Evangelho (Lucas 11,5-13)
Quinta-Feira, 11 de Outubro de 2012
27ª Semana Comum
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo +
segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5“Se um de
vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo,
empresta-me três pães, 6porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para
lhe oferecer’, 7e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já
tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar
para te dar os pães’; 8eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para
dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência
dele e lhe dará quanto for necessário. 9Portanto, eu vos digo: pedi e
recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10Pois quem pede
recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá.
11Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um
peixe, lhe dará uma cobra? 12Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
13Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto
mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Não pare de rezar
No evangelho de ontem, Jesus responde ao pedido: Senhor,
ensina-nos a orar, instruindo seus discípulos nos elementos da oração
apropriada, pelo modelo de oração que ele dá. Hoje ele dá ênfase na importância
da fé na oração feita com persistência conforme aparece claramente na parábola
do amigo a meia-noite.
Nesta parábola, um homem é surpreendido na calada da noite
por um hóspede inesperado e está embaraçado por não ter nada para alimentá-lo.
Para cumprir esta exigência da hospitalidade do Oriente Médio, ele vai ao seu
amigo vizinho, à meia-noite, pedindo três pães. A resposta é abrupta e
insensível: Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo
também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar.
A reação do suplicante, contudo, é insistir, sem se acanhar,
até que seu “amigo” veja que há menos inconveniência em honrar o pedido do que
continuar uma discussão a essa hora da noite. A moral da história, indicada no
versículo oito, é que a “persistência” ou a “falta de acanhamento” do
hospedeiro embaraçado conseguiu seu objetivo numa situação em que os laços de
amizade e de afinidade mostraram-se ineficazes. Portanto, a aplicação da
parábola é para encorajar a persistência e a fé esperançosa na oração.
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e
abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem
bate, abrir-se-lhe-á.
É importante reconhecer que esta parábola é simplesmente
ilustrativa, e não simbólica, pois Deus não é certamente um amigo insensível e
de má vontade e ele não nos vê como vizinhos importunos, desavergonhados. O
argumento, então, raciocina do menor para o maior, do pior para o melhor. Se
verdadeiramente somos amados de Deus em vez de desprezados e se ele está
ansioso antes que hesitante para ouvir nossos pedidos, por que a fidelidade na
oração não produziria, não somente um ouvido atento, mas uma boa vontade em dar
tudo o que pedimos que for consistente com sua sabedoria divina?
Jesus completa suas instruções em Lucas 11 sobre a
fidelidade na oração indo além da certeza de que Deus ouve a oração de seu
filho, a uma concentração no objeto da súplica. Enquanto há, certamente,
exemplos de abusos cometidos contra crianças em volta de nós, a maioria das
pessoas, não importa se são más, não dão intencionalmente aos seus filhos
presentes perigosos. Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos
filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho
pedirem? De novo, o argumento é feito contrastando o pior com o melhor. Se
podemos confiar nos humanos para fazerem a coisa certa pela razão errada ou por
causa da “afeição natural” por seus filhos, não podemos ser absolutamente
confiantes em que Deus, que é mais do que apenas um amigo e pai, tanto ouvirá
como dará suas melhores dádivas (seu Filho e a influência de seu Espírito)
àqueles que lhe imploram persistente e fielmente?
Esta mensagem de Lucas 11 deve fazer do teu coração o lugar
da acolhida do projeto de Deus na tua vida. Com fé, esperança e confiança, bate
a porta, suplique, chore apresentando
todas as preocupações. Tenho plena certeza de que o Todo-Poderoso ouvirá,
atenderá, e responderá abundantemente de acordo com o tamanho da nossa oração.
O desafio se chama: persistência, disciplina e fidelidade na oração. Portanto,
como disse Paulo aos novos convertidos de Tessalônica também digo a ti: reze
sem cessar, ou seja: Não pare de rezar!
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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