Evangelho (Lucas 12,49-53)
Quinta-Feira, 25 de Outubro de 2012
Sto. Antônio de Sant’Anna Galvão
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 49“Eu vim
para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! 50Devo
receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra!
51Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo
contrário, eu vos digo, vim trazer divisão. 52Pois, daqui em diante, numa
família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra
três; 53ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe
contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a
sogra”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Divisão por causa de
Jesus
Neste evangelho, Jesus mais uma vez nos mostra o seu amor,
convidando-nos a conhecer sua missão em meio às alegrias e dificuldades. Jesus
veio nos trazer o Espírito Santo, o Espírito de amor, o Consolador, Aquele que
nos ensina todas as coisas.
Jesus nos deixa o exemplo: Ele que é o Rei se fez pequeno
quando pediu a João Batista para o batizar, batismo esse que nos dá força em
meio ao combate espiritual, onde a carne e o espírito conseguem vivenciar
dentro de uma fraternidade de amor e paz. Após o batismo, somos chamados a
vivenciar os frutos do Ressuscitado para que possamos ter uma vida plena e
cheia do Espírito Santo.
Jesus era consciente de que um efeito (ainda que não
desejado) do seu trabalho ia ser causa de divisão entre os partidários do
imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso inflamou a ira dos
funcionários do templo e de todos os que se consideravam donos da verdade. O
fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de
doutrinas e sedentos de poder.
Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o
fogo do Espírito que tem que ser aprovado na entrega total, no batismo da
doação pessoal. É um fogo que prende aí onde se abandonaram os interesses
pessoais e se busca um mundo de irmãos.
A paz de Jesus é um fogo purificador que não se confunde com
a “Pax Romana”, aquela paz que Roma (e qualquer império) se esforça por
proclamar. Esta é só uma tranquilidade institucional que garante a vantagem dos
opressores sobre os oprimidos, do império sobre os subalternos, da injustiça
sobre o direito.
O fogo purificador de Jesus faz amadurecer os mensageiros,
os discípulos, os profetas, os apóstolos. O destino deles, como o do mestre, é
sair ao encontro da obscuridade com um clarão que põe às claras tudo o que a
ordem atual esconde. O fogo põe as claras também as deficiências pessoais, as
ambições subterrâneas, os desejos reprimidos. O fogo que se prova com a entrega
total ao serviço do evangelho.
Devemos observar que o Senhor Jesus Cristo não está atacando
o relacionamento familiar, mas indica que nenhum laço terreno, embora muito
íntimo, poderá diminuir a lealdade a Ele.
Essa lealdade pode até mesmo causar em determinados membros
de uma familia que eles sejam afastados ou ignorados pelos outros por terem
escolhido seguir a Cristo Jesus.
Podemos resumir que o Senhor Jesus Cristo se refere a espada
por ser um instrumento cortante e que na qual a sua vinda causará separação em
muitas pessoas, não porque Ele quer, mas pela opção de cada um em seguí-lo como
Senhor e salvador.
Pai, que o batismo de Jesus, por sua morte de cruz,
purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como um fogo ardente, abrindo o
meu coração totalmente para ti.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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