Pai,
tu enviaste Jesus
com a missão de nos introduzir
no Reino da fraternidade.
Dá-me a graça de reconhecê-lo
e fazer-me seguidor dele.
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Verde. 2º DOMINGO Tempo Comum
Evangelho - Jo 1,29-34
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João
1,29-34
Naquele tempo:
29João viu Jesus aproximar-se dele e disse:
'Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo.
30Dele é que eu disse:
Depois de mim vem um homem que passou à minha frente,
porque existia antes de mim.
31Também eu não o conhecia,
mas se eu vim batizar com água,
foi para que ele fosse manifestado a Israel'.
32E João deu testemunho, dizendo:
'Eu vi o Espírito descer,
como uma pomba do céu,
e permanecer sobre ele.
33Também eu não o conhecia,
mas aquele que me enviou a batizar com água me disse:
`Aquele sobre quem vires o Espírito descer e
permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo'.
34Eu vi e dou testemunho:
Este é o Filho de Deus!'
Palavra da Salvação.
REFLEXÃO
O Servo escolhido por
Deus
O livro do profeta Isaías abrange um período de quase três
séculos. Convenhamos que o profeta do século VIII não viveu tanto tempo assim. Certamente,
há uma longa tradição literária que subjaz ao livro que leva o nome do profeta.
O texto de Isaías proposto para este domingo faz parte do que se convencionou
chamar Dêutero-Isaías, que, normalmente, retrata fatos do período do exílio, na
Babilônia. É parte de um dos cânticos do “servo sofredor”. Num enorme esforço
apologético, os cristãos encontraram em textos como esse o apoio para
justificarem, ante a oposição dos judeus, a paixão e morte daquele que eles
professavam como Messias. Na releitura cristã deste texto, a personalidade
coletiva, Israel, passa a ser um indivíduo, reconhecido como Messias, Jesus.
Ele é o servo escolhido por Deus.
O tema do testemunho de João Batista sobre Jesus já está
antecipado no prólogo do quarto evangelho (cf. Jo 1,15). O “dia seguinte” (v.
29) refere-se a Jo 1,19-28, episódio em que João é submetido a um verdadeiro
interrogatório por parte dos sacerdotes e levitas, enviados pelos judeus de
Jerusalém. Esse interrogatório serve ao leitor do evangelho para esclarecer que
João não é o Cristo (cf. Jo 1,20). A declaração de João continua ao apontar
Jesus como o “cordeiro de Deus” (cf. Jo 1,29). Essa é a única ocorrência, no
Novo Testamento, do título cristológico atribuído a Jesus. Trata-se de um
título carregado de evocações veterotestamentárias: pode evocar o “servo
sofredor” (Is 53,7) e/ou o cordeiro pascal cujo sangue aspergido nas portas das
casas livraram os hebreus das pragas do Egito (cf. Ex 12,1ss), aspecto que
recorre em Jo 19,14.31-36; pode ainda ligar-se a Ap 17,14, em que o Cordeiro
imolado é apresentado como vitorioso. O “cordeiro de Deus” é aquele a quem a
missão de João Batista está subordinada (cf. Jo 1,30-31). O reconhecimento do
Filho de Deus se dá por uma “visão” (cf. Jo 1,32-34), entenda-se, por
revelação, por uma experiência interna e pessoal de Deus. O critério do
reconhecimento é a inabitação do Espírito em Jesus. Essa visão em que o
Espírito Santo é tangível na pessoa de Jesus faz com que João declare a
filiação divina do Nazareno (cf. Jo 1,34).
JOÃO, O DEDO QUE
APRESENTA JESUS Jo 1,29-34
HOMILIA
O Amor de Deus marcou para sempre nossas vidas. Ele nos
tirou das trevas e nos fez enxergar a luz da eternidade. Não há mais razão para
ficar triste ou viver amargurado se Deus está conosco e no meio de nós. Grande
significado tem para nós, hoje, o dedo indicador de João: “ Eis o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo”.
Cordeiro de Deus em latim é Agnus Dei, uma expressão
utilizada pela religião cristã para se referir a Jesus Cristo, identificado
como o salvador da humanidade, ao ter sido sacrificado em resgate pelo pecado
original. Na arte e na simbologia icônica cristã, é freqüentemente representado
por um cordeiro com uma cruz. A expressão aparece no Novo Testamento,
principalmente no Evangelho de hoje, onde João Batista diz de Jesus: “Eis o
Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).
Os hebreus tinham o costume de matar um cordeiro em
sacrifício a Deus, para remissão dos pecados. O sacrifício de animais era
freqüente entre vários grupos étnicos, em várias partes do mundo. Na Bíblia é
referido, por exemplo, o caso de Abraão que, para provar a sua fé em Deus teria
de sacrificar o seu único filho, imolando-o e queimando-o numa pira de lenha,
como era costume para os sacrifícios de animais - o relato bíblico refere,
contudo, que Deus não permitiu tal execução.
A morte de Jesus Cristo, considerado pelos cristãos como
Filho unigênito de Deus, tornaria estes sacrifícios desnecessários, já que
sendo considerado perfeito, não tendo pecado e tendo nascido de uma virgem por
graça do Espírito Santo, semelhante a Adão antes do pecado original, seria o
sacrifício supremo, interpretado como o maior ato de amor de Deus para a
humanidade.
João Batista tem uma atuação fundamental no projeto de Deus
realizado em Jesus. O batismo de João tinha características originais e sua
proclamação foi tão marcante que o tornou conhecido como “o Batista”. Enquanto
as abluções de purificação com água, tradicionais entre os judeus, eram
repetidas com freqüência, o mergulho nas águas do batismo, com João, era feito
uma única vez e tinha o sentido de sinalizar uma mudança de vida para um
compromisso perene com a prática da justiça que fortalece a vida.
Jesus assume a proclamação de João dando-lhe um novo sentido
de atualidade e eternidade, identificando-a com o projeto de Deus de conferir
vida plena e eterna à humanidade. O Espírito sobre Jesus é a confirmação de sua
divindade e da divinização de toda a humanidade n’Ele assumida em todos seus
valores e em toda sua dignidade. A presença de Jesus, Filho de Deus, entre nós
renova a nossa vida e nos impele ao empenho na construção do mundo novo
possível de justiça e paz.
Interpelado estou eu e estás tu também a sermos o dedo em
nossos dias que aponte para Jesus e diga. Eis o Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo.
Pai, tu enviaste Jesus com a missão de nos introduzir no
Reino da fraternidade. Dá-me a graça de reconhecê-lo, fazer-me seguidor d’ele e
a ser o dedo que o mostre à todos os homens.
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
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