quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mc 3,13-19 - 24.01.2014 - Chamou os que ele quis, para que ficassem com ele.

Pai,
apesar da minha fraqueza,
sei que contas comigo
para o serviço do teu Reino.
Vem em meu auxílio,
para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.
Branco. 6ª-feira da 2ª Semana Tempo Comum
S. Francisco de Sales BDr, memória

Evangelho - Mc 3,13-19

Chamou os que ele quis, para que ficassem com ele.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 3,13-19

Naquele tempo:
13Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis.
E foram até ele.
14Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele
e para enviá-los a pregar,
15com autoridade para expulsar os demônios.
16Designou, pois, os Doze:
Simão, a quem deu o nome de Pedro;
17Tiago e João, filhos de Zebedeu,
aos quais deu o nome de Boanerges,
que quer dizer 'filhos do trovão';
18André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé,
Tiago, filho de Alfeu, Tadeu,
Simão, o cananeu,
19e Judas Iscariotes, aquele que depois o traiu.
Palavra da Salvação.



Reflexão - Mc 3, 13-19

A escolha dos doze apóstolos nos mostra a intenção que Jesus tem de formar o novo povo de Deus que irá substituir o povo da Antiga Aliança. De fato, a escolha dos doze não foi obra do ocaso, mas manifesta uma intenção. Assim como no Antigo Testamento, Deus forma o povo de Israel a partir das doze tribos dos descendentes de Abraão, a Igreja é o novo povo de Deus, o povo da Nova Aliança, formado a partir dos doze apóstolos de Jesus, que ele escolheu e enviou com poder para pregar e com autoridade para expulsar todo tipo de mal. Desse modo, entendemos que a Igreja é o novo povo de Deus, o povo da Nova Aliança.



JESUS CHAMOU OS QUE ELE QUIS Mc 3,13-19
HOMILIA

Chamou os que ele quis, para que ficassem com ele e para enviá-los.  Este Evangelho narra o chamado dos doze Apóstolos, palavra de origem grega que significa “enviados”. O número doze evoca as doze tribos de Israel.  O texto começa dizendo que Jesus “subiu ao monte”. É uma expressão com reminiscências bíblicas muito marcantes. Os montes da Bíblia, mais que acidente topográfico, são lugares de teofania, isto é, de presença, revelação e ação de Deus. Por exemplo, o monte Sinai, o monte Horeb, o monte das bem-aventuranças, o da transfiguração. No evangelho de hoje o monte da investidura apostólica. A intenção de Jesus não foi criar um grupo separado do povo, mas guias para a Igreja, o novo Povo de Deus, que ele começava a fundar.
“Chamou os que ele quis.” A vocação é de iniciativa divina. Por que Deus chama a este e não aquele ou aquela, é mistério que não entendemos. O certo é que, para uma missão ou outra, todos somos chamados. E nós somos só somos plenamente felizes se seguirmos o caminho Deus nos chama.
“Chamou-os para que ficassem com ele e para enviá-los.” Primeiro, nós ficamos junto de Jesus, a fim de aprender dele a Boa Nova do Reino de Deus. Primeiro aprender a viver na própria vida aquilo que vamos ensinar ao povo. Os Apóstolos não foram enviados no começo da vida pública de Jesus. Só no final, depois de um bom tempo de convivência e de formação, é que foram enviados. E, mesmo depois de enviados, Jesus os chamava de vez em quando para novas instruções, também para o descanso, a confraternização e a oração juntos. Se não fazemos isso, nós nos esvaziamos. Ninguém dá o que não tem. “Como é bom, como é agradável, os irmãos viverem juntos!” (Sl 133,1). “Deu-lhes autoridade para expulsar demônios.” Quando Deus nos chama, ele nos capacita para que possamos cumprir a missão. Não só nos capacita, mas nos dá meios e recursos necessários.
Para as escolhas de Deus não há lógica humana. O chamado de Deus para nós é irrevogável! Ele vê o coração e faz as Suas escolhas dentro do que é justo e não de acordo com as nossas razões humanas, por isso, Ele escolhe pessoas que aos nossos olhos são incapazes, sem gabarito, despreparadas. Sabemos, porém, que Ele capacita os que não têm capacidade. No trabalho do reino vale mil vezes mais o que temos dentro do nosso coração do que a capacidade intelectual que nós possuímos.
As escolhas do Senhor se dão naturalmente, sem grandes alardes, assim como fez Jesus quando chamou os doze. Jesus aproximou-se de cada um deles, conheceu a sua realidade, a sua história e chamou até quem mais tarde iria traí-lo. Ele não fazia nada para impressionar nem provocar elogios, Ele tinha somente um objetivo: fazer a vontade do Pai para que não se perdesse ninguém. Se Jesus tivesse chamado muita gente, para agradar, ou para fazer justiça aos olhos do mundo, o trabalho do reino não teria sido eficaz. Portanto, Ele chamou aqueles que Ele quis para subir o monte com Ele. Nem todos poderiam subir. A metodologia de Jesus é muito simples e profunda, Ele chamou aqueles que poderiam ficar muito perto de si, gozando da sua intimidade, recebendo um ensinamento partilhado concretamente para que fosse frutuoso e depois eles pudessem lançar sementes em terra boa.
Jesus sabia que na Sua Missão Ele teria que enfrentar dificuldades também com os Seus escolhidos. Sabia que estaria lidando com homens cheios de defeitos, mas mesmo assim não desistiu e foi com eles, até o fim. Esse é um valioso ensinamento para nós quando tivermos que fazer opções e usar critérios de escolha nos nossos empreendimentos. Mas também nós precisamos examinar como é que estamos fazendo as nossas escolhas, principalmente entre as pessoas que caminham junto de nós; quais os critérios que nós usamos quando nos aproximamos de alguém para fazer parte do nosso círculo de amizade; se estamos fazendo algum cálculo racional ou se temos idéias formadas a respeito deles. As nossas amizades são conseqüência dos encontros da nossa vida por isso, precisamos também prestar atenção aonde é que estamos encontrando os “nossos amigos”. Precisamos procurar descobrir com Jesus, na sua Palavra e em oração, qual é a vontade de Deus nas diversas circunstâncias da nossa vida.
Como é o seu critério quando tem que escolher alguém para uma missão específica? Você quer agradar alguém ou ser agradado na sua escolha? Você se revolta quando não é escolhido para um lugar importante ou espera a hora de Deus para você? Como e aonde você tem encontrado “amigos”? Você é capaz de acolher no seu círculo de amizade aqueles que aparentemente não têm nenhum brilho?
Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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