mateus introduz as narrativas da infância de Jesus antes do seu batismo. Tais narrativas - de caráter teológico, com a forma literária do midraxe judaico, na qual se busca o sentido de um acontecimento atual com base nos textos sagrados do Primeiro Testamento - abrangem: a genealogia de Jesus; o anúncio do anjo a José sobre a concepção de Maria por obra do Espírito Santo; a adoração dos magos do Oriente, introduzida com a curta notícia do nascimento de Jesus: "Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes"; a fuga da família para o Egito; a matança das crianças em Belém; e o estabelecimento da família em Nazaré.
"Que presente eu devo levar para o grande rei dos judeus, que acabou de nascer?" Esta pergunta deve ter ocupado a mente dos reis magos antes da viagem que fizeram em busca da estrela.
Se eles não sabiam onde nasceria o rei, também não sabiam que ele era de uma família pobre. Então devem ter pensado: "O que eu tenho de melhor para oferecê-lo?"
Você já deve ter passado pela situação de sair para comprar um presente para alguém que não conhece, ou que parece já ter tudo o que quer. Agora imagine sair para comprar um presente para um rei que você não conhece, e que teoricamente (por ser um rei), já tem tudo o que precisa! O que você daria?
Os reis magos saíram de suas casas com o melhor presente que poderiam dar, preparados para encontrar um palácio ou uma mansão. Seguiram a estrela até chegar ao lugar onde o rei dos judeus deveria nascer, e encontraram um estábulo. Lá estava um jovem casal e um bebê recém-nascido. Os reis magos devem ter parado por um momento para contemplar essa cena única na história da humanidade. Naquele momento, eles estavam representando a cada um de nós, na nossa vontade de prestar uma homenagem ao nosso rei, que acabara de nascer.
E os presentes: o melhor ouro, para simbolizar a realeza, o melhor incenso, para simbolizar a divindade e a melhor mirra, para simbolizar a paixão e morte que Ele haveria de sofrer. Observe que os reis magos não deram tudo o que tinham, mas deram o melhor que tinham. E é para esse ponto que nós voltamos: "O que eu posso dar de melhor para o meu Rei Jesus?" Só você sabe o que tem de melhor. Quem merece o seu melhor? Você é criativo? Use sua criatividade para presentear Jesus. Você é bonito? Use sua beleza para presentear Jesus. Você é rico? Use sua riqueza para presentear Jesus. Você é esperto? Use sua esperteza para presentear Jesus.
Pai, com discernimento e humildade, os magos deixaram-se guiar até Jesus. Concede-me as mesmas virtudes, para que eu siga o caminho que me leva a teu Filho.
          

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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