sábado, 25 de janeiro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 4,12-23 - 26.01.2014 - Foi morar em Cafarnaum, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías.

Pai,
faze-me compreender
que os pobres e os marginalizados
são os destinatários privilegiados
do Evangelho do Reino;
para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar.
Verde. 3º DOMINGO Tempo Comum

Evangelho - Mt 4,12-23

Foi morar em Cafarnaum, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías.

+ Proclamaçóo do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4,12-23

12Ao saber que João tinha sido preso,
Jesus voltou para a Galiléia.
13Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum,
que fica às margens do mar da Galiléia,
14no território de Zabulon e Neftali,
para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías:
15'Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar,
região do outro lado do rio Jordão,
Galiléia dos pagãos!
16O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz
e para os que viviam na região escura da morte
brilhou uma luz.
17Daí em diante Jesus começou a pregar dizendo:
'Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo.
18Quando Jesus andava à beira do mar da Galiléia,
viu dois irmãos:
Simão, chamado Pedro, e seu irmão André.
Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores.
19Jesus disse a eles: 'Segui-me,
e eu farei de vós pescadores de homens.'
20Eles, imediatamente deixaram as redes e o seguiram.
21Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos:
Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João.
Estavam na barca com seu pai Zebedeu
consertando as redes.
Jesus os chamou.
22Eles, imediatamente deixaram a barca e o pai,
e o seguiram.
23Jesus andava por toda a Galiléia,
ensinando em suas sinagogas,
pregando o Evangelho do Reino
e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo.
Palavra da Salvação.



REFLEXÃO
A luz brilhou e iluminou todo o povo oprimido

A primeira leitura, a mesma da noite de Natal, nos fala do domínio dos assírios sobre Israel. Na verdade, duas tribos que viviam ao norte do país, na Galiléia, e eram esquecidas, oprimidas, vilipendiadas em seus direitos. Viviam, de fato, em total escuridão. É a esses povos que o Senhor socorre com sua luz. Ele destrói a escuridão, quebra o jugo opressor e alegra seu povo com a libertação de todo e qualquer sofrimento. Na liturgia da noite de Natal, a leitura ia mais adiante, e falava do nascimento de um menino, do qual a luz era a sua representação.
No Evangelho, Jesus vai morar nessa região do norte. Mateus cita a profecia que ouvimos na primeira leitura. A promessa é cumprida 700 anos depois, por Jesus Cristo, a Luz do mundo.
Há muito os assírios haviam deixado Israel, mas não a situação de morte, de pecado, através das más ações dos homens. Por isso Jesus prega: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!”
Ele vai anunciar a necessidade da mudança de coração, onde as pessoas se encontram, ali no trabalho, no seu dia a dia. É Deus companheiro, o Deus visitador, aquele que solicita nossa companhia, nosso trabalho, nossa amizade. Ele nos quer como colaboradores em sua missão de Luz que destrói as trevas. Recordo a cerimônia batismal quando o sacerdote acende uma vela no círio pascal, o sinal expressivo do Cristo Ressuscitado, e a entrega ao batizando, dizendo para ele ser luz. Temos todos a missão cristã de iluminar com nossa fé, esperança e serviço a parcela do mundo em que vivemos, fazendo o bem a todos. Aí sinalizaremos que chegou o Reino de Deus, Reino de Justiça, do Amor e da Paz.
A vocação, o chamado que Jesus dirige a Pedro e a André, a Tiago e a João, dirige também hoje, agora a cada um de nós, onde estivermos, fazendo o que quer que seja. Ele nos diz: “Segui-me e eu vos farei pescadores de homens,” colaborando na sua missão: libertar a Humanidade do mal que impede o Reino de Deus de se aproximar e dos seres humanos de irem até Deus.
Vivamos nossa vocação de luz. Sejamos construtores da paz, de uma sociedade alicerçada no amor e no perdão.
Pe. César Augusto dos Santos SJ



CONVERSÃO E SEGUIMENTO Mt 4,12-23
HOMILIA

Desde as primeiras aparições públicas, Jesus apresenta-se como um missionário itinerante: de aldeia em aldeia, ensina, prega a boa nova do Reino, cura doentes e vai, chamando discípulos. Inicia a sua missão não em lugares importantes e religiosos como Jerusalém, mas em zonas periféricas, entre os afastados, os heterodoxos, os menos religiosos, semi-pagãos, os impuros em contacto com os pagãos. Tais eram (considerados) os habitantes da Galileia. Jesus deixa Nazaré e vai habitar em Cafarnaúm, pequena cidade de fronteira, com uma alfândega para as mercadorias em trânsito ao longo da «via do mar», a estrada imperial que unia Egito, Palestina, Síria e Mesopotâmia. Desde a antiguidade, portanto, a Galileia era uma zona de cruzamento de povos, sujeita à passagem de grupos e ao controlo do comércio, com as conseqüentes contaminações e decadência moral. Compreende-se assim o apelo que o profeta Isaías dirige aos habitantes da região: passar da experiência humilhante da escravidão e do jugo da opressão à vida com liberdade, em grande luz e alegria. Mateus observa que a profecia de Isaías se cumpriu com a presença de Jesus, cuja missão tem um início carregado de esperança, mas baseado num exigente programa de conversão a Deus e empenho pelo Reino.
Com esta escolha inicial, Jesus mostra que os primeiros destinatários do seu Evangelho e do Reino não são os justos, os cumpridores ou os que consideram tais, mas os afastados, os excluídos. É o início humilde de uma missão que terá horizontes universais, e que será levado por diante pelos discípulos e pelos seus sucessores, chamados a seguir Jesus para ser, em toda a parte do mundo, «pescadores de homens».
A vocação missionária comporta sempre uma saída, uma partida, muitas vezes até geográfica, deixar alguém e alguma coisa; há sempre um desprendimento, um sair do seu egoísmo e do seu ambiente restrito. Aqui, Jesus deixa Nazaré e os espaços de intimidade com a sua mãe, Ele que tinha escolhido ser o Emanuel em carne humana. Assim como outrora Abraão foi convidado a abandonar a sua terra e a sua parentela, assim agora dois grupos de irmãos, chamados por Jesus a segui-lo, deixam as redes, o barco e o pai. Em todo o caso, a vocação não é nunca uma partida em direção ao vazio: é um deixar alguma coisa para seguir Alguém, uma partida ao encontro de um Outro. Em primeiro lugar está sempre o encontro e a ligação à pessoa de Jesus.
Esta vocação-missão afunda as suas raízes numa conversão («Convertei-vos…», uma mudança de mentalidade, uma orientação nova em direção a Deus e ao seu Reino, do qual Jesus Cristo é a plenitude. A conversão a Cristo comporta o seguimento e a missão, o estar bem radicados n’Ele e bem inseridos nos caminhos do mundo: «farei de vós pescadores de homens». Assim aconteceu com Paulo, cuja conversão se recorda nestes dias (25 de Janeiro). Uma conversão radical e fiel até ao martírio! No caminho de Damasco não nasceu apenas um cristão, mas também o maior missionário entre os povos, o pregador apaixonado por Cristo crucificado e ressuscitado.
Para Bento XVI «A missão evangelizadora da Igreja é a resposta ao grito “Vinde, Senhor, Jesus!”, que percorre toda a história da salvação e que continua a erguer-se dos lábios dos crentes… O acolhimento da Boa Nova na fé impele por si só a comunicar a salvação recebida em dom… Nada de mais belo, urgente e importante do que devolver gratuitamente aos homens o que gratuitamente recebemos de Deus! Nada nos pode dispensar ou afastar deste oneroso e fascinante compromisso… Que cada cristão e cada comunidade sinta a alegria de partilhar com os outros esta Boa Nova de que “Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu o seu Filho unigênito… para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3, 16-17)».
A mensagem Paulina é de grande atualidade, no contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, chamados a viver unidos, a evitar divisões e discórdias, a manter-se bem unidos, porque Cristo não está dividido. Tomar consciência da vastidão e da urgência dos problemas do mundo ajuda a sair de egoísmos, divisões, discórdias, tensões locais. Com sabor de atualidade, S. Teresa de Ávila dizia: «o mundo está a arder, não há tempo para tratar com Deus assuntos de menor importância… Quando vejo as grandes necessidades da Igreja, estas afligem-me tanto que me parece uma futilidade perder tempo com outras coisas». Faça suas essas palavras e lança-se à missão.
Pai, faze-me compreender que os pobres e os marginalizados são os destinatários privilegiados do Evangelho do Reino; para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar.
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla



CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou viver a conversão: eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre.

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