Evangelho (Lucas 11,37-41)
Terça-Feira, 16 de Outubro de 2012
28ª Semana Comum
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 37enquanto Jesus falava, um fariseu
convidou-o para jantar com ele. Jesus entrou e pôs-se à mesa. 38O fariseu ficou
admirado ao ver que Jesus não tivesse lavado as mãos antes da refeição. 39O
Senhor disse ao fariseu: “Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas
o vosso interior está cheio de roubos e maldades. 40Insensatos! Aquele que fez
o exterior não fez também o interior? 41Antes, dai esmola do que vós possuís e
tudo ficará puro para vós”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Jesus e os mestres da
lei
Os evangelistas com freqüência usam um estilo literário
resumido e próprio para exprimir as ações e as mensagens de Jesus. Lucas é o
único evangelista a mencionar refeições de Jesus na casa de fariseus. Nesta
narrativa de hoje, por ocasião do jantar de Jesus, temos uma introdução a uma
série de advertências à doutrina dos fariseus, com sucessivos “ais”, que se
seguirão.
O que deflagra as sucessivas advertências de Jesus é a
crítica que fazem sobre sua inobservância em relação à purificação ritual dos
pratos e talheres antes da refeição. Jesus em sua réplica transfere esta
questão particular para a questão mais ampla da própria religião dos fariseus:
preocupam-se com a pureza externa, que fica nas aparências, mas não são zelosos
no essencial que é o interior da pessoa, suas intenções e desejos. Está em foco
não cada fariseu individualmente, mas sua própria religião.
A impureza interior dos fariseus consiste na avareza e
cobiça, que leva à prática do roubo e maldades. Em sua experiência religiosa,
preocupavam-se apenas com minúcias e aparências, ignorando a justiça e o amor
de Deus, que são essenciais. Chega-se à verdadeira religião pela pureza
interior, que consiste em abandonar a avareza e a cobiça, doando-se e
partilhando com os empobrecidos e excluídos.
A partir deste texto chegamos à conclusão de que a Deus não
interessa as purificações externas rituais. Estas foram criadas para dar boa
consciência aos líderes religiosos. O que agrada a Deus é um coração puro,
libertado das ambições e maldades, que transborda em atos concretos de amor aos
irmãos. A última frase é de difícil interpretação. Mas percebe-se seu sentido.
É a prática da partilha, ou seja, da esmola que leva à pureza de todo seu ser.
Por isso, comigo e juntos dirijamos ao Pai do Céu a nossa
oração: “Ó Pai, purifica de todo pecado e egoísmo o mais íntimo de meu ser,
pois eles me tornam incapazes de viver em comunhão contigo e com o meu
semelhante”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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